quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ar quente e úmido provocam aquecimento no Ártico

     A região Ártica, que assistiu ao derretimento de sua calota polar em uma velocidade sem precedentes em 2007, sofreu um aumento de suas temperaturas em grande parte devido a transferências de calor nas camadas altas da atmosfera, segundo estudo a ser divulgado nesta quinta-feira pela revista britânica Nature.
 

    A temperatura média registrada na região próxima ao Pólo Norte sofreu durante todo o século passado um aumento acumulado de cerca de 2°C - o dobro do aquecimento médio global no mesmo período. Até agora, este aumento se explicava pela diminuição do efeito albedo, ou seja, a reflexão da radiação solar ao incidir sobre o planeta.
     Onde o gelo derreteu, o calor da radiação solar foi absorvido pelas águas geladas do oceano Ártico, o que contribuiu para seu reaquecimento. Sem questionar o fenômeno, uma equipe de climatologistas da Universidade de Estocolmo, coordenada por Rune Garversen, demonstrou que o transporte de calor na direção do Pólo Norte na troposfera, zona inferior da atmosfera que se eleva até 10 mil m sobre o nível do mar, desempenhou talvez um papel ainda maior.
     O rápido aumento da temperatura na região Ártica poderia ser resultado da duplicação da concentração de CO2 na atmosfera, segundo modelo citado pela revista, que ignora propositalmente a diminuição do efeito albedo.
     "O reaquecimento adicional do Ártico se deve a um maior transporte atmosférico de calor e umidade em direção ao norte", afirmaram os climatologistas suecos. Além disso, a equipe destaca que o forte reaquecimento do Ártico também se observa durante os meses de inverno, enquanto a região fica a maior parte do tempo no escuro e o efeito albedo praticamente inexiste.
 
 
     Segundo observações de satélites realizadas durante as duas últimas décadas do século XX, a cobertura de nuvens se reforçou durante o verão, o que contribuiu para o reaquecimento da atmosfera na altitude onde se encontram estas nuvens. O vapor d'água é um gás de efeito estufa ainda mais potente que o CO2.
     Em dezembro, pesquisadores americanos anunciaram que a superfície do gelo ártico que derreteu durante o verão boreal de 2007 foi 30 vezes superior à de verões anteriores e alcançou uma área mais de três vezes o tamanho da França.
 
Fonte: AFP - Terra Notícias


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