terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ONG afirma que consumismo não é compatível com a preservação do planeta


     Um relatório divulgado pela Worldwatch Institute afirma que o meio ambiente não agüentará o excesso de consumo da humanidade. Segundo o relatório, a população mundial consome hoje 28% a mais do que consumia há 10 anos, aumentando significantemente a exploração de matérias primas e a produção de energia.

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     Ainda segundo o relatório, as 500 milhões de pessoas mais ricas do mundo são as responsáveis por metade da emissão de CO² no ar, enquanto os três bilhões mais pobres ficam com apenas 6% desse número.

Fonte: UOL Notícias (imagem inserida)



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Entrada para carros em casas pode ser cancerígena, diz estudo


     Se você está pensando em reformar a sua entrada para carros e aplicar uma nova camada de vedação preta, considere o seguinte: algumas residências que optaram por entradas para automóveis pretas apresentam doses surpreendentemente elevadas de carcinogênicos na poeira domiciliar. Parte dos materiais de vedação adesivos e pretos usados para revestir o asfalto são feitos de piche de carvão, que contém hidrocarbonos poliaromáticos (PAH), alguns dos quais são conhecidos como carcinogênicos ou suspeitos de o serem.

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Uso de vedação com piche de carvão nas entradas residenciais para automóveis aumenta presença de hidrocarbonos poliaromáticos (PAH) na poeira domiciliar (Foto: Nature)

     Barbara Mahler, do Serviço de Levantamento Geológico dos Estados Unidos (USGS), em Austin, Texas, e seus colegas vêm rastreando o vínculo entre a presença forte desses compostos no meio ambiente e os materiais de vedação utilizados para revestir entradas para automóveis. "Os cientistas que trabalham com esses compostos ficam de queixo caído quando veem os números que temos", diz Mahler.
     O trabalho da equipe levou à proibição do uso de material de vedação contendo piche de carvão em certas cidades dos Estados Unidos, incluindo Austin, a cidade da equipe, e, em 2009, na capital, Washington. Agora, eles conseguiram demonstrar que o uso de vedação com piche de carvão nas entradas residenciais para automóveis faz grande diferença no que tange à presença de PAH na poeira domiciliar.
     Notícia completa AQUI.

Autor: Nicola Jones (Tradução: Paulo Migliacci ME)
Fonte: Terra Notícias


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

‘Quem corre perigo são os homens, não a Terra’. Entrevista com James Lovelock


     A Terra vai sobreviver. Já o destino dos homens é mais incerto. O cientista inglês James Lovelock, de 90 anos, diz que a gravidade das mudanças climáticas é ainda maior que a indicada pelo painel do clima das Nações Unidas (IPCC). Em seu livro mais recente, Gaia: Alerta Final (ed. Intrínseca, 264 págs., R$ 29,90), ele volta a defender o uso da energia nuclear no combate ao aquecimento global. Mas, em entrevista por telefone ao Estado diz que o Brasil ainda não precisa aderir a ela.

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O cientista inglês James Lovelock, de 90 anos, diz que a gravidade das mudanças climáticas é ainda maior que a indicada pelo painel do clima das Nações Unidas (IPCC).

     Lovelock também sugere medidas como a redução da população e soluções de geoengenharia – enterrar dióxido de carbono (CO2) principal gás de efeito estufa – e rechaça ideias verdes convencionais, como o plantio de árvores, que para ele não têm o efeito necessário.
     O autor da Teoria de Gaia, que diz que a Terra se comporta como um único organismo, mostra estar ainda muito ativo. Planeja lançar outro livro em 2013 e, neste ano, deve integrar o voo espacial que inaugurará a companhia Virgin Galactic. Apesar dos tempos difíceis que antevê para a humanidade em sua obra, ele mantém algum otimismo: "Somos como o aprendiz de feiticeiro, incapazes de desfazer a maldição industrial que lançamos. Entretanto, no devido tempo, expostos às ferozes pressões seletivas que em breve virão, nós, como espécie, podemos crescer e nos tornarmos capazes." Entrevista de Afra Balazina, no O Estado de S.Paulo.

Qual era sua expectativa para a reunião do clima de Copenhague e como avalia o resultado obtido?
Minhas expectativas eram pequenas. Acho que a tarefa que os participantes se deram era praticamente impossível. É um pouco tolo os políticos se reunirem pra planejar ações para 40 ou 50 anos no futuro se não sabemos exatamente o que acontece com o clima de hoje ou de daqui 10 a 20 anos.

É perda de tempo, então, fazer esse tipo de encontro?
É bom para os negócios. Um dos objetivos disso é construir uma indústria verde, construir turbinas eólicas, produzir biocombustíveis. Se há uma redução na pobreza pelo mundo, eu não sei, mas uma conferência como essa estimula a política e os negócios.

Os negociadores usam informações do IPCC como base. O senhor considera que o IPCC subestima a gravidade do aquecimento global?
Parece que o IPCC subestima. Na questão do aumento do nível do mar, por exemplo, que é um termômetro quase perfeito do aquecimento global, os dados são, em geral, a metade do que está acontecendo.

Os cientistas não estão fazendo um bom trabalho?
Há dois grupos importantes de pesquisadores na área. Um deles reúne cientistas como Stefan Rahmstorf (do Instituto de Pesquisa de Impactos Climáticos de Potsdam, na Alemanha), que fazem medições muito sólidas e confiáveis. E, no outro grupo, dos que fazem modelagem, há alguns cientistas muito bons, tão bons quanto se pode esperar. Mas a limitação é que eles têm de produzir os resultados que seus mestres políticos querem. É a pura verdade. Eu li o livro de um deles e ele dizia que, em uma reunião que teve a presença de representantes de países importantes, os dados apresentados tiveram de ser ajustados para agradar a todos.

O senhor fala sobre biocombustíveis em sua obra. Considera um erro o governo brasileiro encorajar o uso do etanol produzido da cana-de-açúcar?
Não. Os biocombustíveis, como todas as coisas, podem ser usados de forma sábia e sensata ou de maneira boba e negativa. Mas, para o Brasil, o biocombustível parece se encaixar, é bom economicamente, faz sentido. Então, por que não?

O senhor manifesta perplexidade com o fato de os Estados Unidos serem líderes na área científica e terem sido o último país a acreditar no aquecimento global…
Eu estou vivendo nos EUA neste momento e é muito interessante, conheço bem o país porque a família da minha mulher é em parte americana. E as pessoas não pensam a respeito do aquecimento global. E os políticos, por sua vez, optam por temas nos quais as pessoas pensam. Os americanos são preocupados com o tempo do dia, mas não pensam nisso em termos de tempo do mundo.

No Reino Unido há diferença?
Sim, enormemente. A Inglaterra é um país muito pequeno e depende bastante do clima mundial, da economia mundial. Mas em países grandes como os EUA e Brasil há mais do que suficientes problemas internos para resolver e não se olha tanto para fora.

As pessoas aceitam mais o uso da energia nuclear, como o senhor sempre defende?
Esse ainda é um assunto controverso. Atualmente, não acho que a energia nuclear é urgentemente necessária no Brasil. Mas é necessária urgentemente em países densamente populosos, como o Reino Unido, onde não há muitas fontes de energia e as que existem estão todas parando. O vento é tão pouco confiável.

Mas a previsão é que o Reino Unido tenha um dos maiores parques eólicos do mundo nos próximos anos.
É, eles estão loucos. É um modo caro de produzir energia. Eu acho que a principal razão para isso é dar emprego a alemães e dinamarqueses, que têm indústrias no setor.

Qual é o cenário que imagina para o futuro da Terra?
Acho que não há dúvida de que a Terra em si vai continuar a existir por muitos milhões ou até bilhões de anos, podemos ter confiança nisso. Mas são os humanos que estão em perigo e podem ser reduzidos vastamente.

Que conselho Gaia (deusa da Terra) pode dar aos homens?
Se eu pudesse falar por Gaia, acho que diria algo assim: "Cuidem de si mesmos e sobrevivam. Vocês são meu organismo mais importante."

Fonte: EcoDebate, 18/01/2010



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Reação em cadeia virá do Ártico


     A Universidade de Helsinki, na Finlândia, analisou o que aconteceu nas terras geladas do norte há 5 mil anos para conseguir entender os possíveis desdobramentos do aquecimento global no Ártico. O professor Atte Korhola analisou a idade da camada mais profunda de turfa, material formado pela decomposição parcial de plantas, árvores e microorganismos. E chegou à conclusão de que as áreas com turfa no planeta se expandiram há 5 mil anos, quando a temperatura da Terra aumentou. O clima se tornou mais úmido e o nível do oceano subiu, favorecendo a expansão das áreas com esse tipo de material. Conseqüentemente, a quantidade de metano, um poderoso causador do efeito estufa, também aumentou na atmosfera porque é emitido pela turfa.

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     Os cientistas finlandeses acreditam que, se nas próximas décadas a precipitação aumentar na região ártica como está previsto, haverá uma liberação massiva de metano – como a que ocorreu há 5 mil anos. Mais uma das reações em cadeia causadas pelo aquecimento global (e pelas atividades humanas) que promete transformar o clima do planeta.

Autora: Marcela Buscato
Fonte: Blog do Planeta


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domingo, 17 de janeiro de 2010

Rompendo os Limites do Planeta


Desafios do controle populacional e da produção de alimentos precisam ser vencidos de forma conjunta

    Estamos nos expulsando de nos so próprio planeta. Recentemente, na edição de setembro de 2009 da revista Nature, Johan Rockström e colegas propuseram os dez "limites planetários", para definir os níveis seguros da atividade humana (a Scientific American faz parte do Nature Publishing Group). Nesses limites se incluem emissões críticas de gases causadores do efeito estufa; perda de biodiversidade; troca, em todo o mundo, da vegetação natural por plantação; e outros grandes impactos sobre os ecossistemas terrestres. A humanidade já ultrapassou vários desses marcos e caminha para extrapolar a maior parte dos restantes. E a demanda crescente por alimento contribui ainda mais para essas transgressões.
     A revolução verde, responsável pelo aumento da produtividade dos grãos, deu à humanidade um certo tempo para respirar, mas o crescimento populacional contínuo e a demanda maior por carne abreviam essa fase. O pai dessa revolução, Norman Borlaug, morto em setembro do ano passado, aos 95 anos, ressaltou em 1970 exatamente essa ideia, ao aceitar o Prêmio Nobel da Paz: "Não haverá progresso duradouro na batalha contra a fome se as agências que lutam pelo aumento da produção alimentar e aquelas pró-controle populacional não unirem forças".

http://www2.uol.com.br/sciam/artigos/img/semaforo.jpg
Matt Collins

     Porém, essa união de forças é, na melhor das hipóteses, inconsistente e, por vezes, inexistente. Desde 1970, a população saltou de 3,7 bilhões para 6,9 bilhões e continua a crescer a uma taxa anual de 80 milhões de pessoas. A produção de alimentos por habitante do planeta diminuiu em algumas grandes regiões, especialmente na África subsaariana. Na Índia, a duplicação populacional absorveu quase totalmente o aumento da produtividade dos grãos.
     A produção alimentar é responsável por um terço de toda a emissão de gases do efeito estufa; isso inclui os poluentes gerados pelos combustíveis fósseis utilizados na preparação e transporte dos alimentos, o dióxido de carbono liberado pela aragem da terra para a agricultura e pastagem, o metano produzido pelos arrozais e rebanhos de ruminantes, bem como o óxido nitroso proveniente do uso de fertilizantes.
     Por devastar as matas, a produção de alimentos também responde por muito da perda de biodiversidade. Os fertilizantes químicos formam grandes depósitos de nitrogênio e fósforo, que agora destroem esteiros – trecho de rio ou mar que adentra na terra – de centenas de sistemas fluviais e ameaçando a química oceânica. Cerca de 70% do consumo mundial de água é destinado à produção alimentar, causando o esgotamento dos lençóis freáticos e uso ecologicamente predatório de água doce, desde a Califórnia até a planície indo-gangética, passando pela Ásia central e norte da China.
     A revolução verde, em suma, não neutralizou os perigosos efeitos colaterais de um boom populacional humano, que se potencializarão ainda mais quando a população ultrapassar os 7 bilhões em 2012 e não parar de crescer, prevendo-se chegar aos 9 bilhões, em 2046. O consumo per capita de carne também aumenta. A carne bovina é uma das maiores ameaças, pois o gado precisa consumir até 16 kg de grãos para produzir 1 kg de carne e emite grandes quantidades de metano. Além disso, o fertilizante utilizado nas plantações destinadas à alimentação desses animais contribui em muito para a produção de óxido nitroso.
     Não basta somente produzir mais alimentos; devemos, ao mesmo tempo, estabilizar a população mundial e reduzir as consequências ecológicas da produção alimentar – um desafio triplo. Uma queda brusca e voluntária nas taxas de fertilidade de países subdesenvolvidos e em desenvolvimento - proporcionada por um maior acesso ao planejamento familiar, diminuição do índice de mortalidade infantil e educação de meninas – poderiam, em 2050, firmar a população em cerca de 8 bilhões de pessoas.
     Incentivos financeiros a comunidades carentes, a fim de impedir o desmatamento, poderiam salvar hábitats de espécies. Sistemas de plantio direto e outros métodos preservariam não só o solo, mas também a biodiversidade. O uso de fertilizantes mais eficientes reduziria o transporte excessivo de nitrogênio e fósforo. Aperfeiçoamentos na irrigação e nas variedades de sementes poupariam água e reduziriam outras premências ecológicas. E uma dieta pobre em carne bovina conservaria os ecossistemas ao mesmo tempo em que melhoraria a saúde humana.
     Essas mudanças exigirão um grande empenho (ainda a ser instigado) não só do setor público como do privado. Ao rememorarmos as grandes conquistas de Borlaug, devemos também redobrar nossos esforços para solucionar suas premonições. Está passando a oportunidade de alcançarmos um desenvolvimento sustentável.

Autor: Jeffrey Sachs é diretor do Earth Institute da Universidade de Columbia (www.earth.columbia.edu).
Fonte: Scientific American - edição 92 - Janeiro 2010



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