quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Como vai ser o clima do Brasil no futuro?

     Um supercomputador pode ajudar a responder essa pergunta. A máquina de R$ 36 milhões vai auxiliar a equipe do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) nos estudos sobre as causas e efeitos do aquecimento global no Brasil. "Antes dependíamos das simulações climáticas feitas em outros países. E muitas casos esses estudos não tinham precisão sobre regiões como o Brasil", diz Carlos Brito, diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "Agora estaremos entre os seis países do mundo que podem gerar cenários futuros sobre as mudanças climáticas". Essas informações são fundamentais para definir os relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU).
 

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     Os novos estudos científicos podem fortalecer o país nos acordos internacionais sobre o clima. "O debate político sobre o tema está calçado nos resultados científicos", afirma Brito. "E as negociações das medidas para minimizar os efeitos das mudanças climáticas são importantes para as economias de todas as nações". A compra do supercomputador faz parte do Programa Fapesp de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais. O projeto conta com o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e prevê o investimento de 100 milhões de reais em pesquisas sobre causas e impactos do aquecimento global no planeta. O programa vai usar instrumentos como o supercomputador e o aumento das pesquisas para descobrir como vai ser a agricultura, a biodiversidade e saúde no Brasil em um futuro com temperaturas mais elevadas.
     As pesquisas também devem trazer definições mais exatas sobre a contribuição nacional de gases que provocam o aquecimento global. O Brasil é o quinto país no ranking das emissões mundiais. A destruição da Amazônia representa 75% desse processo. O programa foi lançado hoje e as pesquisas vão acontecer no decorrer dos próximos dez anos.
 
Fonte: Juliana Arini - Blog do Planeta
Postado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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Derretimento no Ártico atingiu nível crítico

Gelo da região se derreteu ao segundo menor nível histórico, e deve continuar derretendo.
 
     Cientistas americanos advertiram que a área coberta de gelo no Ártico se reduziu a seu segundo menor nível desde o início dos registros por satélite, há 30 anos - o pode indicar que o derretimento chegou a um nível em que seus efeitos começam a se tornar irreversíveis.
     O derretimento este ano foi medido mais cedo que o normal. Por isso, os cientistas acreditam que a área pode diminuir ainda mais, para uma superfície menor que a registrada em setembro do ano passado, a menor já registrada.
     "Podemos muito bem estar em uma rápida trajetória rumo a superar um ponto sem volta", disse o cientista sênior do Centro Nacional de Monitoramento de Neve e Gelo (NSIDC, sigla em inglês), no Colorado, Mark Serreze. "Estamos passando agora por esse ponto."
 

Derretimento do Ártico chegou a um nível em que seus efeitos começam a se tornar irreversíveis

 
     Em 26 de agosto, a área coberta de gelo do Ártico media 5,26 milhões de quilômetros quadrados.
     Em 2005, foi registrada uma área coberta semelhante, de 5,32 milhões de quilômetros quadrados - mas a medição desse ano foi feita em setembro, um mês antes da medição deste ano.
     No recorde de derretimento, registrado em setembro de 2007, o gelo cobria apenas 4,13 milhões de quilômetros de quadrados. A título de comparação, a extensão de 1980 era de 7,8 milhões de quilômetros quadrados.
     A maior parte da cobertura atual consiste em uma camada relativamente fina de gelo, formada durante um só inverno e que derrete mais facilmente que o gelo formado ao longo de muitos anos.
 

A calota teve a sua segunda menor área desde os últimos anos

 
     Verões sem gelo
     Independentemente de o recorde de 2007 se manter ou ser quebrado nas próximas semanas, a tendência no longo prazo é evidente, dizem os cientistas: o gelo está declinando de forma mais acentuada que há uma década, o que transformará progressivamente o Ártico em uma região de mar aberto durante o verão.
     Uma previsão feita há alguns anos estimava que até 2080 o verão ártico se caracterizará por ser uma estação sem gelo.
     Posteriormente, modelos de computador começaram a antecipar as datas para algo entre 2030 e 2050; hoje, alguns cientistas crêem que isto pode ocorrer dentro de cinco anos.
     Um fenômeno que trará novas oportunidades, incluindo a chance de explorar petróleo e gás na região. A queima deste combustível elevaria o nível das emissões de gases que causam o efeito estufa na atmosfera.
     A ausência de verões gelados no Ártico teria impactos locais e globais. A imagem do urso polar em busca de gelo já é familiar; mas outras espécies, como focas, também sofreriam mudanças em seu hábitat, assim como muitos habitantes do Ártico.
     Globalmente, o derretimento do gelo ártico reforçaria o fenômeno do aquecimento, já que águas abertas absorvem mais energia do sol que o gelo.
 

Dizem os cientistas que "o gelo está declinando de forma mais acentuada que há uma década, o que transformará progressivamente o Ártico em uma região de mar aberto durante o verão".

 
Fonte: BBC - Terra Notícias
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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Mudança climática pode matar milhões de pessoas até 2028

     A mudança climática pode provocar a morte de milhões de pessoas nos próximos 20 anos em razão de seus efeitos sobre a nutrição e as doenças, segundo especialistas reunidos em Libreville para uma conferência interministerial sobre a saúde e o meio ambiente na África.
     "Hipócrates já dizia que, para estudar medicina, é preciso estudar o clima. A mudança climática teria efeitos diretos e indiretos sobre a saúde das pessoas. Diretos com os desastres, as inundações, as secas, mas também indiretos com as doenças", analisou a doutora espanhola Maria Neira, diretora do departamento de Saúde pública e meio ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS).
 

As crianças já sofrem atualmente por diversas causas e o risco aumentará no futuro

 
     "Entre a segunda metade dos anos 1970 e os anos 2000, a mudança climática foi responsável por aproximadamente 150.000 mortes suplementares por ano. Ela atingiu de modo esmagador as populações mais pobres. Segundo nossas estimativas, os dados devem aumentar, e ainda estamos considerando apenas uma parte das causas (de mortes decorrentes da mudança climática). É somente a parte imersa do iceberg", afirmou à AFP o pesquisador Diarmid Campbell-Lendrum, especialista do assunto na OMS.
     "Neste ritmo, o número de mortos, causados diretamente pela mudança climática, ficará em milhões daqui 20 anos", disse paralelamente à conferência interministerial sobre a saúde e o meio ambiente na África, que está sendo realizada esta semana.
     A malária, por exemplo, deixa um milhão de mortos por ano e atinge vários milhões de pessoas. "Já temos um grande problema de malária, e a mudança climática vai torná-lo ainda mais difícil. A temperatura influencia sobre a sobrevivência dos mosquitos e sobre os parasitas (que transmitem a malária) dos mosquitos. Em geral, quando mais calor, mais alta é a taxa de infecção", explicou o doutor Campbell-Lendrum.
     Com o aumento das temperaturas e do número de inundações, a malária já está aparecendo em regiões que ainda não tinham registrado casos da doença. Outra fonte de preocupação, as doenças diarréicas. Neste caso, a temperatura desempenha um papel crucial.
 

Maior número de enchentes causarão mais doenças

 
     "Em inúmeros casos, a bactéria que infecta a água ou o alimento sobrevive melhor a uma temperatura mais elevada. Mas, o aumento do número de inundações e, sobretudo, das secas, vai contaminar as fontes de água. Por exemplo, em períodos de seca, as pessoas estocam água durante muito tempo e lavam menos as mãos", explicou o pesquisador.
     "Uma de nossas maiores preocupações é a subnutrição. Este é o principal fator de má saúde e ela mata 3,5 milhões de pessoas por ano. (Com a mudança climática), a produção de alimentos deve aumentar ligeiramente em países ricos, mas deve cair em torno do Equador. Os que mais precisa de alimentos terão menos", destacou o doutor Campbell-Lendrum.
     No entanto, como destacou Banon Siaka, um engenheiro de Burkina Faso, "concordamos com esta constatação, mas existe um desafio: como se desenvolver e poluir menos? É difícil".
     "Os países africanos são os que menos contribuíram para a mudança climática e são eles que sofrem mais", disse a doutora Neira. "Nós não queremos em caso algum comprometer a luta contra a pobreza nos países mais pobres. Os países ricos, que contribuíram para a maior parte do problema, devem dar o primeiro passo", afirmou o doutor Campbell-Lendrum.
     "Exemplos de desenvolvimento durável podem permitir também reduzir as emissões de fases do efeito estufa e melhorar a saúde", garantiu. "Não é uma escolha entre desenvolver e não desenvolver, mas como desenvolver".
 

Os países africanos são os que mais sofrem...

 
Fonte: AFP - Terra Notícias
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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Os melhores cliques da natureza

     Um dos concursos de fotografia de natureza mais importantes da atualidade, promovido pela Instituição para o Gerenciamento da Água e do Meio Ambiente, premiou esta semana seus oito vencedores, entre os 1.400 inscritos.
 

O primeiro lugar ficou com o fotógrafo indiano Abhijit Nandi, com um retrato de uma mulher carregando uma criança em um vilarejo remoto no leste da Índia.

 

A segunda imagem, também da Índia, mostra como a população se aquece em um lugar onde são escassas as roupas de inverno.

 

A terceira, mostra um rio poluído;

 

A quarta, um moinho de vento em um local degradado;

 

A quinta, uma mulher de Gana transportando uma bacia d'água na cabeça.

 

A sexta imagem é bucólica e mostra um pavão em área sombreada;

 

A sétima, um cultura de arroz;

 

A oitava um por do sol em uma praia repleta de pedras.

 
     As imagens estarão em exposição no espaço Mil End Arts Pavillion, em Londres, de 17 de setembro a 11 de outubro.
 
Autora: Luciana Vicária - Blog do Planeta
Postado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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Órbita da Estação Espacial é modificada para evitar colisão com lixo

A órbita da plataforma é elevada regularmente vários quilômetros.
Atualmente, o complexo orbital está a 353,7 quilômetros de altura.
 
     A altura da órbita da Estação Espacial Internacional (ISS) foi reduzida para evitar uma possível colisão com lixo espacial, informou nesta quinta-feira (28) o Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia em comunicado.
     A correção da órbita foi realizada às 20h11 (13h11 de Brasília) de quarta-feira, com ajuda dos propulsores do veículo espacial europeu Julio Verne, acoplado à ISS.
     "Os serviços russo e americano de controle do espaço orbital informaram sobre a possível colisão, e esses dados foram utilizados pelos especialistas em balística do CCVE para calcular a correção da órbita da ISS", acrescenta o texto.
 

Estação Espacial Internacional (ISS)

 
     Após a manobra, a altura média da órbita da ISS se reduziu em 1,7 quilômetro, e é atualmente de 353,7 quilômetros.
     No entanto, a tripulação da plataforma orbital, integrada pelos cosmonautas russos Serguei Vólkov e Oleg Kononenko e pelo astronauta americano Greg Chamitoff, continuou seu trabalho segundo o programa.
     Em 13 de agosto, a nave européia realizou pela quarta vez uma manobra de correção a fim de colocar a ISS em uma órbita que garanta condições ideais para o acoplamento das naves russas Progress M-65 e Soyuz TMA-13, cujos lançamentos estão previstos para setembro e outubro, respectivamente.
     Habitualmente, a altura de órbita média da ISS oscila entre 360 e 330 quilômetros.
     A plataforma perde entre 100 e 150 metros de altura a cada dia por causa da gravitação terrestre, da atividade solar e de outros fatores, e por isso, três ou quatro vezes ao ano se realizam correções de sua órbita com ajuda dos motores das naves de carga.
     A órbita da plataforma é elevada regularmente vários quilômetros, manobra de correção na qual até há pouco se utilizavam as naves americanas e a naves russas "Progress", tarefa à qual agora se somou o cargueiro europeu.
     Com seus propulsores, as naves acopladas também podem modificar a orientação da ISS com relação ao Sol, sua inclinação em relação ao eixo terrestre, seu período de rotação em torno da Terra e sua velocidade de vôo.
     A órbita da plataforma espacial também foi corrigida em várias ocasiões para evitar possíveis colisões com meteoritos, lixo espacial e satélites.
 

Momento do acoplamento da Soyuz na Estação Espacial Internacional (ISS)

 
Fonte: EFE - G1
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Turbinas eólicas causam hemorragia em morcegos

Queda repentina de pressão junto a cataventos ameaça os mamíferos, dizem canadenses.
 
     Os morcegos estão ameaçados por turbinas eólicas porque a rotação de suas lâminas produz uma alteração na pressão do ar que pode matar os animais, de acordo com pesquisadores canadenses.
     Os cientistas analisaram os corpos de morcegos encontrados mortos em uma área de postes para a produção de energia eólica, e concluíram que a maioria deles tinha ferimentos internos - hemorragias - consistentes com a mudança repentina na pressão do ar.
     Os morcegos possuem mecanismos internos para evitar choques com as lâminas mas não conseguem detectar mudanças de pressão repentinas em torno da turbina.
     Segundo os cientistas, os postes com as turbinas são mais problemáticos para morcegos do que para aves.
     "Uma queda na pressão atmosférica junto às lâminas das turbinas eólicas é um perigo indetectável - e potencialmente imprevisível - para morcegos, embora explique apenas parcialmente o grande número de fatalidades entre morcegos nestas estruturas específicas", disse Erin Baerwald, que liderou a equipe de pesquisa na Universidade de Calgary.
 

As turbinas proporcionam uma alta pressão do ar

 
     Rotas de migração
     A morte de morcegos em usinas de produção de energia eólica tem sido amplamente documentada na Europa e América do Norte.
     Há dois anos, as nações da União Européia concordaram formalmente em conscientizar os responsáveis por estas usinas sobre os riscos, e encontrar formas de monitorar as rotas de migração de morcegos.
     Em meados deste ano, um projeto para a construção de uma usina de geração de energia eólica perto de Bideford, na Grã-Bretanha, foi rejeitado por causa do potencial impacto sobre estes mamíferos.
     Mas, apesar disso, não se entendia bem como as turbinas afetam os animais.
     A equipe de Calgary recolheu carcaças de duas espécies de morcegos mortos em uma usina de produção de energia eólica no sudoeste de Alberta.
     Exames demonstraram que menos da metade tinha ferimentos externos, que podiam ter sido causados por colisão com as lâminas.
     Mas cerca de 90% tinham hemorragia interna, principalmente no tórax - um problema que causa pressão sobre os pulmões e pode ser fatal.
 

A grande densidade das turbinas interferem na migração dos morcegos

 
     A teoria é de que a pressão em volta de uma turbina eólica em movimento é menor do que a pressão exercida no ar mais distante. Um morcego que voa em uma zona de baixa pressão tem seus pulmões em expansão repentina, o que arrebenta os vasos capilares do tecido em volta dos órgãos, dando início à hemorragia.
     Aves, que têm pulmões mais rígidos e robustos, não passam pelo mesmo trauma em caso de uma queda repentina de pressão.
     "Os morcegos são muito mais suscetíveis a barotrauma do que aves, e como mortes entre morcegos em turbinas eólicas são muito mais numerosas do que mortes na maioria dos outros lugares, concluimos que as fatalidades na proximidade dessas turbinas são agora um problema para morcegos, e não para aves", disse Baerwald.
     Alguns grupos de pesquisa estão estudando formas de manter os morcegos longe de usinas de geração de energia eólica, e um grupo da Universidade de Aberdeen, na Escócia, sugeriu recentemente que emissões de radares podem agir como "espantalhos" para estes mamíferos.
     O estudo canadense foi noticiado na revista Current Biology.
 

"Os morcegos são muito mais suscetíveis a barotrauma do que aves"

 
Fonte: BBC - G1
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Urbanista alerta para o limite ecológico que vivem as cidades da América Latina

     Muitos cientistas sociais dizem que as cidades latino-americanas passam por um momento de crise territorial, porém poucos são tão enfáticos sobre a dimensão do problema quanto o colombiano Emílio Pradilla Cobos.
     "Numa perspectiva futura, até 2050 nenhuma cidade irá resolver seus problemas. Esta é uma das grandes tragédias das cidades latino-americanas causadas pelo neoliberalismo", declarou enfático para os alunos de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) durante sua passagem por Florianópolis na última semana.
     Professor da Universidade Autônoma Metropolitana, Xochimilco, na Cidade do México, Pradilla foi um dos primeiros intelectuais de esquerda a iniciar, na década de 70, as críticas mais consistentes e corajosas aos teóricos da chamada "teoria urbana européia", na época representada por pesquisadores como Manuel Castells, Jean Lojkine, Alain Lipietz, Topalov e Edmond Preteceille. Depois de ouvir as críticas de Pradilla, a maior parte deles acabou revendo as posições e conceitos.
 

O problema territorial crias sérios problemas nas classes sociais baixas

 
     Ao fazer uma radiografia completa da situação das metrópoles latino-americanas, que nas palavras dele possuem tantas diferenças, ao mesmo tempo em que são muito semelhantes; Pradilla faz um alerta especial ao limite ecológico que elas estão vivendo.
"São cidades que cresceram em nichos ecológicos e não souberam resolver problemas como a captação e o despejo da água. Não vou nem entrar no problema do lixo...
     Estamos contaminando os lençóis freáticos e o solo e não temos uma solução possível em vista", afirmou o urbanista, que é também professor visitante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
     Esta crise permanente é causada pela falta de uma política forte e de longo prazo para enfrentar todos estas questões que, segundo ele, são apenas abrandadas a cada nova administração. Um exemplo disso é o zigue-zague entre a construção de grandes vias e o pouco investimento em transporte público.
 

O lixo toma conta dos mananciais hídricos em muitos cidades latinas e do mundo

 
     Transporte e trânsito
     O urbanista explica que o apoio às indústrias automobilísticas é a primeira razão para o forte investimento em obras multimilionárias, que atendem apenas 20% da população. O esforço acaba sendo em vão, pois o ritmo de produção de automóveis é muito mais intenso que a construção das vias que, por esta razão, se saturam em poucos anos. "O governo nunca ganha a corrida dos automóveis", enfatiza.
     Para Pradilla, o modo como o problema do trânsito é enfrentado deixa uma grande massa da população a mercê de um sistema de transporte público deficiente e, no final das contas, não traz uma solução nem para os usários de meios coletivos quanto para os proprietários de carros. "Isso sem falar na questão ambiental causada pelo excesso de automóveis e congestionamentos", ressalta.
     Além disso, este modelo exclui o pedestre da vida urbana, com destaca Pradilla, que não consegue ao menos atravessar a rua para comprar o pão, correndo o risco de ser atropelado. "Isto criou cidades fragmentadas: são pedaços de cidades de um lado e outras dentro de enormes muralhas de concreto", declara.
 

O trânsito, além da poluição, mal planejado causa problemas para a população

 
     Violência e empreendimentos privados
     O aumento da violência, gerado pela situação econômica, tem causado também um forte processo de privatização dos espaços públicos. Centros comerciais fechados, por exemplo, foram criados para atender todas as necessidades de compra em um único lugar que possibilitasse o controle e a segurança (o que a rua já não permite) e oferecesse estacionamento fácil e seguro.
     "Colocamos a rua dentro de um edifício, com polícia privada e um grande estacionamento. Porém eles já não cumprem mais nenhuma das funções para o qual foram criados e só serviram para privatizar o espaço", comenta.
     Pradilla afirma que todas as cidades na América Latina são violentas neste momento, o que criou um imaginário coletivo permanente de violência. "Nós achamos, a todo momento, que vamos ser seqüestrados. E realmente somos", diz.
 

A violência se tornou comum nas cidades

 
     Isto é dos motivos para a constante segmentação da vida dos habitantes em lugares privados que, para o urbanista, escapam justamente da natureza da cidade que é criar conglomerados humanos. "Os espaços públicos são meros resquícios e só servem para serem vistos dos carros. Não são vividos, não são mais espaços de convivência", afirma.
     O centro histórico, que antes reunia a população por provir diferentes serviços, hoje é ocupado pelos setores populares, que alimentam ali o setor informal da sociedade. Todos os outros setores sociais vão sendo organizados para o motorista, na beira das grandes avenidas, dando uma nova forma à cidade e ao modo como cresce.
     Pradilla integra uma rede de pesquisadores latino-americanos que estudam as metrópoles latino-americanas, motivo pelo qual passou veio ao Brasil neste mês.
 

A violência do ser huama o coloca no mais baixo nível dos seres vivos

 
Autora: Paula Scheidt - Carbono Brasil - CRBio
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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Projeto de depósito de lixo perto do Taj Mahal é contestado

     O emblemático Taj Mahal, da cidade indiana de Agra, é novamente alvo de polêmica por um projeto que, segundo organizações de defesa do meio ambiente, ameaçará com suas emissões tóxicas o mármore branco do monumento.
     O Executivo municipal de Agra, no norte da Índia, planeja instalar um grande depósito de lixo no bairro de Kuberpur, próximo ao monumento, para destinar resíduos emitidos na cidade, que tem 1,6 milhão de habitantes.
     "O lugar escolhido para o despejo fica perigosamente perto do Taj Mahal e do rio Yamuna", disse à agência indiana Ians o ecologista Ravi Singh.
 

Taj Mahal, da cidade indiana de Agra

 
     De acordo com Singh, o local do depósito está inserido em uma área de cerca de 10 mil quilômetros quadrados em torno do monumento e onde ficam limitadas atividades industriais, para protegê-lo.
     "A produção de metano e a emissão de dioxinas, além do enorme volume de resíduos sólidos, causarão muito dano ao ambiente que cerca o Taj Mahal", protestou, por sua vez, o presidente da Sociedade Braj Mandal para Conservação do Patrimônio indiano, Surendra Sharma.
 

Poluição atmosférica também atinge o Taj Mahal

 
     Outros ecologistas consideram que resíduos líquidos cairão automaticamente no rio Yamuna, cujo leito fica próximo ao mausoléu que o imperador mongol Shah Jahan construiu no século 17 em homenagem a sua esposa morta.
     As autoridades, no entanto, afirmam que estão conscientes da situação, que "estudarão todos os aspectos do problema da contaminação" e que seguirão adiante com o projeto "só quando todos estiverem satisfeitos", segundo uma fonte oficial.
     Com mais de 2,5 milhões de visitantes anuais, o monumento é o mais popular da Índia, tendo sido escolhido recentemente como uma das sete novas maravilhas do mundo em concurso mundial que premiou também o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
 

Lixo e esgoto fazem fornteira com o Taj Mahal (ao fundo)

 
Fonte: Estadão Online - Ambiente em Foco
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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Avança discussão da ONU sobre florestas e indústria

     As discussões climáticas da Organização das Nações Unidas em Gana estão avançando na busca por formas de controlar o desflorestamento em países pobres, ao mesmo tempo em que diminuíram as disputas em torno da adoção de metas setoriais para as emissões industriais de carbono, disseram delegados na segunda-feira.
     "Está avançando bastante bem agora", disse a jornalistas Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, a respeito da conferência que vai até quinta-feira, buscando definir os primeiros passos de um novo tratado climático a ser aprovado até o final de 2009, para entrar em vigor após 2012.
 

O desmatamento aumenta no Congo mediante a construção de estradas

 
     "Estamos indo além da retórica. As pessoas estão começando a se entender melhor", disse De Boer, referindo-se aos 1.500 delegados de 160 países.
     A reunião de Acra é a terceira sessão deste ano, sem a missão de buscar compromissos firmes. Os principais itens da pauta são a busca por estímulos contra o desflorestamento no Terceiro Mundo e o debate sobre se setores específicos, como siderurgia e cimento, deveriam obedecer a parâmetros internacionais na emissão de carbono.
     "A reunião de Acra tem sido muito bem sucedida até agora", disse Luiz Figueiredo Machado, o brasileiro que preside as discussões sobre novas formas para a redução de emissões para países desenvolvidos e em desenvolvimento.
     Muitos delegados deixaram a sessão de junho, na Alemanha, com a sensação de que as discussões se arrastavam. Agora o clima é diferente.
     "As chances de que um novo esquema da ONU contra o desmatamento vá adiante, na minha cabeça, estão muito maiores", disse Machado à Reuters, citando um "esmagador consenso" sobre a importância do projeto.
 

Siderúrgicas são um problema grave pois não obedecem padõres internacionais de emissão de carbono

 
     As árvores absorvem dióxido de carbono da atmosfera quando estão vivas, mas os benefícios se perdem quando há devastação. Dados da ONU sugerem que as queimadas representam 20 por cento das emissões humanas de dióxido de carbono.
     Por isso há propostas de incentivos financeiros para que agricultores de países pobres evitem tal prática. Os países em desenvolvimento estão excluídos da meta do Protocolo de Kyoto, que vigora até 2012.
     Emiliy Brickell, ativista florestal da entidade WWF, disse que a criação de um sistema de salvaguardas para florestas tropicais custaria de 20 a 30 bilhões de dólares por ano, o que poderia vir de doações e de um mercado de créditos de carbono.
     Na questão das metas para setores industriais, havia nos últimos meses divergências entre países ricos, liderados pelo Japão, e os países em desenvolvimento, que temem o surgimento de barreiras comerciais não-alfandegárias para os seus produtos industriais, que são menos eficientes do ponto de vista energético, e por isso poderiam sofrer restrições.
     Mas durante a reunião de Acra o Japão declarou claramente que não defende a adoção de parâmetros globais únicos. "O que eu vi ou ouvi no debate sobre ações e abordagens setoriais foi um debate muito frutífero. Esclareceu o assunto", disse Machado.
 
Autora: Alister Doyle - Reuters - Terra Notícias
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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domingo, 24 de agosto de 2008

Estudo: temperaturas chegarão a 52ºC até 2100

     Um novo estudo climático realizado por um instituto holandês com mais de 150 anos de tradição em pesquisa de meio ambiente aponta que as temperaturas em determinadas regiões do globo poderão passar dos 50ºC nos próximos 90 anos. Até então, os estudos mais recentes determinavam que o aumento das temperaturas variariam entre 1,1ºC a 6,4ºC, o que torna o estudo holandês alarmante.
     As conclusões da equipe dirigida pelo pesquisador Andreas Sterl foram publicadas no último número da Geophysical Research Letters.
     O grupo, do Instituto Meteorológico Real Holandês de Bilt, afirma que não apenas as temperaturas extremas serão mais altas do que o previsto como as suas ocorrências serão mais numerosa.
     As regiões mais sensíveis a aumentos bruscos seriam a Índia, a Austrália, a África do Norte e a América do Sul. Chamado "Quando podemos esperar temperaturas extremamente altas em superfície?", o estudo se baseia em informações estatísticas coletadas após 17 simulações climáticas diferentes, e alerta que diversas regiões do planeta poderão registrar a ocorrência de temperaturas em torno dos 50º até 2100.
 

As temperaturas podem chegar até 52,9ºC em algumas regiões do mundo até 2100

As temperaturas podem chegar até 52,9ºC em algumas regiões do mundo até 2100 (foto: Lúcia Jardim/Especial para Terra)

 
     Na Índia, por exemplo, os termômetros devem marcar 48ºC a partir de 2050, enquanto que o sul europeu e boa parte dos Estados Unidos serão surpreendidos com 40ºC antes do final deste século.
     Na América do Sul, conforme afirmou Sterl em exclusividade à reportagem Terra, as temperaturas em torno dos 45º poderão ser freqüentes próximo à linha do Equador, e a fronteira da Venezuela com a Colômbia pode ser justamente a região a apontar a mais alta marca verificada em todo o estudo: 52,9ºC.
     Confira a entrevista com o diretor da pesquisa, Andreas Sterl:
Que tipo de eventos contribuem para aumentar drasticamente as temperaturas em determinadas regiões?
Normalmente períodos de seca. Para termos temperaturas realmente altas, acima dos 35ºC, é preciso haver um solo ressecado. Quanto mais tempo existe umidade do solo, através da qual é possível a evaporação dos gases das plantas, existirá um meio natural respiração, e as altas temperaturas são impossíveis.
O homem, por exemplo, executa o mesmo procedimento naturalmente no seu corpo, que transpira quando a temperatura se excede aos seus 37ºC habituais.
Quando não chove por um longo período, o solo fica tão seco que a evaporação cessa. Então, toda a radiação solar vai ser usada para aquecer, ao invés de provocar a evaporação da água presente na umidade do solo. Muito altas temperaturas vão se produzir como efeito disso.
Simulações de clima, como a nossa, apontam para menos chuvas durante o verão em regiões de médias altitudes, de em média de 30 a 50 graus para o norte ou para o sul Brasília está a 15º45 ao sul e 47º57 a oeste.
Ainda por cima, a evaporação é cada vez maior, quanto maior a temperatura. Logo, esses dois efeitos juntos aumentam as chances de aquecer o solo e por conseqüência o aumento generalizado das temperaturas.
 

Anomalias climáticas no mar, no solo em ambos entre os anos de 1880 a 2000

 
O que o homem ainda pode fazer para evitar o aumento exagerado da temperatura?
Reduzir drasticamente a emissão de CO2 e de outros gases de efeito estufa. Na verdade, se formos sinceros, essa resposta não é correta: com uma redução significativa (digamos, ao menos 50%) das emissões, a concentração de gases vai aumentar mesmo assim e as temperaturas subir igualmente. No entanto, se o homem agir logo, esse aumento pode ser mais lento.
O seu estudo nos diz que as temperaturas em alguns países podem subir a até 50ºC em 2100. Estes extremos passariam a ser as temperaturas normais nestes lugares ou seriam eventos raros que produziriam um aumento repentino e de curta duração?
Formalmente, o que estamos procurando são extremos de temperatura em 100 anos, ou a temperatura que está chegando a extremos em média uma vez a cada 100 anos, ou em outras palavras que têm chance de 1% de ocorrer em um determinado ano.
     Isso soa como algo "raro", sim, mas nós temos de ter em mente que 1% ao ano significa também 10% a cada década, ou seja, temos 10% de ter essa temperatura em algum momento da década. Compare este dado à sua chance de ganhar na loteria!
     Ainda por cima, e mais importante, a probabilidade de ocorrência a cada 50 anos ou em cada 20 anos é apenas um pouco mais baixa que a probabilidade de ocorrência em 100 anos.
     Resumindo: sim, as extremas temperaturas são raras no sentido de que elas não ocorrerão o tempo todo e nem em todos os anos, mas não tão raras quanto nós gostaríamos.
 

Na Índia, por exemplo, os termômetros devem marcar 48ºC a partir de 2050

 
     O que o seu estudo concluiu sobre a América do Sul? Existe alguma estatística sobre a Amazônia, por exemplo?
     Não especificamente. No entanto, acontece que o mais alto ponto de acordo com a nossa simulação é próximo dos 69º a oeste e 6º a norte, ou seja, na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, onde identificamos a probabilidade de ocorrência de temperatura de até 52,9ºC em algum momento dos próximos 100 anos.
     Até o momento, porém, nós não sabemos por que isso acontecerá, e inclusive não descartamos a hipótese de haver um erro no modelo. No resto da América do Sul, nossos gráficos apontam que valores típicos de temperatura serão superiores a 45ºC.
     O que se pode esperar para o século seguinte a 2100 sob o aspecto das temperaturas? Elas continuarão a subir?
     Nós não simulamos nada para além de 2100. No entanto, é quase certo que as temperaturas vão continuar a subir após a virada do próximo século.
     Primeiro, me parece um pouco insensato pressupor que as emissões de gases vão acabar. Com altas concentrações de gases, as temperaturas vão aumentar cada vez mais também.
     Segundo, mesmo que as concentrações de gases se tornem constantes após 2100, o sistema climático mundial não estaria em equilíbrio porque os oceanos demoraram muitos anos para esquentar.
     Este "comprometimento de aquecimento" é estimado a 0,4ºC da temperatura global média hoje: se as emissões parassem hoje, a temperatura global média continuaria a aumentar 0,4ºC até se estabilizar.
 

Homem bebendo água em poças

 
     Qual é o método de cálculo para as estatísticas?
     Vou tentar explicar, é bem complicado. Nós utilizamos um modelo climático. É um programa de computador onde centenas de dados já conhecidos sobre o clima - dados atmosféricos, oceânicos, das geleiras, etc - interagem entre si em diferentes cenários.
Para dar um exemplo simples, se a umidade do ar aumenta e refresca, o vapor será condensado em gotas e vai chover, como nós sabemos. A água é, portanto, em parte drenada em direção aos rios, em parte evaporada. A evaporação esfria a temperatura, que muda a pressão atmosférica, e assim por diante.
     Nós determinados, então, as concentrações de CO2 na atmosfera.
     Especificamente, nós usamos o cenário SRES A1b. A grosso modo, neste cenário as emissões de CO2 continuam a crescer bastante até 2050, quando elas começam a cair ligeiramente, embora as concentrações continuem a crescer na atmosfera. Então nós deixamos o modelo calcular o desenvolvimento da temperatura entre 1950 e 2100, e repetimos este processo 17 vezes.
     Com os resultados, nós obtivemos em cada ponto da superfície as temperaturas mais altas em cada ano. Esta informação da temperatura máxima anual se ajusta a uma tabela de GEV (Valores Gerais Extremos, na sigla em inglês).
     A teoria matemática diz que os extremos, seja de temperaturas ou se chuvas ou ventos, acompanha os valores de acordo com a tabela GEV. A partir deste ajustamento de dados fica fácil determinar os valores das temperaturas. Nós não somente ajustamos o GEV com o modelo de resultados como também a valores atuais, a partir de observações coletadas em diversos estudos reconhecidos.
     Nós então comparamos os valores do modelo-derivado para o clima atual com aqueles derivados das observações e encontramos uma grande diferença.
     Então nós percebemos que essa diferença vai continuar constante - e esta é uma audaciosa suposição, eu sei − e a subtraímos do modelo de valores no final do século. São estes valores com "tendência corrigida" que apresentamos no nosso relatório.
 

Degelo aumentará consecutivamente

 
Autora: Lúcia Jardim - Terra Notícias
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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