quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Relatório mostra "pegada florestal" de grandes empresas


O Brasil é citado com frequência na análise da pegada florestal do setor agropecuário e da soja. O relatório defende a necessidade urgente de um sistema de certificação para carne bovina, para impedir que o boi do desmatamento continue sendo exportado.

     Relatório lançado hoje (10) no Reino Unido mostra o impacto da atividade de 35 grandes empresas sobre a floresta. O documento, elaborado pela organização Forest Footprint Disclosure calcula a "pegada florestal" de companhias que utilizam commodities ligadas às florestas e que podem pressionar o avanço do desmatamento, como soja, carne, couro, madeira e biocombustíveis.
     A organização consultou 217 companhias, mas somente 35 atenderam o pedido de enviar informações sobre o impacto de suas cadeias sobre as florestas, entre elas gigantes como a Unilever, Nike, Adidas, Carrefour e BMW.

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Capa da Publicação

     O baixo índice de respostas, segundo a organização, mostra que ainda há desconhecimento sobre a relação direta entre desmatamento e mudanças climáticas e que os investidores ainda não relacionam a diminuição dos impactos de suas companhias sobre as florestas como um requisito para a transição para uma economia de baixo carbono.
     De acordo com o relatório, há vários casos de grandes empresas que investem alto em publicidade ambiental, mas não aplicam a sustentabilidade na prática.
     Dezenove empresas brasileiras foram convidadas, mas apenas duas divulgaram sua "pegada florestal": o grupo Independência, do setor agropecuário, e a Fibria, gigante de papel e celulose.
     O Brasil é citado com frequência na análise da pegada florestal do setor agropecuário e da soja. O relatório defende a necessidade urgente de um sistema de certificação para carne bovina, para impedir que o boi do desmatamento continue sendo exportado.
     O documento cita como exemplo a Moratória da Soja, assinada em 2006, e que "reduziu significativamente" a expansão de lavouras de soja na Amazônia brasileira.
     Entre as companhias brasileiras que não concordaram em enviar dados sobre os impactos de suas atividades sobre as florestas estão a Cosan, o grupo André Maggi e os frigoríficos Bertin, JBS e Marfrig.
     O levantamento pretende subsidiar a escolha de produtos com garantia de origem e sustentabilidade na cadeia produtiva. A iniciativa lembra o relatório A Farra do Boi na Amazônia, lançado em 2009 pelo Greenpeace, que levou grandes redes de supermercados a romper contratos com frigoríficos que não conseguiram comprovar que os bois eram criados em áreas áreas livres de desmatamento ilegal.
     Leia do documento

Autora: Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - EcoAgência



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Obras do PAC podem afetar 44% dos índios da Amazônia


     O Atlas de Pressões e Ameaças às Terras Indígenas na Amazônia Brasileira, um amplo e detalhado estudo elaborado pela organização não governamental Instituto Sociambiental (ISA) durante quatro meses de levantamento, revela um conflituoso cenário entre o desenvolvimentismo dohttp://stream.agenciabrasil.gov.br/media/imagens/2009/12/09/091209RPS3085.image_media_vertical.jpg Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo federal e os interesses das comunidades indígenas afetados pelas obras de hidrelétricas construídas, em construção ou projetadas para a região.  Pelos dados da entidade, cerca de 44% dos 300 mil nativos que vivem na Amazônia, distribuídos em 173 povos estabelecidos em 405 áreas, serão afetados pelas hidrelétricas.
     O levantamento do ISA demonstra que entre usinas de grande e pequeno porte, 83 hidrelétricas estão em operação atualmente na região, 26 estão em fase de construção e outras 184 já estão planejadas, com obras projetadas para entrar em execução nos próximos anos.  Destas, 198 são as chamadas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHS) e 12 são grandes usinas, a exemplo da Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.  Segundo a projeção da entidade, até 2030, o número de novas usinas chegaria a 247.

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     – A maior parte das obras do PAC interceptam ou impactam diretamente territórios indígenas – diz o geógrafo Wagner Tramm, da Funai, um dos críticos da falta de responsabilidade socioambiental na concessão de licenças para as obras.
     Tramm é responsável pelo Programa de Compensação Ambiental Xerente (Procambix), desenvolvido para aliviar os efeitos da Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães, em Lajeado (TO).  Resultado de parceria público-privada (PPP) e administrado por um conselho que, antes da emissão do parecer favorável à licença ao empreendimento, garantiu o respeito socioambiental, o programa poderia ser utilizado para mitigar os efeitos das demais obras do PAC.
     – Mas o programa foi abandonado – lamenta Tramm.
     As usinas vão produzir impacto nas bacias dos rios Xingu, Madeira, Tapajós e Caciporé.  O ISA estima que em apenas 27 projetos estudados por seus consultores, o impacto das obras incidirá diretamente sobre uma população de 44 mil índios, cuja sobrevivência depende basicamente da pesca, navegação e, em especial, da qualidade das águas afetadas pelas turbinas de megausinas como as de Belo Monte e do Rio Madeira.  Para aliviar o impacto, o governo optou pelo PCHS, mas em algumas regiões as usinas acabaram se proliferando além do que o programa dá conta.  No Rio Juruena, no Mato Grosso, por exemplo, estão projetadas oito usinas para um único curso d"água.
     Segundo estudos da entidade, os principais rios e afluentes das bacias amazônicas também serão afetados pela mineração e o desmatamento.  O estudo aponta que existem atualmente mais de 5 mil processos minerários (alvarás e licenças de exploração, áreas em disponibilidade e requerimento de lavra garimpeira e pesquisa) que incidem sobre 125 áreas na Amazônia, onde vivem aproximadamente 140 mil índios.  Já a fronteira agrícola deverá criar ramificações em direção às áreas mais isoladas.
     Para ter acesso ao Atlas, clique AQUI.

Fonte: Portal do Meio Ambiente - OngCea



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