quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Austrália assina protocolo de Kyoto

     Nesta segunda-feira o país foi aplaudido na abertura da conferência sobre as alterações climáticas, em Bali, por concordar em ratificar o protocolo de Kyoto. Agora os EUA são a única nação desenvolvida fora do acordo.
     O novo primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, assinou o protocolo de Kyoto logo após assumir o cargo, pondo fim à longa oposição do seu país ao documento.
     Cerca de 190 países estão reunidos em Bali buscando um consenso sobre o novo acordo global contra as mudanças climáticas, que deve ser aprovado em 2009, a fim de evitar as secas, as ondas de calor e o aumento do nível dos oceanos.
 
Autor: Antonio Carlos Ribeiro - Atividade Ambiental


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terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Às vésperas do Apocalipse?

     Armagedon, segundo o Livro do Apocalipse, é o mítico vale no qual acontecerá o enfrentamento final entre Deus e os espíritos malignos. Estamos caminhando para o Armagedon? Os sombrios cenários atuais fazem com que biólogos, bioantropólogos e astrofísicos avaliem a possibilidade de extinção da espécie homo sapiens demens, ainda neste século. Apresentam argumentos que merecem ser ponderados. O mais forte parece ser o da superpopulação, articulada com a dificuldade de adaptação às mudanças climáticas.
     Na escala biológica verifica-se um crescimento exponencial. A humanidade precisou de um milhão de anos para atingir, em 1850, uma população de um bilhão de pessoas. Os espaços temporais entre os índices do crescimento populacional diminuem cada vez mais, e se prevê que até 2050 haverá dez milhões de humanos. É um triunfo da espécie ou um prejuízo para toda a humanidade? A bióloga Lynn Margulis e seu filho, o escritor científico Dorion Sagan, afirmam em seu livro Microcosmos que um dos sinais do colapso que afetará a espécie é sua rápida superpopulação, com base em dados dos registros fósseis e da própria biologia evolutiva.
 
Microcosmos da bióloga Lynn Margulis e do seu filho Dorion Sagan
 
     Isto pode ser comprovado colocando-se colônias de bactérias e nutrientes na cápsula de Petri. Pouco antes de chegarem à beirada da placa cilíndrica, e antes de esgotarem os nutrientes, os microorganismos se multiplicam de maneira exponencial. E, repentinamente, morrem. Para a humanidade – comentam os autores – a Terra pode assemelhar-se a uma cápsula de Petri. De fato, ocupamos quase toda a superfície terrestre e deixamos livres apenas 17%: desertos, floresta amazônica e regiões polares. Estamos chegando à borda física do planeta. É um sinal precursor de nossa próxima extinção?
     O prêmio Nobel de Medicina em 1974, Christian de Duve, afirma em seu livro Vital Dust que estão sendo verificados sintomas que no passado precederam grandes extermínios. A cada ano desaparecem 300 espécies vivas porque chegam ao seu clímax evolutivo. Devido à pressão industrial global sobre a biosfera, o total de desaparecimento de espécies está chegando a 3,5 mil por ano. Esta destruição progressiva não ameaça também a nossa espécie? O falecido astrônomo Carl Sagan via, na tentativa humana de explorar a Lua e enviar sondas espaciais para fora do sistema solar, uma manifestação do inconsciente coletivo que pressente o risco de uma extinção próxima.
     A vontade de viver nos induz a imaginar formas de sobrevivência além da Terra. O astrofísico Stephen Hawking concebe a possibilidade de uma colonização extra-solar com uma espécie de veleiros espaciais impulsionados por raios laser. Contudo, para chegar a outros sistemas planetários, teríamos de percorrer bilhões e bilhões de quilômetros, faltariam séculos. O que pensa a teologia cristã deste eventual desaparecimento da espécie humana? Se o ser humano frustrar sua aventura planetária, significará, sem dúvida alguma, uma tragédia inominável.
      No entanto, não seria uma tragédia absoluta. Quando o Filho de Deus assumiu nossa humanidade, foi ameaçado de morte por Herodes. Durante sua vida foi rechaçado, preso, torturado e, finalmente, assassinado na cruz. Somente então se formalizou o pecado original, que é um processo histórico de negação da vida. Maior perversidade do que matar uma criatura, tirar-lhe a vida, é matar o Autor da vida, o Deus encarnado. Porém, os cristãos testemunham que a última palavra não é a morte, mas a resolução, que não é a reanimação de um cadáver. É a plena realização das potencialidades do ser humano, uma verdadeira revolução dentro da evolução.
     Talvez aconteça um salto na direção anunciada por Pierre Teillhard de Cardin, em 1933: uma irrupção da noosfera, isto é, daquele estado de consciência e de relação com a natureza que inaugurará uma nova convergência de mentes e corações e daí a uma nova era da condição humana. Nesta perspectiva, o cenário atual não seria de tragédia, mas de crise. A crise é purificação e maturidade. Prenuncia um novo início, a dor de um parto promissor e não as penas do naufrágio da aventura humana. O que pode acabar não é a vida humana, mas esta vida humana insensata que ama a guerra e a destruição em massa.
     Temos que inaugurar um mundo humano que respeite a vida, dessacralize a violência, que seja pródigo em amor e cuidado a todos os seres, que pratique a justiça verdadeira, que venere o mistério do mundo ao qual chamamos fonte originária ou Deus. Ou, simplesmente, que aprendamos a tratar humanamente todos os seres humanos e com compaixão e respeito toda a criação. Tudo o que existe merece existir. Tudo o que vive merece viver. Especialmente o ser humano.
 
Autor: Leonardo Boff - Portal do Meio Ambiente


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Greenpeace persegue baleeiros japoneses contra a "caça científica"

     Procura-se um baleeiro japonês. Com este objetivo, cerca de 40 ativistas do Greenpeace cruzam o Pacífico em busca da frota japonesa que partiu do porto de Shimonoseki, no Japão, há cerca de uma semana em direção ao oceano Antártico.
     Segundo a ONG, uma frota baleeira pretende caçar baleias-jubartes pela primeira vez desde 1963, quando se estabeleceu a moratória que proibiu sua caça. A espécie está na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
 
Navio Esperanza, do Greenpeace, que persegue baleeiros no Pacífico; objetivo é pedir que cessem as pesquisas com baleias
Navio Esperanza, do Greenpeace, que persegue baleeiros no Pacífico; objetivo é pedir que cessem as pesquisas com baleias
 
     A intenção dos ecologistas é "demonstrar ao mundo a farsa da caça científica", justificativa utilizada pelos japoneses para abater mais de mil baleias durante a temporada de caça deste ano. Além das 50 jubartes, os navios japoneses devem caçar 935 baleias mink e 50 baleias fin.
     Entre os ativistas do Greenpeace, está a bióloga brasileira Leandra Gonçalves, 25, coordenadora da campanha de baleias do Greenpeace Brasil e chefe de pesquisa a bordo do navio Esperanza.
Por uma conexão de satélite, ela conta do navio em um blog os detalhes da perseguição aos baleeiros que começou na semana passada.
     Em um dos relatos do blog, ela explica por que os ativistas a bordo do Esperanza ainda não conseguiram encontrar a frota japonesa, composta por quatro navios liderados pelo Nissin Maru, de 8.044 toneladas. "Estávamos perseguindo o navio errado."
     Também do navio, Gonçalves contou à Folha Online que desde sua partida os japoneses estariam tentando camuflar os verdadeiros fins da expedição. "Eles estão usando diversas estratégias para nos despistar. Eles saíram à noite, apagaram as luzes dos navios, tudo para que não conseguíssemos encontrá-los. Fomos ludibriados", desabafa.
 
     Justificativa
     A bióloga afirma que a caça para fins científicos não passa de uma desculpa dos japoneses para continuar com a caça comercial, proibida no país desde 1987 pela moratória da caça comercial mundial.
 
Leandra Gonçalves, coordenadora do projeto de baleias do Greenpeace Brasil."Estávamos perseguindo o navio errado"
Leandra Gonçalves, coordenadora do projeto de baleias do Greenpeace Brasil."Estávamos perseguindo o navio errado"
 
     "O fato de terem saído na noite escura é mais uma prova de que estão querendo se esconder na penumbra da noite, para não expor a caça comercial que estão realizando pobremente disfarçada de ciência", diz Gonçalves.
     Ao contrário do que afirma a ONG, o governo japonês se baseia na Convenção Internacional para a Regulamentação da Pesca da Baleia, que prevê que cada governo pode conceder uma permissão especial autorizando a matar, capturar e tratar baleias com propósito de pesquisas científicas.
     Em nota do consulado no Brasil, o governo japonês informa que a frota enviada ao mar Ártico, que pertence ao The Institute of Cetacean Research, irá coletar informações para melhor administrar as espécies baleeiras da segunda fase do programa "Japanese Whale Research Program".
 
     Protestos
     Em respostas aos diversos pedidos para que interrompa a pesquisa com baleias, o chefe de gabinete japonês Nobutaka Machimura afirmou nesta segunda-feira (26) que o Japão continuará com a caça às baleias porque "uma pesquisa científica não pode ser interrompida de repente".
     A Austrália é uma das maiores críticas à prática. Em outubro, os autralianos chegaram a lançar uma campanha no Youtube contra a caça de baleias. Veja o vídeo aqui.
 
     Pedido
     A idéia dos ecologistas do Greenpeace ao encontrar os navios japoneses é fazer um pedido para que eles interrompam as atividades de caça no oceano Antártico, em local considerado como santuário de baleias pela CIB (Comissão Baleeira Internacional).
 
Itsuo Inouye/AP
O navio baleeiro Nishin Maru deixa o porto de Shimonoseki, no Japão; governo não pretende interromper caça científica de baleias
O navio baleeiro Nishin Maru deixa o porto de Shimonoseki, no Japão; governo não pretende interromper caça científica de baleias
 
 
     "A princípio iremos fazer um pedido e outras ações vão depender do desenrolar", diz Gonçalves. "Queremos expor ao mundo o que eles estão fazendo".
     A ONG lançou uma campanha em seu site em que o internauta pode assinar uma mensagem que será enviada aos chefes de estado de quatro países --Brasil, Alemanha, Estados Unidos e Chile.
     A mensagem é um pedido para que estes líderes entrem em contato com o primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, a fim de convencê-lo a suspender a caça.
 
     Santuário de baleias
     Esta é a primeira vez que a América Latina tem presença significativa na ação do Greenpeace contra a caça de baleias. Além da brasileira, um argentino, um chileno e um panamenho estão a bordo do Esperanza.
     A presença latina tem como propósito incentivar a criação de um santuário de baleias no Atlântico Sul. A proposta será levada ao encontro anual da CIB, que acontece em junho de 2008 no Chile.
     "Estaremos lá em presença massiva de ONGs latinas para tentar novamente propor o santuário e proteger as baleias que se reproduzem em nossa costa", diz Gonçalves.
     Para ser aprovada, a proposta do santuário de baleias no Atlântico Sul precisa ter 75% de votos favoráveis entre os países que participam da CIB.
Autor: Thiago Faria da Folha Online


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