quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Ibama terá 'lista suja' dos desmatadores

Relação é semelhante à lista usada para identificar os acusados de trabalho escravo
 
     Os maiores desmatadores nos estados que mais devastam a floresta amazônica estão identificados.  A informação é do diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, que disse que eles integrarão uma lista suja semelhante à usada contra trabalho escravo.  Já identificamos os 50 maiores infratores no Pará, Mato Grosso e Rondônia, estados que contribuem com 80% do desmatamento na Amazônia.  Vão sofrer sanções conjuntas - administrativa, penal e cível - e integrar uma lista suja, a ser divulgada ao longo do primeiro semestre do ano que vem, afirmou Montiel, em entrevista à Agência Brasil.
     O levantamento está sendo feito pelo Grupo Permanente de Responsabilização Ambiental, criado no dia 6 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  O grupo, coordenado pelo Ministério de Meio Ambiente (MMA), é integrado por Ministério da Justiça, Casa Civil, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Ibama e Secretaria Nacional de Segurança Pública.  Outra preocupação do governo, segundo Montiel, é fomentar atividades produtivas sustentáveis na região amazônica, por meio de linhas de crédito com juros reduzidos.  O MMA também desenvolve uma programa de capacitação de gestores ambientais.  A idéia é fazer com que o trabalho seja absorvido nos municípios, para que eles tenham uma participação mais ativa no combate ao desmatamento.
     A constituição prevê atribuições dos municípios na proteção ambiental, mas a realidade deles (os da Amazônia) é bem distinta da verificada no Sul e Sudeste.  Não têm órgãos de meio ambiente estruturados, comentou o diretor.  O centro de monitoramento ambiental do Ibama, criado em 2004, fica em Brasília, mas há estações de trabalho montadas na superintendência do órgão na Amazônia e em 17 bases operativas das ações de fiscalização.  A tecnologia utilizada é o geoprocessamento, com imagens de satélite acessadas via internet.  Não estamos satisfeitos e vamos avançar mais, com instrumentos de monitoramento melhores, que nos permitirão chegar antes que o desmatamento se torne grande, afirmou Flávio Montiel.
 
Fonte: Amazônia.org.br - O Liberal (www.oliberal.com.br/index.htm).


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