sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Concentração de dióxido de carbono na atmosfera chega a nível recorde

Níveis em 2006 foram de 381,2 partes por milhão.
Aumento foi de 0,53% em apenas um ano, segundo boletim.

     A concentração de dióxido de carbono (CO2), um dos gases culpados pelo efeito estufa, na atmosfera terrestre alcançou em 2006 um nível nunca registrado antes, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
     Segundo o "Boletim sobre os gases do efeito estufa" publicado nesta sexta-feira (23), o nível em 2006 de CO2 foi de 381,2 partes por milhão, o que representa 0,53% a mais que em 2005.
     Os números se baseiam nas observações feitas através da Rede Mundial de Vigilância do dióxido de carbono e do metano, outro gás que provoca o efeito estufa e, portanto, a mudança climática, estabelecida pela OMM.
 
Aumento da temperatura causada pelo CO2
 
     O dióxido de carbono, o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) são os três gases do efeito estufa mais relevantes presentes na atmosfera terrestre.
     A concentração do óxido nitroso também alcançou valores recordes em 2006, para 320,1 partes por milhão.
     Segundo a OMM, a concentração de CO2 e de óxido nitroso na atmosfera terrestre aumentou em 36% desde a era pré-industrial, no final do século XVIII.
     Grande parte deste aumento é por causa das emissões relacionadas à queima de combustíveis fósseis.
Autor: EFE - G1


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Lula agora apóia rigor para licença ambiental

No Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, presidente abandona crítica à área do meio ambiente no governo por atrapalhar obras do PAC
 
     O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mudou o discurso sobre meio  ambiente. Ao anunciar o envio ao Congresso no início do próximo ano de um Plano Nacional e de um Programa de Política de Mudanças Climáticas, ele deixou de lado as críticas ao Ministério do Meio Ambiente e defendeu a posição dos técnicos da área de licenciamento de obras.
     Em discurso no Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, no Palácio do Planalto, ele avaliou que o problema na área de licenciamento não era ideológico, como chegou a dizer no início do ano, mas falta de pessoal e falta de recurso.
     "Eu sei a angústia e o sofrimento no tempo em que a gente não tinha dinheiro", disse. "O governo vive esse confronto cotidiano, esses meninos sabem quantas pessoas nós tínhamos para fazer licenciamento, e era pau neles, pau neles."
     A reunião do fórum foi conduzida a portas fechadas, mas um longo trecho do discurso do presidente foi ouvido por jornalistas num corredor do palácio, próximo ao salão onde ocorreu o encontro.
     "O ministério era o culpado, ninguém se preocupava que não tinha funcionários suficientes", disse o presidente em outro trecho do discurso.
     "Foram dois anos trabalhando, aprendendo, apanhando, batendo, até chegar à posição de ganhar mais voz."
     Os assessores do Planalto retiraram os jornalistas do corredor, impedindo que a imprensa seguisse acompanhando o restante do pronunciamento de Lula.
     Foi um discurso bem diferente dos que o presidente fez nos últimos meses. Lula sempre atacou os técnicos do licenciamento ambiental e reclamava com a própria ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, especialmente pela "demora" na licença para construir as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira. No início do ano, ele chegou a dizer que a equipe de Marina queria colocar um "bagre" no colo dele, referindo-se aos peixes do Madeira.
     Desmatamento
     Lula ainda avaliou que o governo federal sozinho não tem condições de combater o desmatamento da Amazônia. "Nós ainda temos uma deficiência grave", disse. "Se o governo federal acha que pode cuidar de um território grande como esse, é um ledo engano", completou.
Ele ainda defendeu parcerias com Estados, prefeituras, movimentos sociais e a Igreja Católica. "Todo mundo tem de ser fiscal de todo mundo."
 
     Plano nacional
     Na mesma reunião, Lula assinou um decreto instalando uma comissão interministerial para elaborar o Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que deverá ser enviado ao Congresso até 30 de abril.
     O plano vai definir metas nacionais de redução de emissões de gases que causam o efeito estufa. O governo ainda pretende mandar ao Legislativo, em janeiro, o Programa de Política de Mudanças Climáticas.
     O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, disse, em entrevista, que o eixo central do Plano Nacional de Mudanças Climáticas é definir uma meta de redução de desmatamento e queimadas. O plano definirá formas de adaptação às mudanças climáticas e incentivos a pesquisas na área. "É possível definir essas metas", reiterou Capobianco.
 
Fonte: O Estado de SP - Jornal da Ciência


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terça-feira, 20 de novembro de 2007

Brasil importará poluição, disseram EUA

Afirmação está em documento de 1972 produzido pelo Departamento de  Estado na véspera de 1ª conferência ambiental;
Análise ecoa em posições defendidas hoje pelo país em reuniões ambientais, como a aversão à vigilância externa sobre a Amazônia
 
     "No futuro, o Brasil poderá até mesmo se tornar um "porto seguro de poluição" para empresas que estejam procurando escapar a restrições de países com controles." A frase está no documento intitulado "Brazil - If Development Brings Pollution, so Be It" ("Brasil - Se o Desenvolvimento
 Traz Poluição, Que Assim Seja").
     Seu autor é o Departamento de Estado norte-americano. O texto, disponível online desde que foi "desclassificado" (jargão dos serviços de inteligência para documentos que deixam de ser secretos), mas nunca antes publicado, traz a data de 28 de fevereiro de 1972.
     Escrito por Ruth M. Schimel e aprovado por Godfrey H. Summ, da Chancelaria norte-americana, o relatório procurava dar uma panorâmica da situação do meio ambiente ("ecologia" era palavra mais em voga então) no Brasil para o governo Nixon (1969-1974).
     Foi feito às vésperas do que é considerado o primeiro encontro multilateral sobre o tema, a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, em 1972.
     As críticas feitas então encontram eco 35 anos depois, quando o mundo se prepara para debater o tema da vez na "ecologia" - as mudanças climáticas - em Bali, na Indonésia, no mês que vem.
     A oposição do Brasil a controles externos, diz o documento, "reflete medos profundos de que tais controles possam frustrar seu impressionante crescimento econômico e o cumprimento de seu destino de potência mundial".
     "A política brasileira oficial [...] coloca objetivos de desenvolvimento acima do controle da poluição e busca forçar os países desenvolvidos a assumir a responsabilidade pelo controle da poluição", escreve Schimel no começo.
     A sentença poderia se referir a posições que o Brasil tem defendido em encontros ambientais internacionais, como a de que os países do Terceiro Mundo não podem abrir mão de seu "direito de poluir" em nome do desenvolvimento.
     Um esboço do decreto que propõe a elaboração do Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que o governo Lula promete aprovar em 2008, reflete esse tipo de posição. A Folha publicou trechos do decreto no dia 10. Instado então pelo jornal a comentá-lo, Marcelo Furtado, do Greenpeace, fez crítica similar ao que já alertava o Departamento de Estado há mais de três décadas.
     "A única coisa que está assegurada aqui é que o desenvolvimento econômico não será afetado (...) Essa era a posição brasileira em 1972 em Estocolmo."
     O documento foi elaborado pelo hoje extinto Escritório de Pesquisa e Análise das Republicas Americanas, subordinado ao Escritório de Inteligência e Pesquisa da Chancelaria norte-americana, então comandada por William Pierce Rogers (1913-2001). Seu texto é bastante duro com a política ambiental brasileira.
     No geral, afirma, os brasileiros "continuarão a estimular investimentos em grande escala que apóiem seus objetivos de desenvolvimento, mesmo que isso signifique "importar poluição". E conclui com a frase do início dessa reportagem.
     Em outro trecho, o documento arrisca uma análise do cenário político brasileiro: "Aqueles que fazem as políticas públicas estão de acordo entre si e dizem que padrões internacionais serão usados para manter as nações em desenvolvimento dependentes".
     Outros, continua, "como membros do fraco Congresso e o presidente do Instituto de Estudos Oceânicos [Instituto Oceanográfico], admitem os perigos da poluição, mas no geral pedem soluções brasileiras para problemas brasileiros".
 
Autor: Sérgio Dávila (Folha de SP, 20/11) - Jornal da Ciência


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domingo, 18 de novembro de 2007

TV de Bangladesh divulga cifra de 3.000 mortos por ciclone

     O canal privado de TV Bangla, de Bangladesh, divulgou neste domingo que a cifra de mortos já atingiu os 3.000, devido à passagem do ciclone Sidr. A última contagem oficial aponta para cerca de 2.388 baixas, enquanto a Cruz Vermelha já fala em algo entre 5.000 e 10 mil vítimas.
     A cifra de baixas têm aumentado constantemente, à medida em que as equipes de resgate chegam às zonas litorâneas afetadas. O Exército e as equipes de socorro têm encontrado dificuldades em acessar as áreas mais afetadas, no sul do país.
     O ciclone Sidr foi classificado por muitos como um dos mais poderosos das últimas décadas, mas um plano de evacuação prévio e o fato de o furacão ter tocado a terra durante a maré baixa evitaram uma catástrofe ainda maior.
O Sidr arrasou tudo o que encontrou em seu caminho, com ventos de até 233 km/h, e causou uma alta das ondas em cinco metros, num país onde 60 milhões de pessoas vivem a menos de dez metros acima do nível do mar.
 
 
     A Cruz Vermelha de Bangladesh calcula que 900.000 famílias precisem de ajuda, o equivalente a 7 milhões de pessoas. A Marinha já enviou toneladas de víveres e medicamento, enquanto a Força Aérea empregou seus helicópteros na distribuição de alimentos e remédios.
     A União Européia, e em separado, a Alemanha, Suíça e Espanha, enviaram pelo menos 3 milhões de euros (cerca de R$ 8 milhões). Os Estados Unidos também prometeram auxílio financeiro e material.
 
 
 
     Equipes de organizações internacionais e soldados se reúnem num esforço massivo para ajudar os milhares de feridos e desabrigados, mas a devastação das áreas atingidas dificulta a distribuição de arroz, água potável e barracas para a população atingida.
     "Eu esperei horas para ter algo que comer. E o que eu recebi foram apenas uns poucos biscoitos. Não é suficiente", afirma Asad Ali, 45, um fazendeiro de Barguna, um dos distritos mais duramente atingidos.
     Ele contou que recebeu os biscoitos de um helicóptero que soltou pacotes de comida e atraiu uma multidão faminta.
 
 
     Funcionários do governo defendem os esforços já feitos e manifestam confiança de que as autoridades vão dar conta das tarefas. "Nós temos água e comida suficientes. Nós vamos superar esses problemas", afirmou Shahidul Islam, um funcionário sênior de Bagerhat. O governo afirma que reservou US$ 5,2 milhões (cerca de R$ 9 milhões) para ajuda emergencial e reconstrução das casas.
Fonte: Folha Online


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