sexta-feira, 12 de junho de 2009

Antibióticos, antimicrobianos e antifúngicos contaminam os recursos hídricos


     Antibióticos, antimicrobianos e antifúngicos contaminam os recursos hídricos da América do Norte, Europa e Ásia, de acordo com um novo estudo [Review of the Occurrence of Anti-infectives in Contaminated Wastewaters and Natural and Drinking Waters], publicado na edição online da Environmental Health Perspectives (EHP). Realizado por pesquisadores da Université de Montréal e do Environment Canada o estudo indica que fármacos anti-infecciosos, utilizados em seres humanos, animais e na agricultura, estão contaminando o meio ambiente e atingindo os reservatórios de água potável.



     De acordo com os pesquisadores, os resíduos dos fármacos anti-infecciosos acabam atingindo os recursos hídricos nas regiões urbanas ou nas áreas agrícolas, o que aumenta o risco do desenvolvimento de bactérias resistentes, além de eventuais impactos na biota aquática.
     O estudo avaliou três classes de antibióticos (macrolídeos, quinolonas e sulfonamidas) e o composto trimethoprim, em termos de presença na água na América do Norte, Europa e Ásia, identificando altas concentrações destes fármacos em águas residuais brutas, em comparação com águas residuais tratadas.
     Os pesquisadores identificaram a contaminação de rios, lagos, estuários, bacias e até nas águas costeiras, o que pode ser um indicativo da crescente resistência microbiana aos antibióticos, antimicrobianos e antifúngicos.
     Também identificaram uma crescente contaminação das águas residuais em decorrência da utilização agropecuária destes medicamentos.



     Isto pode ser especialmente perigoso nos países em desenvolvimento, com sistemas de coleta e tratamento de esgotos precários e sem sistemas eficientes e seguros para tratamento de água para consumo humano e animal, efetivamente preparados para eliminar a presença de fármacos e outros contaminantes. Neste último caso, em especial, mesmo nos EUA e na Europa os sistemas de tratamento de água, em geral, não foram concebidos para eliminar medicamentos e hormônios.
     O estudo "Review of the Occurrence of Anti-infectives in Contaminated Wastewaters and Natural and Drinking Waters," publicado na Environmental Health Perspectives, foi realizado pelos pesquisadores Pedro A. Segura, Matthieu François ae Sébastien Sauvé da Université de Montréal e Christian Gagnon da Environment Canada Aquatic Ecosystem Protection Research Division.
     O artigo, publicado na Environmental Health Perspectives, Volume 117, Number 5, May 2009, está disponível para acesso integral no formato HTML. Para acessar o artigo clique aqui.

Nota do EcoDebate: sobre a contaminação das águas por medicamentos sugerimos que leiam, também, as matérias "Água dos EUA está contaminada com remédios" e "Água consumida por 41 milhões de norte-americanos está contaminada com medicamentos" .

Em relação à contaminação das águas no Brasil leiam "Estudo aponta contaminação em 70% das águas superficiais do Brasil. Apenas 25% do esgoto coletado no país é tratado" .


Fonte: Por Henrique Cortez, do EcoDebate
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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Ligue para o Lula e diga não à MP 458


     Está circulando via email, mais uma proposta de Cyberativismo ambiental. Sinceramente não sei quem está "puxando", mas reproduzo aqui o que foi publicado no blog "Vi o mundo".
     Na quarta-feira, dia 02/06, o senado brasileiro aprovou a MP 458. Esta medida presenteia todos aqueles que fizeram grilagem na Amazônia com a regularização de terras ocupadas ilegalmente.



     A decisão de vetar a MP 458 está nas mãos do Presidente Lula. Se ela for aprovada, 67 milhões de hectares de terras públicas da Amazônia serão privatizados. Um patrimônio estimado em 70 bilhões de reais irá parar nas mãos dos grileiros.
     Precisamos verberar nossa voz. Só temos até dia 25/06!  O Gabinete de Lula está recebendo milhares de ligações pedindo para que a MP 458 não seja aprovada. Faça sua parte, ligue e espalhe os números e o e-mail do presidente Lula para seus amigos. Peça para que eles digam NÃO A MP 458.

Telefone do Gabinete do Lula:
(61) 3411.1200 ou (61) 3411.1201
Ou envie um e-mail clicando AQUI ou  AQUI

Fonte: Greenpeace - OngCea
Wilson Junior Weschenfelder
Biólogo/Bacharel em Ecologia
Especialista em Licenciamento Ambiental
Doutorando em Desenvolvimento Regional
http://biowilson.blogspot.com/


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Capa da Science: desmatar não traz riqueza


     No momento em que o governo brasileiro discute se flexibiliza ou não a aplicação de medidas ambientais na Amazônia, a revista "Science" confirma os efeitos negativos do desmatamento para a economia da região e seus moradores. Uma pesquisa, que ganhou a capa de uma das principais publicações científicas do mundo, revela que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das cidades que devastaram sua mata para abrir pastagens e campos para agricultura é tão baixo quanto o dos municípios que preservaram a floresta.



     O estudo indica que as cidades que desmatam passam por um período inicial próspero, seguido de um declínio. Esse ciclo, chamado de "boom colapso", já havia sido constatado em uma pesquisa publicada em primeira mão pela revista ÉPOCA em agosto de 2005 (Leia a matéria na íntegra). Naquela ocasião, pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) estudaram 407 municípios da Amazônia. Desta vez, o levantamento abrange 286 municípios. Os resultados continuam os mesmos: a devastação não traz riqueza. A moral da história também: a floresta vale muito mais de pé.

Autora: Marcela Buscato - Blog do Planeta
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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terça-feira, 9 de junho de 2009

Vamos dar 12% da Amazônia a preço de banana?


     Essa semana o presidente Lula vai tomar uma decisão sem precedentes na história da Amazônia. Ele pode aprovar uma legislação que vai legalizar uma das piores ameaças à floresta: o roubo de terras públicas. A Medida Provisória n.° 458, ou MP da Amazônia, foi aprovada na quarta-feira, no Congresso Nacional. Ela facilita a venda, e até a possível doação, de 67,4 milhões de hectares, o equivalente a 12% da Amazônia. As regras da MP assustam de tão permissivas, pois permite que qualquer pessoa, ou empresa, possa comprar até 1.500 hectares na região sem licitação, ou, comprovação de residência. A revenda da área pode ser feita depois de três anos. Apenas os pequenos produtores precisam permanecer na terra por dez anos para poder vendê-la. A MP está na mesa do presidente Lula para apreciação. Será que ele vai assinar tamanha barbaridade?


foto Wagner Santos

     Se Lula aprovar essa legislação sem nenhuma restrição, ele vai estar colaborando indiretamente para a destruição da Amazônia. A ocupação desordenada é uma das principais causas do desmatamento ilegal. O ciclo começa com a entrada dos ladrões de terra (grileiros) que criam estradas ilegais, vendem a madeira e abrem pastagens para comprovar a posse irregular. Depois, com a ajuda de cartórios corruptos e decisões judiciais duvidosas, esses grileiros conseguem regularizar a invasão. Esse processo de destruição da floresta consome 10 mil quilômetros quadrados de matas todos os anos. "A MP pode legitimar essa grilagem na Amazônia e jogar por terra 15 anos de intenso trabalho do Ministério Público na luta contra o roubo de terras públicas", diz o procurador federal do Pará, Felício Pontes.
     A MP também estipula um preço questionável para a destruição da Amazônia. Vamos perder 12% da floresta ao valor simbólico de um real, ou seja menos do que a dúzia da banana em uma feira. A área que pode ser negociada corresponde a tudo o que já foi convertido de matas em pastagens durante a última década (70 milhões de hectares). A senadora Marina Silva (PT-AC) também questiona a aprovação da MP. "Essa lei vai beneficiar aqueles que cometeram o crime de apropriação de terras públicas, e vai fazer com que essas pessoas sejam anistiadas e confundidas com posseiros de boa fé", afirmou durante um discurso inflamado no Senado Federal.



     A MP pode beneficiar empresários como o banqueiro Daniel Dantas, indiciado por formação de quadrilha, sonegação fiscal e evasão de divisas. Uma de suas propriedades na Amazônia (na Agropecuária Santa Bárbara) está em uma aérea irregular da União. As fazendas chegaram a serem invadidas por integrantes do movimento dos sem terras, que acusaram Dantas de "grilar" áreas na floresta. Caso a MP seja aprovada, o banqueiro pode conseguir regularizar essas terras. E pagando muito pouco por isso, ou até recebendo a área como uma doação da União em benefício de uma duvidosa regularização fundiária na Amazônia.
     Outro problema da MP é incentivar o crescimento irregular da pecuária sobre áreas de floresta. Isso pode estimular um aumento vertiginoso no desmatamento e criar problemas ao Brasil no cenário internacional. A destruição das florestas corresponde a 75% das emissões brasileiras de gases que provocam o aquecimento global. Esse número coloca o país em quinto lugar no ranking dos grandes poluidores mundiais.



     A gravidade das consequências da MP desencadeou uma inusitada união entre velhos rivais. O PSDB tomou partido dos argumentos da Senadora Marina Silva e do ministro do meio ambiente, Carlos Minc. Agora os tucanos também integram o coro a favor do veto presidencial à MP. Um dos pedidos desse grupo é que ao menos os artigos 2º , o 7º e o 13º sejam vetados por Lula. Isso pode impedir que pessoas que não ocupam diretamente as terras e pessoas jurídicas sejam beneficiadas. Caso Lula aprove a MP sem restrições o país vai presenciar uma distribuição de terras públicas nunca vista antes na história da república brasileira. Estaremos regredindo aos velhos tempos das capitanias hereditárias.



Autor: Juliana Arini - blog do Planeta
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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