quarta-feira, 14 de maio de 2008

Por que Marina Silva deixou o ministério do Meio Ambiente

 

     A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, entregou nesta terça-feira (13) o seu pedido de demissão. Funcionários do Ministério do Meio Ambiente ainda não sabem as razões da saída de Marina. O foco do desentendimento parece ser a presença do ministro extraordinário para Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, como coordenador do Conselho Gestor do Plano Amazônia Sustentável (PAS). Unger ficou famoso por ter proposto uma transposição de rios da Amazônia para o Nordeste. No PAS, Unger teria poder de propor medidas para a Amazônia, independentemente das opiniões do ministério do Meio Ambiente.

     Diante da entrada de Unger, Marina teria desistido de tentar implementar um programa para a Amazônia. "Ela já fez muito pela floresta", afirmou um funcionário do gabinete da ministra que preferiu não se identificar. "Conseguiu controlar o desmatamento por três anos e implantou um bom programa de terras protegidas. Mas o governo parece querer seguir outra direção para a Amazônia."

 

(fonte da imagem)

 

     A demissão de Marina foi uma surpresa até para quem pedia a sua saída. Um movimento de organizações não governamentais já havia lançado, há dois anos, a campanha: "Sai daí, Marina", solicitando que ela entregasse a pasta. As razões do pedido eram o Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC), que prevê a construção de grandes obras na Amazônia, algumas com grandes impactos ambientais, como a usina hidrelétrica do Rio Madeira, em Rondônia. O PAC era motivo de conflitos constantes entre o Ministério do Meio ambiente e a Casa Civil.

     Havia uma rivalidade formalizada entre Marina e a ministra Dilma Roussef. Quando foi divulgado o retorno do crescimento do desmatamento na Amazônia, em dezembro de 2007, Marina também se desentendeu com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Ela acusou o setor agrícola de ser responsável pela volta das derrubadas na Amazônia.

No início do ano, Marina Silva foi homenageada pelo jornal inglês The Guardian como uma das 50 personalidades que podem salvar o mundo. Agora, longe do ministério, seus poderes podem ter acabado. Nos próximos meses, o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) deve divulgar os números exatos do desmatamento anual da Amazônia. Tudo leva a crer que teremos novas surpresas negativas sobre as derrubadas na região. Até lá, o presidente Lula vai ter de resolver um segundo problema: escolher quem fica no lugar de Marina. A pergunta é simples: Lula vai tentar manter o secretário-executivo, João Paulo Capobianco, na pasta ou vai mudar a equipe do ministério por completo?

 

Autora: Juliana Arini - Blog do Planeta
Postado por Wilson Junior Weschenfelder

 



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