quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Os metais que a gente respira

     Todo mundo sabe que a queima de combustíveis fósseis aquece o planeta. E que o excesso de alguns gases na atmosfera prejudica a saúde da população. Na última semana um estudo realizado na Faculdade de Saúde Pública de São Paulo mostrou algo que se imaginava, mas que ninguém ainda havia medido: a quantidade de partículas sólidas despejadas na atmosfera pelos veículos.
 
     O nível de emissão está muito acima (cerca de 40%) do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. E não há nenhuma lei que estabeleça um limite, nem órgãos preparados para fazer a fiscalização dos automóveis, ônibus e caminhões mais antigos.
     Ao inspirar partículas sólidas, o corpo retém parte delas. Muitas se alojam no sistema respiratório, causando mais que irritação. O mal de Alzheimer, por exemplo, está relacionado de alguma forma à presença de alumínio no organismo. O estudo revela que o alumínio foi um dos metais com maior ocorrência durante os testes.
     Foram usadas gasolinas premium, adulterada e aditivada. A premium foi a que mais despejou resíduos sólidos na atmosfera, provavelmente pela característica de impedir a acumulação desses resíduos no motor. Na simulação com veículos movidos a etanol não houve variação significativa entre os tipos de álcool testados.
     Estudos científicos já mostraram como a presença desses metais na atmosfera também prejudica as plantas. Nos grandes centros urbanos a floração de mais de 500 espécies de plantas, todas expostas a estas partículas, apresentou alguma alteração morfológica.
 
Autora: Luciana Vicária - Blog do Planeta


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