sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Macacos me mordam!

     Os macacos estão com os dias contados na Índia. A comida farta nos lixões e a proibição de caça gerou uma superpopulação desses primatas. De seres sagrados, agora eles viraram uma ameaça a tranqüilidade do país.
 
     Depois de assaltos a residências e muitos casos de agressões, alguns governos de estados do norte tomaram uma decisão polêmica. Lançar uma campanha para usar jovens indianos desempregados para esterilizar os macacos. A idéia era resolver dois problemas em apenas uma ação. Conter a praga dos primatas e dar emprego aos jovens. A decisão gerou uma onda de inconformismo por parte de grupos ambientalistas. Eles consideraram a medida radical. Problemas semelhantes acontecem com animais silvestres no Estados Unidos, onde ursos e guaxinins assaltam latas de lixo das casas. No Brasil, o ratão do banhado também é uma ameaça na periferia de São Paulo. O que fazer quando os animais silvestres perdem o seu espaço natural e começam invadir as cidades?
 
Autora: Juliana Arini - Bolg do Planeta


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Verão sem gelo no Pólo Norte em 2010

     Nos últimos meses, os pesquisadores estão revendo suas estimativas para o degelo total do Ártico, no Pólo Norte. Há dois anos, o consenso científico era que o Ártico poderia ficar sem nenhum gelo até o verão de 2080. No início do ano passado, a estimativa estava em 2030. Em dezembro, a Nasa divulgou um estudo prevendo o derretimento em até 5 anos. Agora, um novo levantamento foi ainda mais drástico. Louis Fortier, diretor científico do Arctic Net, uma rede de pesquisas canadense, disse que o Pólo Norte pode derreter totalmente em algum verão entre 2010 e 2015. Os cálculos mais recentes feitos pelos computadores que modelam a comportamento das massas de gelo indicam isso. "E provavelmente vai acontecer ainda mais rápido", diz Fortier.
 
 
 
     "Os modelos mais apavorantes, que nem tínhamos coragem de mencionar, estão se mostrando os mais realistas", afirmou Fortier em uma conferência sobre defesa em Quebec, no Canadá. Os pesquisadores estão revendo seus cálculos porque só agora eles começam a entendem melhor o processo de aquecimento dos pólos. Um dos efeitos que estava subestimados é a absorção do calor do sol pelo mar. Na medida que o Ártico perde gelo, a superfície do mar (escura) absorve mais calor do que o gelo. Com a água mais quente, o gelo restante derrete mais rápido.
     A última vez que o Pólo Norte ficou livre de gelo no verão foi há mais de um milhão de anos. O derretimento do gelo do Ártico (que é uma camada flutuante) não vai elevar o nível dos mares. Mas deve alterar as correntes marinhas e transtornar o clima da Terra. Também deve acelerar o derretimento das geleiras em terra firme (principalmente na Groenlândia). E essas podem fazer o nível do mar subir até 6 metros.
 
Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta


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Lâmpadas eletrônicas podem causar enxaquecas e convulsões, diz associação

Grupo de especialistas britânicos vê elo entre iluminação e problemas neurológicos.
Efeito poderia ser derivado da freqüência com que essas lâmpadas 'piscam'.

 
     A Associação Britânica para Enxaqueca acaba de divulgar um documento que aponta um possível elo entre enxaquecas e convulsões e o uso das lâmpadas eletrônicas, ao mesmo tempo em que o governo propõe a extinção das lâmpadas comuns até o ano de 2011.
     As enxaquecas podem ser desencadeadas por muitos fatores diferentes: alimentação, uso de álcool ou estímulos luminosos. Chocolate, vinho tinto, luzes fortes e ruídos muito intensos estão entre os gatilhos mais comuns para enxaqueca.
     O alerta sobre enxaqueca e convulsões induzidas pelas lâmpadas eletrônicas segue observações de neurologistas em sua prática diária. Muitos especialistas relatam que seus pacientes queixam-se de dores de cabeça e até mesmo de crises convulsivas causadas pela exposição à esse tipo de iluminação.
 
 
     O barato sai caro?
     As lâmpadas eletrônicas se tornaram um sucesso por causa da economia no gasto de energia e, em tempos de aquecimento global, são preferidas justamente por pesarem menos na matriz energética mundial. Os modelos atuais são quatro vezes mais eficientes e duram dez vezes mais do que as lâmpadas incandescentes, que estão entre nós desde o século 19.
     A base fisiológica para o elo com a enxaqueca baseia-se no fato de que as lâmpadas eletrônicas, diferentemente das tradicionais, apresentam uma luz que cicla em freqüências muitas altas. Isso quer dizer que essas lâmpadas "piscam" em uma velocidade que normalmente não é percebida pelo olho humano.
     O problema estaria no fato de que certas pessoas seriam sensíveis a essas freqüências de oscilação da luz, podendo assim deflagrar crises de enxaqueca ou convulsões. O efeito seria o mesmo sentido por essas pessoas quando expostas a luz estroboscópica em festas ou shows.
     A economia conseguida com as lâmpadas eletrônicas é muito importante para as pessoas e para a natureza. Porém, os que se mostrarem sensíveis a esse tipo de iluminação devem avaliar o risco e o benefício de seu uso.
 
Autor: Luis Fernando Correia - G1


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Vírus da diarréia infecta 2 milhões e sobrecarrega hospitais britânicos

Norovírus costuma afetar países do hemisfério Norte em surtos de inverno.
Sintomas, apesar de incômodos, normalmente passam em poucos dias.
 
     Um vírus que causa diarréia, vômito e dores estomacais está colocando em polvorosa os hospitais do Reino Unido, informa o jornal britânico "The Guardian". O surto de norovírus, que costuma afetar muitos países do hemisfério Norte durante o inverno, é o pior dos últimos cinco anos: cerca de 2 milhões de britânicos já foram infectados com o patógeno, e a cada semana mais 100 mil pessoas são afetadas pelo vírus, segundo médicos.
    Segundo a Faculdade Real de Clínicos Gerais, o mês de janeiro deve trazer um aumento ainda maior da taxa de infecção, com cerca de 200 mil pessoas contaminadas por semana. Com o aumento de pacientes no sistema público de saúde do Reino Unido, hospitais por todo o país estão fechando alas por falta de leitos.
 
Norovirus by electronic microscopy (copyright 1994 Veterinary Sciences Division)
 
     Calcula-se que o norovírus, responsável pelo surto britânico, é o causador de 50% dos casos de gastroenterite no mundo. Além da diarréia e dos vômitos, os pacientes podem ter febre, fraqueza, dores musculares e dores de cabeça. É preciso tomar cuidado com a desidratação no caso de pacientes mais vulneráveis, como bebês, idosos e pessoas com sistema imune debilitado.
     No entanto, casos graves são raros, e a doença normalmente arrefece alguns dias depois do surgimento dos sintomas. A transmissão acontece por contato com água e comida contaminadas, com as pessoas doentes ou com objetos usados por elas. Não há tratamento específico. Por isso, as autoridades britânicas estão aconselhando as pessoas a repousarem em casa, para evitar que mais gente seja infectada.
Fonte: G1


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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ar quente e úmido provocam aquecimento no Ártico

     A região Ártica, que assistiu ao derretimento de sua calota polar em uma velocidade sem precedentes em 2007, sofreu um aumento de suas temperaturas em grande parte devido a transferências de calor nas camadas altas da atmosfera, segundo estudo a ser divulgado nesta quinta-feira pela revista britânica Nature.
 

    A temperatura média registrada na região próxima ao Pólo Norte sofreu durante todo o século passado um aumento acumulado de cerca de 2°C - o dobro do aquecimento médio global no mesmo período. Até agora, este aumento se explicava pela diminuição do efeito albedo, ou seja, a reflexão da radiação solar ao incidir sobre o planeta.
     Onde o gelo derreteu, o calor da radiação solar foi absorvido pelas águas geladas do oceano Ártico, o que contribuiu para seu reaquecimento. Sem questionar o fenômeno, uma equipe de climatologistas da Universidade de Estocolmo, coordenada por Rune Garversen, demonstrou que o transporte de calor na direção do Pólo Norte na troposfera, zona inferior da atmosfera que se eleva até 10 mil m sobre o nível do mar, desempenhou talvez um papel ainda maior.
     O rápido aumento da temperatura na região Ártica poderia ser resultado da duplicação da concentração de CO2 na atmosfera, segundo modelo citado pela revista, que ignora propositalmente a diminuição do efeito albedo.
     "O reaquecimento adicional do Ártico se deve a um maior transporte atmosférico de calor e umidade em direção ao norte", afirmaram os climatologistas suecos. Além disso, a equipe destaca que o forte reaquecimento do Ártico também se observa durante os meses de inverno, enquanto a região fica a maior parte do tempo no escuro e o efeito albedo praticamente inexiste.
 
 
     Segundo observações de satélites realizadas durante as duas últimas décadas do século XX, a cobertura de nuvens se reforçou durante o verão, o que contribuiu para o reaquecimento da atmosfera na altitude onde se encontram estas nuvens. O vapor d'água é um gás de efeito estufa ainda mais potente que o CO2.
     Em dezembro, pesquisadores americanos anunciaram que a superfície do gelo ártico que derreteu durante o verão boreal de 2007 foi 30 vezes superior à de verões anteriores e alcançou uma área mais de três vezes o tamanho da França.
 
Fonte: AFP - Terra Notícias


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Ibama terá 'lista suja' dos desmatadores

Relação é semelhante à lista usada para identificar os acusados de trabalho escravo
 
     Os maiores desmatadores nos estados que mais devastam a floresta amazônica estão identificados.  A informação é do diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, que disse que eles integrarão uma lista suja semelhante à usada contra trabalho escravo.  Já identificamos os 50 maiores infratores no Pará, Mato Grosso e Rondônia, estados que contribuem com 80% do desmatamento na Amazônia.  Vão sofrer sanções conjuntas - administrativa, penal e cível - e integrar uma lista suja, a ser divulgada ao longo do primeiro semestre do ano que vem, afirmou Montiel, em entrevista à Agência Brasil.
     O levantamento está sendo feito pelo Grupo Permanente de Responsabilização Ambiental, criado no dia 6 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  O grupo, coordenado pelo Ministério de Meio Ambiente (MMA), é integrado por Ministério da Justiça, Casa Civil, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Ibama e Secretaria Nacional de Segurança Pública.  Outra preocupação do governo, segundo Montiel, é fomentar atividades produtivas sustentáveis na região amazônica, por meio de linhas de crédito com juros reduzidos.  O MMA também desenvolve uma programa de capacitação de gestores ambientais.  A idéia é fazer com que o trabalho seja absorvido nos municípios, para que eles tenham uma participação mais ativa no combate ao desmatamento.
     A constituição prevê atribuições dos municípios na proteção ambiental, mas a realidade deles (os da Amazônia) é bem distinta da verificada no Sul e Sudeste.  Não têm órgãos de meio ambiente estruturados, comentou o diretor.  O centro de monitoramento ambiental do Ibama, criado em 2004, fica em Brasília, mas há estações de trabalho montadas na superintendência do órgão na Amazônia e em 17 bases operativas das ações de fiscalização.  A tecnologia utilizada é o geoprocessamento, com imagens de satélite acessadas via internet.  Não estamos satisfeitos e vamos avançar mais, com instrumentos de monitoramento melhores, que nos permitirão chegar antes que o desmatamento se torne grande, afirmou Flávio Montiel.
 
Fonte: Amazônia.org.br - O Liberal (www.oliberal.com.br/index.htm).


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Os metais que a gente respira

     Todo mundo sabe que a queima de combustíveis fósseis aquece o planeta. E que o excesso de alguns gases na atmosfera prejudica a saúde da população. Na última semana um estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública de São Paulo mostrou algo que se imaginava, mas que ninguém ainda havia medido: a quantidade de partículas sólidas despejadas na atmosfera pelos veículos.
 
     O nível de emissão está muito acima (cerca de 40%) do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. E não há nenhuma lei que estabeleça um limite, nem órgãos preparados para fazer a fiscalização dos automóveis, ônibus e caminhões mais antigos.
     Ao inspirar partículas sólidas, o corpo retém parte delas. Muitas se alojam no sistema respiratório, causando mais que irritação. O mal de Alzheimer, por exemplo, está relacionado de alguma forma à presença de alumínio no organismo. O estudo revela que o alumínio foi um dos metais com maior ocorrência durante os testes.
     Foram usadas gasolinas premium, adulterada e aditivada. A premium foi a que mais despejou resíduos sólidos na atmosfera, provavelmente pela característica de impedir a acumulação desses resíduos no motor. Na simulação com veículos movidos a etanol não houve variação significativa entre os tipos de álcool testados.
     Estudos científicos já mostraram como a presença desses metais na atmosfera também prejudica as plantas. Nos grandes centros urbanos a floração de mais de 500 espécies de plantas, todas expostas a estas partículas, apresentou alguma alteração morfológica.
 
Autora: Luciana Vicária - Blog do Planeta


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Retrospectiva 2007 - Mudanças climáticas: o mundo, enfim, acorda para o problema

     O ano de 2007 foi marcado por discussões sobre os efeitos do aquecimento global. Em quatro relatórios, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU) diagnosticou efeitos do fenômeno que já acontecem. A primeira parte do Relatório, divulgada em fevereiro, mostrou que a ação do homem é responsável pelo aquecimento global. O aumento do uso de combustíveis fósseis e a conseqüente liberação de gases causadores do efeito estufa, como dióxido de carbono, é fator decisivo no aumento da temperatura planetária.
     Os cientistas alertam que a temperatura da Terra, até o final do século, pode subir de 1,8ºC a 4ºC. O derretimento das camadas polares deve fazer com que os oceanos se elevem entre 18 cm e 58 cm até 2100, forçando que populações se mudem das regiões costeiras. Além disso, tufões e secas devem se tornar mais intensos.
     Em abril, o IPCC mostrou que as secas e a falta de água afetariam, a partir de 2020, mais de 1 bilhão de pessoas. As regiões mais vulneráveis às ações das mudanças climáticas são o Ártico, a África subsaariana – composta por 47 países -, as pequenas ilhas, e os deltas asiáticos. Se no primeiro relatório foi considerado um aumento possível de 4ºC, este segundo analisou que um terço das espécies de flora e fauna do planeta podem ser extintos com a elevação da temperatura global acima de 1,5ºC em relação aos índices de 1990. A agropecuária também será afetada, principalmente nos continentes africano e asiático. Milhares de pessoas devem ser afetadas pela fome e por doenças. Um efeito mais presente aos brasileiros é a savanização da Amazônia.
     O terceiro relatório, que criou hipóteses para calcular os custos das mudanças climáticas, traz a recomendação dos especialistas de estabilizar a emissão de gases que causam o efeito estufa até 2030, e reduzi-la até 2050. Neste contexto, o relatório destaca a importância de medidas como a adoção de energias limpas e de biocombustíveis, como o etanol brasileiro. Segundo o relatório, todo esse esforço pode ser feito a um custo anual de não mais que 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial até 2030. O relatório também menciona que cada pessoa, individualmente, pode contribuir para a diminuição das emissões de gases poluentes apenas mudando seu estilo de vida.
     A quarta e última parte, divulgada em novembro, exige que as autoridades mundiais realizem o mais rápido possível ações multilaterais para enfrentar o problema das mudanças climáticas, já que a situação tem base científica e seus efeitos em todo o planeta foram comprovados. Os cientistas alertaram que se medidas urgentes não forem tomadas, os efeitos do aquecimento global serão irreversíveis. 
     Por falta de dados, o Brasil quase não foi citado no relatório e, apenas na última hora, a Amazônia mereceu uma menção. Por iniciativa brasileira, incluiu-se um quadro apresentando exemplos de regiões que podem ser afetadas pela mudança climática em todo o mundo, entre as quais estão a Amazônia e o semi-árido nordestino.
     Para Jim Hansen, diretor do instituto para estudos do espaço da Nasa - a agência espacial americana -, a situação pode chegar a um ponto irreversível (Leia em Aquecimento global pode ser irreversível em 10 anos).
     Mesmo com todos os estudos sobre as mudanças climáticas, ainda há aqueles que desconfiam desse cenário, considerando-o catastrófico demais. Esses cientistas, chamados genericamente de céticos, acreditam que a ação humana não é maior responsável pelo aquecimento global e que não há como frear a emissão de dióxido de carbono nas próximas décadas. Para eles, ao contrário do IPCC, os efeitos do aquecimento global só serão perceptíveis entre 50 e 100 anos e as catástrofes naturais serão raras.
     Para Luiz Carlos Molion, pesquisador especialista em clima da Universidade Federal de Alagoas, o homem, por meio das emissões de gases causadores do efeito-estufa, pode não ser o culpado pelo aquecimento global (Leia em  Pesquisador nega aquecimento global causado por efeito-estufa).
 
     Efeitos
     Independentemente da opinião do IPCC ou a dos chamados cientistas céticos, alguns impactos da mudança climática já podem ser notados sobre a fauna e sobre a flora. Estudo publicado na revista "Science" mostrou que recifes de coral do planeta estão ameaçados e correm sérios riscos se o nível de dióxido de carbono na atmosfera e a acidez das águas oceânicas continuarem aumentando no atual ritmo. Os altos índices de acidez dissolvem minerais na água necessários para a calcificação dos corais, determinando sua morte prematura.
     Já outro estudo, publicado no livro Handbook of European Freshwater Fishes (Guia dos Peixes de Água Doce da Europa), alertou que um terço do total das espécies de peixes da Europa está sob ameaça de extinção. As secas de lagos e rios, que têm sido freqüentes durante os meses de verão por causa do aquecimento global, já levaram à extinção de algumas espécies migratórias, aponta o estudo.
     Temperaturas elevadas, em junho, no sudeste da Europa, prejudicaram a vida selvagem e as plantações. Na Itália, as frutas amadureceram semanas antes do esperado. Na Grécia, ambientalistas advertiram para o perigo de as altas temperaturas terem um impacto de longo prazo sobre as populações de animais e plantas do país. As andorinhas enfrentaram dificuldades para encontrar a lama utilizada na fabricação de seus ninhos, vendo-se obrigadas a viajar distâncias maiores para obter o material. Os sapos, rãs e salamandras depararam-se com o sumiço de seus habitats, que estão secando. Isso não afeta apenas esses animais, mas também as espécies que se alimentam deles.
     Incêndios florestais devastaram milhares de hectares na Europa e na Califórnia (EUA), obrigando o deslocamento de milhares de pessoas e animais e a morte de milhares de espécies da flora. No Brasil, os incêndios em unidades de conservação também foram freqüentes.
 
     Tragédias ambientais
     A temporada de tempestades começou três semanas mais cedo e deixou um rastro de destruição na América Central, no Caribe e no México.
Catorze tempestades tropicais e seis furacões se formaram no Atlântico. A primeira, uma tempestade tropical chamada Andréa, atingiu ventos máximos sustentados de 72 km/h, mas logo perdeu força ao avançar para o sul. O primeiro furacão, Dean, se formou em agosto e matou 22 pessoas no México, Haiti, Jamaica e outras partes da região do Caribe. Em setembro, o furacão Félix chegou à categoria 5, a máxima, na escala de Saffir-Simpson, deixando 146 mortos, 188 mil desabrigados e 19 mil casas total ou parcialmente destruídas na Nicarágua.
     No mesmo mês, o furacão Humberto atingiu os Estados Unidos.
O Lorenzo, de categoria 1, atingiu o litoral do Golfo do México. Em novembro, as chuvas provocadas pelo furacão Noel causaram enchentes e deslizamentos de terra no Caribe, matando 118 pessoas, sendo o mais letal da temporada. Em dezembro, o Caribe foi castigado pela tempestade fora de época Olga, que matou 22 pessoas.
     O ciclone Sidr atingiu Bangladesh em novembro com ventos de 250 quilômetros por hora. O ciclone vitimou mais de 3.000 pessoas, arrasou 187 mil hectares de plantações e destruiu total ou parcialmente 1,2 milhão de casas.
 
     Pós-Kyoto
     De 03 a 14 de dezembro, foi realizada em Bali, na Indonésia, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas. Apenas no dia 15 os países participantes assinaram o documento final que, com algumas concessões, reconhece que os países pobres e em vias de desenvolvimento precisam de financiamento das nações ricas para enfrentar os desastres naturais e efeitos negativos do aquecimento do planeta; se compromete a impulsionar os programas de transferência de tecnologia para que os países emergentes possam se adaptar à mudança climática e minimizar seus efeitos; ajudas às nações em vias de desenvolvimento serão concedidas para conservação e proteção de suas florestas; reconhece a "necessidade urgente" de agir para reduzir as emissões de carbono provenientes do desmatamento.
     Um dos pontos mais difíceis e importantes foi o reconhecimento de que o último relatório do IPCC da ONU é o estudo científico mais completo e o documento de referência sobre o aquecimento global. Esta aceitação fez com que os Estados Unidos admitissem a importância de que as emissões de gases poluentes dos países industrializados diminuam entre 25% e 40% - em relação aos níveis de 1990 - até 2020.
 
     Nobel da Paz
     O Prêmio Nobel da Paz 2007 foi concedido ao ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, e ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU.
     O Comitê Nobel considerou os esforços dos vencedores na luta contra a mudança climática como um dos fatores que podem ameaçar "as condições de vida de grande parte da humanidade", pois originariam, entre outras coisas, "migrações em grande escala, uma maior concorrência pelos recursos naturais e conflitos violentos entre países".
     Al Gore também foi o vencedor do Oscar de melhor documentário por Uma Verdade Inconveniente.
     Seguindo os passos de Gore, o ator hollywoodiano Leonardo di Caprio, galã desde "Titanic", também se engajou na luta contra o aquecimento global. Ele produziu e narra o documentário "A Última Hora", que mostra depoimentos de personalidades e ambientalistas, ilustrados por imagens dos efeitos causados pelas mudanças climáticas (Leia mais na matéria EXCLUSIVO: No documentário de Leonardo Di Caprio sobre aquecimento global, o que vale é a boa intenção).
 
Autora: Neide Campos - AmbienteBrasil


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