sábado, 6 de junho de 2009

A ameaça da erosão genética


Pesca excessiva do tucunaré na Amazônia está diminuindo a variabilidade de genes dessa espécie

     Um estudo com o peixe tucunaré, muito consumido por populações do Norte do Brasil, mostra que a ação humana pode estar provocando o empobrecimento genético de suas populações. O processo, conhecido como erosão genética, é o mesmo que levou praticamente à extinção o mico-leão-dourado.
     A variabilidade genética é uma das mais importantes garantias de sobrevivência das espécies, pois permite a adaptação às mudanças no ambiente. A bióloga Vera Maria Fonseca de Almeida-Val, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, explica que, no caso do tucunaré, a sobrepesca em alguns locais tem feito com que essa variabilidade diminua ao reduzir os cruzamentos entre indivíduos que vivem em ambientes diferentes.


O tucunaré é um peixe muito consumido pelas populações do Norte do Brasil.

     "Os tucunarés vivem em populações separadas em lagos, mas os indivíduos de lagos diferentes conseguem cruzar entre si usando um rio central para passarem de um local a outro", explica ela. "No entanto, a sobrepesca em alguns lagos está diminuindo esses cruzamentos."
     Segundo Almeida-Val, que coordenou o estudo com o peixe na Amazônia, o menor fluxo gênico entre as populações do tucunaré é evidenciado por exames de proteínas e DNA. Ela alerta, porém, que o mesmo processo pode estar acontecendo com outras espécies animais que não têm sido alvo de estudos desse tipo. "Entre as causas do processo estão a abertura de estradas, a construção de barragens e qualquer outro evento que isole populações que antes trocavam genes entre si", diz.
      A pesquisadora também lembra que a divisão de uma população única em diferentes populações que não trocam genes entre si é um processo natural e de grande importância para o surgimento de novas espécies. O alerta agora é quanto à velocidade com que esse processo tem ocorrido. "A ação humana acelera o processo de separação das populações sem que haja tempo para que elas se adaptem ao novo ambiente."

Autora: Mariana Ferraz - Ciência Hoje/RJ
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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terça-feira, 2 de junho de 2009

Baleias encalhadas em praia africana serão sacrificadas


     Cinqüenta e cinco baleias encalharam neste sábado numa praia do sul da África e 30 delas terão de ser sacrificadas porque não foram socorridas a tempo, indicaram cientistas. As baleias chegaram à areia da praia na manhã deste sábado, perto do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do continente africano.


Sul-africanos tentam salvar baleias-piloto que encalharam na praia de Kommitjie (foto: AP)

     Funcionários do Instituto Nacional Sul-Africano de socorro no mar e dezenas de voluntários foram ao local tentar recolocá-las na água, mas os mamíferos pesam entre quatro e cinco toneladas e medem até 5,5 metros. Vinte e cinco foram salvas, mas 30 terão de ser sacrificadas porque não foram recolocadas na água.


Os animais encalharam após uma tempestade atingir a região (foto: AP)

     "Fizemos tudo o que podíamos, mas elas dão meia-volta e voltam sempre voltam para a praia", explicou Wally Peterson da associação sul-africana de proteção do meio-ambiente Kommetjie Environmental Awereness, questionado pela agência Sapa. Os mamíferos provavelmente encalharam por causa de um "erro de navegação", segundo especialistas.


Voluntários ajudam no resgate de um dos animais (foto: AP)

Fonte: AFP - Terra
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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Poluição pode contribuir com aumento de doenças hepáticas


     Poluentes podem estar contribuindo para um forte aumento no número de casos de doenças hepáticas, disseram pesquisadores dos EUA na sexta-feira. Eles disseram que até um terço dos adultos norte-americanos apresentam sinais de terem uma doença hepática não-relacionada a causas habituais, como o abuso do álcool e a hepatite viral.
     Embora a obesidade seja um fator preponderante nesse aumento, a poluição ambiental também pode ter influência, segundo o médico Matthew Cave, da Universidade de Louisville, no Kentucky, que apresenta suas conclusões neste fim de semana numa conferência sobre doenças digestivas em Chicago.


A poluição, tabagismo, dieta e predisposição genética podem ser decisivos em desencadear diversas doenças em crianças (fonte)

     "Nosso estudo mostra que alguns desses casos podem ser atribuídos a poluição ambiental, mesmo depois de ajustes para a obesidade, que é um outro importante fator de risco para a doença hepática", disse Cave em nota. Ele e seus colegas estudaram o papel dos produtos químicos nas doenças hepáticas em 4.500 pessoas que participaram de um estudo nacional sobre saúde e nutrição entre 2003 e 2004.
     Foi avaliada a exposição crônica de baixo nível a 111 poluentes comuns, como chumbo, mercúrio e pesticidas, e sua associação com doenças hepáticas inexplicáveis em adultos. Esses poluentes foram encontrados em pelo menos 60% dos casos. A associação foi significativa mesmo realizando ajustes para descontar a influência de fatores como diabetes, obesidade, raça, gênero e pobreza, segundo Cave.
     Há mais de 90 doenças hepáticas, sendo hepatite e cirrose as mais conhecidas. Segundo a Fundação Americana do Fígado, doenças hepáticas crônicas são a décima principal causa de mortes nos EUA, gerando custos anuais em saúde de cerca de 10 bilhões de dólares. A incidência vem aumentando nos EUA junto com as taxas de obesidade, condição que prejudica o funcionamento do fígado.



Fonte: Reuters - Terra
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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Aquecimento global se tornou audível, afirma estudo


     É melhor esperar que o controle de volume do aquecimento global não chegue ao 11. Agora que a mudança climática parece ter se tornado audível, esse marco tomado de empréstimo ao filme "Spinal Tap" talvez venha um dia a representar a maneira definitiva de avaliar o grau de catástrofe climática que teremos de enfrentar.


Agora se tornou possível ouvir o avanço do aquecimento global em forma de tempestades maiores (foto: National Geographic)

     De acordo com um novo estudo, agora se tornou possível ouvir o avanço do aquecimento global em forma de tempestades maiores, mais intensas e surgidas a intervalos cada vez mais frequentes - sinais de mudança climática, na interpretação de muitos cientistas.
     Ao longo das décadas, os sismologistas vêm filtrando e excluindo de suas medições os sons de imensas ondas propelidas pelo oceano quando estas se chocam com as costas. O incômodo ruído que elas geravam interferia com a detecção de terremotos. Mas agora alguns especialistas alteraram seus filtros de maneira a excluir os indicadores de terremotos e a aumentar o volume das ondas de tempestade.


Ondas batem contra a costa rochosa da região oriental de Barbados, em Bathsheba (foto: National Geographic)

     O som de ondas colidindo com a costa cria vibrações muito específicas, de acordo com Peter Bromirski, do Instituto Scripps de Oceanografia, o diretor científico do estudo. E essas vibrações indicam qual é a severidade real das tempestades oceânicas.
     Bromirski e outros continuam a estudar dados sismológicos de tempestades acontecidas dos anos 30 até o presente, e estão esperando antes de divulgar o resultado completo de suas análises ao público. Mas uma tendência já se tornou evidente, segundo ele. "Existe uma clara elevação nos eventos severos de tempestade ao longo dos anos, que temos percebido nas estações de gravação".
     O cenário mundial está muito bem preparado para escuta em larga escala das ondas de tempestade no oceano aberto. As estações de registro sísmico vêm acompanhando as vibrações do planeta, de diversos pontos de registro, desde os anos 30, trabalhando sempre mais ou menos da mesma maneira. A consistência que esse método oferece pode ser reconfortante para os cientistas.


O derretimento de geleiras, como esta na Gronelândia, é uma séria consequência do aquecimento global (foto: Getty Images)

     Por exemplo, dados de satélites sobre os padrões climáticos foram utilizados para identificar provas de uma tendência de intensificação das tempestades, mas alguns cientistas afirmam que a tecnologia de satélites mudou tanto ao longo das décadas que seu uso é problemático para o acompanhamento de tempestades em longo prazo.
     "O que essas estações de registro (de tendências sismológicas) têm de melhor", disse Bromirski, "é que se trata de sistemas muito estáveis, que registram sempre de maneira muito consistente as vibrações produzidas pelas atividades relacionadas a tempestades". As constatações do estudo foram publicadas na revista Science.

Fonte: National Geographic - Terra
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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Greenpeace: gado de desmatamento ilegal é consumido mundialmente


ONG lança relatório sobre o que chama de 'consumo cego'.
Frigoríficos compram bois de áreas embargadas, diz grupo ambientalista.

     A ONG Greenpeace lança nesta segunda-feira (1º) relatório que afirma que a carne e o couro produzidos em áreas de desmatamento recente e ilegal na Amazônia são vendidos mundialmente.
     A organização ambientalista chama de 'consumo cego', a compra de produtos que ajudam a promover a destruição da floresta. Para mostrar que o gado produzido à custa de irregularidades ambientais chega a lugares tão distantes como a Ásia, a organização rastreou milhares de notas fiscais e guias de transporte.


Gráfico divulgado no relatório do Greenpeace mostra a relação entre o aumento da área desmatada e a quantidade de cabeças de gado criadas na Amazônia. (Foto: Fonte: Imazon)

     Os documentos apontam, por exemplo, a negociação de gado oriundo de
terra indígena e áreas embargadas pelo Ibama por excesso de desmatamento com grandes frigoríficos exportadores.
     A cadeia produtiva que absorve o gado "pirata" se estende até a Europa, a Ásia e a América do Norte, onde o couro é usado, segundo o Greenpeace, para a produção de calçados, bancos de couro para automóveis, entre outros produtos. A carne é revendida por cadeias de supermercados mundo afora.
     "Antes de exportar, os frigoríficos da região amazônica embarcam carne ou pele para fábricas processadoras a milhares de quilômetros de distância no sul do país. Em diversos casos, processamento adicional é realizado nos países importadores antes que o produto final chegue ao mercado", detalha o Greenpeace.
     A organização critica o governo brasileiro por investir em grandes companhias do setor pecuário por meio do BNDES. "A expansão destes grupos é, efetivamente, um empreendimento conjunto com o governo brasileiro", argumenta a organização ambientalista.

Fonte: Globo Amazônia
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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