sábado, 9 de junho de 2007

Groenlândia já sente efeito do aquecimento

A superfície em degelo aumentou 30% nas últimas três décadas. O derretimento acontece numa velocidade maior do que se pensava.

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Barcos pesqueiros navegam perto de icebergs (Foto: Reuters)
 
 
     A mudança climática arrasa as calotas polares e contribui para números cada vez mais desanimadores sobre o planeta. Na Groenlândia, a maior de todas as ilhas, com 2,6 milhões de quilômetros cúbicos de gelo (10% de toda a água potável do mundo), os últimos levantamentos deixam isso bem claro. Em 30 anos, a superfície em degelo aumentou 30%. Nos últimos tempos, isso aconteceu a um ritmo que varia de 100 a 150 quilômetros cúbicos por ano, o que equivale a todo o gelo dos Alpes.
 
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A Groenlândia, território dinamarquês, tem 2,6 milhões de quilômetros cúbicos de gelo (Foto: Reuters)
 
 
     "As pessoas se assustam quando descobrem que o processo (de derretimento) acontece mais rápido do que se supõe", relata Konrad Steffen, especialista da Universidade do Colorado enviado pelo governo dos Estados Unidos, um dos países que mais sentiriam o efeito devastador se todo o gelo da Groenlândia se perdesse. Cidades como Nova York e Londres ficaram inundadas. Ilhas como as Maldivas praticamente sumiriam.
 
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O especialista Konrad Steffen, a serviço dos Estados Unidos. Nova York ficaria inundada se todo o gelo da Groenlândia derretesse. (Foto: Reuters)
 
 
     Mas não é preciso fazer especulações ou viajar no tempo para sentir o drama. A perda de gelo desaqueceu a indústria do turismo na Groenlândia, fonte importante de renda para a maioria dos 56 mil moradores.
 
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Turistas observam icebergs em Disko Bay (Foto: Reuters)
 
 
Reuters - G1


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quinta-feira, 7 de junho de 2007

Igreja Católica considera a poluição pecado grave

     O presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, cardeal Renato Raffaele Martino, afirmou que quem destrói o meio ambiente "comete um pecado grave", em entrevista publicada hoje pelo jornal Il Messaggero.
     O cardeal Martino explicou na entrevista o ponto de vista da Igreja Católica sobre a destruição ambiental, que considera um "insulto a Deus".
     "Jogar uma sacola de lixo na rua é um pecado venial. Mas quem destrói a Amazônia comete uma ofensa grave. Destruir o grande pulmão verde que é a floresta amazônica prejudica toda a humanidade e não só a população local", explicou Martino.
     O cardeal anunciou que o Conselho está estudando a criação de um documento sobre o meio ambiente. Ele comentou ainda que a Igreja Católica sempre mostrou preocupação com o planeta e que no Catecismo se lê que "a terra e seus bens são um dom que o homem pode usar, melhorar, mas não destruir".
     O bispo explica que para defender o meio ambiente "é necessário mudar o estilo de vida, sobretudo no Ocidente". "A mudança tem que começar com um novo caminho educativo, começando pelas escolas. Falta uma educação ambiental em todos os níveis e a percepção das conseqüências da poluição", acrescentou.
     Ele lamentou a falta de um acordo sobre a proteção ambiental entre os países do G8 (os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia), pedindo alguma medida diante do que considerou "um problema urgente".
 
Autor: Agência EFE S/A.
 


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terça-feira, 5 de junho de 2007

Respirando intensamente...

Polinésios vieram à América antes dos europeus


Fósseis de galinhas encontrados no Chile pertencem a linhagens genéticas originárias da Oceania


O estudo analisou o DNA dos mais antigos fósseis de galinha já encontrados na América (montagem: Tim Mackrell).
Antes de os portugueses e espanhóis chegarem ao Novo Mundo, os polinésios já haviam estado na América do Sul, trazendo consigo frangos e possivelmente outras espécies de animais. Isso é o que indicam fósseis de galinha do século 14 encontrados no Chile. A análise do DNA dos ossos mostra que eles pertencem a linhagens da Polinésia, diferentes das dos frangos introduzidos pelos europeus cem anos depois.

Os polinésios teriam vindo ao Novo Mundo navegando pelo Pacífico, em condições similares às da viagem que o norueguês Thor Heyerdahl fez em 1947, em uma embarcação construída com a tecnologia disponível na América pré-colombiana. A bordo do Kon-Tiki , o explorador percorreu cerca de 7 mil quilômetros entre o Peru e as ilhas Tuamotu, na Polinésia, em uma viagem de 101 dias.

A introdução das galinhas nas Américas é objeto de discussão no meio acadêmico há 30 anos. Embora muitos defendam que essas aves tenham sido trazidas pelos europeus, os relatos dos conquistadores espanhóis que chegaram ao Peru em 1532 com Francisco Pizarro indicam que elas já faziam parte de rituais incas. Os especialistas acreditam que, caso elas tivessem sido trazidas pelos europeus, não teria havido tempo o bastante para que elas pudessem ter se integrado aos costumes religiosos dos povos nativos.

A introdução das galinhas por povos vindos da Ásia e da Oceania já havia sido sugerida anteriormente. Para investigar essa hipótese, a equipe da geneticista Elizabeth Matisoo-Smith, da Universidade Massey, em Auckland (Nova Zelândia), extraiu o DNA dos mais antigos ossos de galinha já encontrados nas Américas, provenientes do sítio arqueológico de El Arenal, no centro-sul do Chile. A datação direta dos fósseis indica que eles têm mais de 600 anos, com origem provável entre 1321 e 1407.

O material genético foi comparado com seqüências de DNA de 12 fósseis de galinhas encontrados em cinco arquipélagos da Polinésia. Os resultados da análise, publicados esta semana na revista PNAS , indicam que os fósseis pertencem a linhagens também encontradas em sítios arqueológicos nos arquipélagos de Tonga e da Samoa Americana. A presença de uma determinada seqüência de uma dessas linhagens em galinhas chilenas contemporâneas reforça a conclusão.

Resultados inequívocos
O DNA do fóssil sul-americano foi comparado com o de ossos de galinhas encontrados em sítios arqueológicos em cinco arquipélagos da Polinésia, destacados no mapa – clique para ampliar (imagem: Matisoo-Smith et al./PNAS).
Os autores consideram a assinatura genética encontrada no fóssil estudado uma evidência inequívoca da presença dos polinésios nas Américas antes dos europeus. "Seguimos os protocolos para o estudo de DNA antigo e tivemos nossos resultados replicados de forma independente por um outro laboratório, que chegou às mesmas conclusões", conta Matisoo-Smith à CH On-line . "A hipótese de contaminação de DNA está fora de questão."

As conclusões do estudo vêm se somar a outros indícios de contatos pré-colombianos entre os povos da Polinésia e das Américas. A descoberta em sítios arqueológicos da Califórnia e do Chile de embarcações semelhantes às da Polinésia e a presença de espécies nativas da América do Sul, como a batata-doce ( Ipomoea batatas ), em sítios arqueológicos polinésios anteriores à ocupação européia já haviam sugerido essa possibilidade.

Matisoo-Smith acredita que outras espécies possam ter sido trazidas para a América do Sul. "O rato Rattus exulans foi levado pelos polinésios a praticamente todos os sítios que eles ocuparam", conta a pesquisadora. "Seria de se esperar que esses animais também tivessem sido levados para as Américas."

Novos estudos de fósseis encontrados na Oceania e na América do Sul poderão trazer mais detalhes sobre a data e o local em que os polinésios desembarcaram em nosso continente. "Planejamos visitas a museus chilenos à procura de ossos de ratos em coleções de fósseis e esperamos realizar escavações adicionais na região em busca de mais fósseis de galinhas ou ratos que tragam novas pistas sobre a vinda dos polinésios", afirma Matisoo-Smith.



Bernardo Esteves
Ciência Hoje On-line
05/06/2007


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Servidores do Ibama pedem Ajuda

 
     Nós, servidores do IBAMA em Minas Gerais, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, órgão público responsável pela execução da política nacional de meio ambiente, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, pedimos auxílio das comunidades ambientalistas e científicas para divulgação da pressão que vimos recebendo no Brasil para liberação de grandes obras que atingem extensas áreas da floresta amazônica e do cerrado brasileiros, afetando reservas indígenas, unidades de conservação e áreas ainda bem conservadas, porém muito pouco estudadas, mas com comunidades humanas em vias de deslocamento e desagregação, sem que as alternativas ou limitações a estas obras sejam discutidas abertamente. Tais obras beneficiam as grandes empreiteiras do país, que indiretamente ditam a política nacional. Relação escusa que ficou escancarada na última operação da Polícia Federal, que flagrou membros do Ministério de Minas Energia sendo corrompidos e atuando como lobistas de empresas que têm como objetivo executar obras previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
     Paralelamente, vê-se a continuada e intensa degradação da Amazônia e do Cerrado, o acelerado êxodo rural em função da expansão do agro-negócio e uma imensidão de terras já sem fertilidade, bem como o quadro de miséria e abandono da maioria das unidades de conservação, cujos funcionários se encontram expostos a conflitos sérios sem apoio logístico, financeiro ou jurídico e com precariedade administrativa.
     Pedimos apoio internacional para que a imprensa brasileira tenha maior liberdade para refletir a dimensão da perda que nos ameaça - a perda da oportunidade de estabelecer uma outra forma de desenvolvimento, que seria exemplar, utilizando a nossa imensa diversidade de ambientes, de espécies, de serviços ambientais e de culturas - perdas estas que a sociedade irá sentir, crescentemente, ao longo do tempo. No momento estamos rapidamente convergindo para a escolha comum da humanidade, de dilapidação dos recursos naturais, em uma confusão cruel entre valor e preço.
     Lembramos que:
- O governo brasileiro está empenhado na implantação do PAC a qualquer custo;
- O governo brasileiro já conseguiu a liberação da Transposição do rio São Francisco, apesar dos estudos técnicos que apresentam numerosas técnicas alternativas mais baratas e mais efetivas para prover o abastecimento de água sem os riscos associados à irrigação em um ambiente semi-árido, com grandes e conhecidos estragos já verificados em diversos locais do mundo. O empenho dos recursos para a transposição saiu antes da licença de instalação, atropelando os órgãos ambientais;
     Para o PAC é considerada fundamental a construção de duas barragens no rio Madeira (Jirau e Santo Antônio), no noroeste do país, afluente do rio Amazonas com elevada carga de sedimentos que descem dos Andes e imensa biodiversidade. Mas sua aprovação vem sendo forçada por chantagens como a troca por usinas nucleares ou termelétricas.
     A Ministra Marina Silva, apesar da relevância de sua figura pública, nos últimos quatro anos se mostrou submissa e omissa aos interesses do desenvolvimento in-sustentável, que imita o modelo irresponsável do passado do país, e se mostra ativa no asfixiamento progressivo do IBAMA, responsável pela execução da política ambiental de forma integrada, via corte de verbas e redução de poder de decisão e criação, no próprio MMA, de estruturas concorrentes com setores do IBAMA.
     O "torniquete" culminou com a divisão arbitrária do IBAMA, de que nem seus assessores diretos no Ministério do meio Ambiente foram informados, denegrindo todo o passado da ministra, de defesa da transparência e do compartilhamento de decisões;
     A imprensa brasileira, em grande parte, não se sensibilizou e não detectou as reais intenções por trás da divisão do IBAMA, que levará à oneração da gestão ambiental e ao enfraquecimento das decisões.
     A que interesses atende a divisão do órgão máximo de gestão ambiental do país, neste momento, sem discussão profunda e aberta? O isolamento do licenciamento ambiental em uma instituição despida dos centros de pesquisa sugere uma intenção de tirar sua força e sua legitimidade, inclusive perante a comunidade científica nacional e internacional.
     O surgimento de verbas suficientes para financiar esta divisão, custosa em termos administrativos, após quatro anos de falência do IBAMA, sem carros, sem telefone ou luz em diversos locais, sugere que estes recursos ficaram guardados de forma irresponsável, como é o caso das centenas de milhões de reais em recursos de medidas compensatórias.
- Exigimos que o discurso ambientalista não seja desqualificado em prol de um suposto desenvolvimento;
- Exigimos respeito às pessoas que arriscam suas vidas e a de suas famílias na defesa em campo do meio ambiente e das populações rurais, que o isolamento na capital federal faz esquecer;
- Exigimos que os princípios de participação e compartilhamento, tão defendidos para a sociedade em geral pelo atual governo, se estenda aos que se encontram isolados nos rincões do país defendendo o desenvolvimento responsável em termos sociais e ambientais, e realmente fazendo, corpo a corpo, a interação com as comunidades, com custos infinitamente menores e resultados infinitamente maiores do que os da indústria de consultorias que prevalece no Ministério do Meio Ambiente.
- Exigimos o envio de nova Medida Provisória revogando a MP 366/07, de modo a permitir uma discussão aberta. 
 
 
Jornal do Meio Ambiente
Data: 5/6/2007
Fonte: http://www.jornaldomeioambiente.com.br/JMA-index_noticias.asp?id=12924


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domingo, 3 de junho de 2007

Ativação de região cerebral prediz altruísmo

     Pesquisadores da Duke University Medical Center descobriram que a ativação de uma região cerebral particular prediz se a pessoa tende a ser egoísta ou altruísta.
     "Embora o entendimento da função dessa região do cérebro possa não identificar necessariamente o que conduz uma pessoa como Madre Theresa, isso pode dar pistas das origens de comportamentos sociais importantes como o altruísmo", disse o investigador do estudo Scott A. Huettel, Ph.D, neurocientista do Brain Imaging and Analysis Center.
     O altruísmo descreve a tendência de as pessoas agirem de maneira a colocarem o bem-estar dos outros a frente do seu próprio. O motivo pelo qual algumas pessoas escolhem por agir de forma altruísta não é claro, disse o pesquisador principal do estudo Dharol Tankersley, estudante de mestrado no laboratório de Huettel.
     No estudo, os pesquisadores mapearam os cérebros de 45 pessoas, enquanto elas ou jogavam um jogo de computador ou assistiam o computador jogar sozinho. Em ambos os casos, o sucesso no jogo garantia dinheiro para uma caridade da escolha do participante.
     Os pesquisadores mapearam os cérebros dos participantes usando uma técnica chamada imagem por ressonância magnética funcional (fMRI, em inglês), que usa pulsos magnéticos inofensivos para medir mudanças nos níveis de oxigênio que indicam a atividade da célula nervosa.
     Os mapeamentos revelaram que a região do cérebro chamada de sulco temporal superior posterior foi mais ativada quando as pessoas perceberam uma ação - quando elas assistiram o computador jogar - do que quando elas mesmas agiram, disse Tankersley. Essa região, que fica na porção do topo posterior do cérebro, é ativada geralmente quando a mente está tentando compreender relacionamentos sociais.
     Depois, os pesquisadores caracterizaram os participantes como mais ou menos altruístas baseados em suas respostas a questões sobre com que freqüência eles se engajam em diferentes comportamentos de ajuda, e compararam os mapas cerebrais dos participantes com suas estimativas para comportamento altruísta. Os mapas fMRI mostraram que o aumento da atividade no sulco temporal superior posterior profetizou fortemente a probabilidade de uma pessoa ter comportamento altruísta.
     De acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que o comportamento altruísta pode ser originado de como as pessoas vêem o mundo ao invés de como elas agem nele.
     "Nós acreditamos que a habilidade de perceber as ações de outras pessoas como significativas é fundamental para o altruísmo", disse Tankersley.
     Os cientistas sugerem que estudar os sistemas do cerebrais que permitem que as pessoas enxerguem o mundo como uma série de interações significantes pode no final das contas ajudar a entender melhor as doenças como o autismo ou o comportamento anti-social, que são caracterizados por deficiências nas interações interpessoais.
     Agora, os pesquisadores estão explorando maneiras de estudar o desenvolvimento dessa região cerebral no começo da vida, disse Tankersley, acrescentando que essa informação pode ajudar a determinar como as tendências em direção ao altruísmo são estabelecidas.
 
 
Nature Neuroscience
 


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Alternativa ecológica ao cimento de amianto

     
O fibrocimento pode ser usado na confecção de telhas, placas planas e acessórios para construções.
Um novo tipo de cimento desenvolvido no Brasil vem sendo considerado uma alternativa ecológica ao cimento-amianto para a produção de telhas e placas planas. Resultado de pesquisas conduzidas pelo engenheiro civil Carlos Marmorato Gomes após seu doutorado na Universidade de São Paulo (USP), o material usa fibras de escória descartadas de atividades siderúrgicas. Amostras do novo fibrocimento já foram aprovadas em testes de resistência e durabilidade, o que capacita o produto para uso em construções.

     O fibrocimento serve como base para a fabricação de diversos materiais usados em construção. O amianto ainda é o principal componente dos fibrocimentos produzidos atualmente. Para a fabricação de placas planas, porém, o uso do mineral já não é mais preciso. O novo fibrocimento, que, além da escória, é feito de um composto híbrido de fibras poliméricas e celulose, pode substituir o cimento-amianto com vantagens.

     O grande diferencial do novo produto são seus benefícios ecológicos. O uso de fibras de escória vai evitar que esse material seja lançado em aterros sanitários pela indústria siderúrgica, o que prejudica o meio ambiente. Além disso, o novo fibrocimento não é tóxico, ao contrário do produzido com amianto, mineral bastante nocivo à saúde, cancerígeno, e que já teve seu uso proibido em diversos países.

     O fibrocimento feito de escória, que teve seu desenvolvimento finalizado na empresa do engenheiro – a TREND Tecnologia, Pesquisa e Desenvolvimentos, incubada na Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos –, tem ainda vantagens econômicas. Embora o amianto seja mais barato no mercado, o uso do novo cimento pode significar uma redução de até 30% no custo final de produção, já que utiliza material que seria descartado.

     
Telhas e placas planas produzidas com o fibrocimento de escória descartada de siderúrgicas, uma alternativa ao cimento de amianto. (Foto cedida pelo pesquisador).
Para a fabricação de uma telha em laboratório, por exemplo, o pesquisador usou 1,8% de fibras de polipropileno, 2% de fibras de escória, 2% de fibras de celulose e 25% de calcário. O restante foi preenchido com cimento convencional, chamado Portland. Mas Gomes ressalta: "Não se trata de uma receita. As composições podem variar conforme as necessidades do produto e do sistema de produção."

     Alternativas ao cimento-amianto têm sido bem aceitas no mercado. Elas já representam a maior parte das vendas tanto do material puro quanto de seus derivados, com exceção das telhas, que ainda usam um percentual de amianto em sua produção. Segundo pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional dos Produtores de Artefatos de Cimento em 2003, dos cerca de 400 milhões de metros quadrados (m 2 ) de cobertura existentes no Brasil, aproximadamente 50% eram fabricados em amianto. "Em 2006, esse número subiu para cerca de 420 milhões de m 2 , dos quais 46,7% eram feitos de amianto", afirma Gomes, ressaltando que o mercado para produtos alternativos é promissor. "A tendência é que o novo fibrocimento seja bem aceito, justamente por seus benefícios ecológicos", avalia.



João Gabriel Rodrigues
Ciência Hoje On-line
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/92770


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