sábado, 17 de maio de 2008

“Amigos, amigos. Meio ambiente à parte”

 

     Uma das mais influentes vozes críticas à política ambiental do governo é a de Paulo Adário, diretor da campanha Amazônia da ONG Greenpeace. Ironicamente, Adário é amigo de Minc desde a juventude. Adário diz que tentou ligar para o celular de Minc e pedir que rejeitasse o ministério. Mas, quando falou com Minc, em Paris, o amigo já tinha aceitado. "Eu disse a ele parabéns e meus pêsames", afirma Adário. Os dois desenvolveram juntos a militância ambiental no Rio, nas décadas de 80 e 90. Agora, talvez fiquem em campos opostos. "Amigos, amigos. Meio ambiente à parte", diz Adário.

 

 

     No ministério, Minc vai enfrentar três grandes desafios imediatos. O primeiro é preencher o vácuo deixado por Marina Silva. A ministra deixou o ministério maior do que entrou. As ONGs, os governos e a imprensa internacional reagiram mal a sua saída. "Minc terá que mostrar envergadura política e compensar sua falta de experiência e de articulações fora do Rio", diz Maria Tereza Pádua, ex-presidente do Ibama.

     Para complicar, em seus 100 primeiros dias de gestão, Minc terá que aplacar o maior incêndio da década. O período de maio a junho, de seca na Amazônia, é o auge das queimadas e desmatamento. Agora, depois de três anos de folga no desmatamento por causa dos preços deprimidos de produtos agrícolas, os pecuaristas e sojicultures devem voltar a expandir sua área plantada. As primeiras análises de satélite indicam que teremos novos recordes de devastação ilegal nos índices que o Inpe divulga em outubro. A taxa de desmatamento é decisiva para avaliar o desempenho do ministro. Um dos maiores problemas globais hoje são as mudanças climáticas. O Brasil é o quarto pais mais responsável pelo aquecimento do planeta, justamente por causa do desmatamento. "Isso vai explodir no colo do Minc", diz Adário.

 

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Postado por Wilson Junior Weschenfelder

 



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