sábado, 14 de junho de 2008

O Pantanal que virou carvão

     O governo anunciou R$ 500 milhões em multas para 60 siderúrgicas e 70 distribuidoras de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo envolvidas no uso e comércio de carvão ilegal. A notícia está no Portal O Eco. Segundo contam os jornalistas Aldem Bourscheit e Felipe Lobo, a madeira usada na produção do combustível vinha do Cerrado e do Pantanal. "São as maiores multas aplicadas nesses biomas. Não estamos olhando só para a Amazônia", diz o ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente.

     Entre as empresas multadas, estão grandes fábricas como a Gerdau Aços Longos (MG), a MMX Metálicos Corumbá (MS), e as mineiras Alterosa e Ferguminas. A maior multa, de quase R$ 46 milhões, foi para a Siderúrgica Mat Prima (MG), por comprar mais de 90 mil metros cúbicos de carvão sem origem legal. O produto alimenta a produção do aço de exportação brasileiro.

     Segundo o Eco, entre os truques usados por carvoeiros para tentar driblar a fiscalização, estão encher caminhões com mais carga do que o declarado, retirar o produto de áreas não-autorizadas, usar documentos de transporte mais de uma vez ou declarações falsas de importação de carvão paraguaio. "Só é paraguaio no papel. A turma da delinqüência tem a sua competência, mas a nossa é maior", afirmou Minc.

     Veja algumas imagens:

 

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Homem exterminou espécie de foca que vivia no Caribe

Foca-monge-caribenha foi declarada extinta por órgão de pesquisa marinha dos EUA. Animal é a primeira foca a desaparecer pela ação humana; caça foi indiscriminada.

     Infelizmente, é oficial: cientistas americanos confirmaram a primeira extinção de uma espécie de foca causada pela ação humana. Após uma busca de cinco anos, o Serviço de Pesca do Noaa, órgão dos EUA que administra os oceanos, declarou extinta a foca-monge-caribenha (Monachus tropicalis), que não era avistada desde 1952.

Foto

Foca-monge-caribenha em foto tirada no início do século 20 (Foto: Reprodução)

     Animais dóceis e lentos, as focas-monges-caribenhas foram caçadas de forma desenfreada enquanto descansavam, davam à luz ou amamentavam seus filhotes na praia. Membros da espécie foram vistos pela última vez em 1952, num banco de areia do mar do Caribe, entre a Jamaica e a península do Yucatán.

Foto: Reprodução

Desenho mostra o animal em seu habitat (Foto: Reprodução)

     Buscas pela espécie ocorreram durante os anos 1960 e 1970, mas só outros tipos de focas foram localizadas na região que correspondia ao habitat da foca-monge-caribenha. A situação das outras focas-monges, membros do gênero Monachus tal como a espécie desaparecida, também não é das melhores. Tanto a espécie do Mediterrâneo quanto a do Havaí correm sério risco, com populações de 500 e 1.200 indivíduos, respectivamente.

Foto: Reprodução

Parente viva da espécie extinta, a foca-monge-havaiana (Foto: Reprodução)

     A espécie foi descoberta por Cristóvão Colombo em sua segunda viagem à América, em 1494, e já foi caçada nesse primeiro encontro (oito animais foram abatidos pelos marinheiros do navegador). Do século 18 ao 20, o animal foi explorado como fonte de alimento e principalmente para obter sua banha, usada para iluminação e lubrificação.

     Como a espécie vivia entre 20 e 30 anos, pode ser que alguns indivíduos tenham chegado até os anos 1970 antes de finalmente desaparecer.

Autor: Reinaldo José Lopes - G1

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quinta-feira, 12 de junho de 2008

Poluição prejudica olfato, diz estudo na Cidade do México

     Um estudo conduzido pela Universidade Nacional Autônoma do México afirma que a poluição da Cidade do México está diminuindo a capacidade olfativa dos moradores. A pesquisadora Robyn Hudson comparou a capacidade olfativa de pessoas da Cidade do México e de Tlaxcala, uma cidade próxima com as mesmas características ambientais e de altitude.

     O estudo de Hudson utilizou dimetil dissulfeto, uma substância associada com o apodrecimento dos alimentos.

Vista aérea da poluição na Cidade do México

Cidade do México está entre as mais poluídas do mundo

     Os moradores da Cidade do México só conseguiram detectar o cheiro da substância em concentrações nove vezes maiores, em comparação com as pessoas de Tlaxcala.

     20 milhões

     Hudson explica que o aparelho olfativo humano possui células receptoras e de suporte.

A poluição provocaria uma diminuição das células receptoras e aumento das de suporte. Essa alteração provocaria uma diminuição na capacidade olfativa das pessoas.

     O próximo passo da pesquisa será constatar se os danos são reversíveis. A cientista disse à BBC que os resultados da nova pesquisa devem ficar prontos em três meses.

     Para Mario Molina, ganhador do prêmio Nobel de Química de 1995, a poluição da Cidade do México "é um problema de saúde pública que precisa ser levado a sério".

A Cidade do México tem cerca de 20 milhões de habitantes e é uma das cidades mais poluídas do mundo.

     Em 2004, Molina montou um centro de pesquisadores de várias partes do mundo dedicados a fazer medições mais precisas sobre a qualidade do ar da cidade.

     No final dos anos 90, o nível de poluição diminuiu na Cidade do México. Mas a frota de veículos da cidade – um importante fator de poluição – vem aumentando em cerca de 250 mil carros por ano.

Autora: Patricia Mercado Sánchez - BBC Mundo

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Dezenas de pingüins aparecem mortos no Uruguai

     Cerca de 65 pingüins, a maioria mortos, apareceram em praias do Uruguai contaminados por hidrocarbonetos, disse no domingo uma organização de preservação da fauna marinha, poucos dias após o vazamento de combustível de um barco que se chocou com outra embarcação na costa do país. A organização SOS Resgate de Fauna Marinha se encarregou de limpar, alimentar e hidratar os animais que sobreviveram, cerca de 15, que chegaram intoxicados por hidrocarbonetos.

Cerca de 65 pingüins, a maioria mortos, apareceram em praias do Uruguai (foto: Marcelo Hernandez/AP)

     O barco comercial de bandeira grega Syros despejou 14 mil metros cúbicos de combustível na terça-feira passada, após se chocar com o navio de carga de Malta Sea Bird. Ainda não foi confirmado se esse combustível é que contaminou os animais marinhos.

"Os pingüins-de-Magalhães estão neste momento viajando da Patagônia até o Rio de Janeiro. Temos animais sujos, com uma substância viscosa negra com cheiro característico de combustível, mas bem mais leve que o do combustível bruto", disse Richard Tesore, da SOS Resgate de Fauna Marinha, à rádio local El Espectador.

Richard Tesore, membro da organização que se encarregou de limpar, alimentar e hidratar os animais que sobreviveram, cerca de 15 (foto: Marcelo Hernandez/AP)

     A mancha de combustível, originalmente de 20 quilômetros de extensão por 30 metros de largura, diminuiu de tamanho com o passar das horas, e as autoridades continuam monitorando sua posição nas águas.

     Eu não acredito muito em coincidências. Eu acredito que, tendo uma mancha deste tipo diante do estuário, podemos supor (que a contaminação provém desse combustível). Não podemos dizer até que seja verificado", adicionou Tesore.

Além dos pingüins, outras espécies ficaram cobertas de óleo, como essa ave marinha (foto: Marcelo Hernandez/AP)

Fonte: Reuters - Terra Notícias

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Quando o Ártico vai ficar sem gelo?

     Essa é uma das grandes perguntas deste início do século. Parece que o momento vai chegar. E mais cedo do que se imaginava. No verão passado do hemisfério norte, o gelo flutuante do Ártico recuou mais do que se imaginava. A perspectiva para esse ano, segundo os cientistas, é de um derretimento igualmente dramático.

     Uma parte cada vez mais expressiva dos glaciologistas – que estudam o comportamento do gelo – acredita que a situação lá chegou a um ponto em que o aquecimento é irreversível e se acelera sozinho. Isso aconteceria porque, na medida que a superfície de gelo diminui, mais água do mar fica exposta. E a água, mais escura do que o gelo, absorve mais calor do sol. Isso faz as águas esquentarem, acelerando o derretimento de mais gelo flutuante.

     O derretimento do gelo do Ártico não vai afetar o nível dos mares porque ele já está flutuando. Mas ele tem impacto indireto. O derretimento da capa branca no norte acelera o aquecimento de todo o planeta. E também deixa expostas as geleiras de terra firme na Groenlândia. E essas sim podem se descolar do leito rochoso, escorregar para o mar, e levantar o nível dos oceanos.

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Como funciona a Amazônia

    

     A WWF Brasil fez uma animação bem didática para explicar como funciona o desmatamento na Amazônia. Basicamente, a maior parte da madeira é retirada por empresas clandestinas que abastecem os mercados do Sudeste. O estado de São Paulo é o maior consumidor. Depois que a madeira de valor é retirada, fica ainda uma bela floresta em pé. Mas a mata é derrubada para abrir pastagens. Essa retirada da cobertura vegetal provoca a emissão de gás carbônico para a atmosfera. Graças ao desmatamento da Amazônia - e do cerrado -, o Brasil, que tem uma energia elétrica basicamente limpa (de hidrelétricas), fica em quarto lugar na lista geral dos maiores responsáveis pelas mudanças climáticas.

(Alexandre Mansur)
Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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Será que vão liberar o desmatamento na Amazônia?

     A política do governo federal de combate ao desmatamento pode acabar amanhã. As medidas surgiram após um decreto presidencial de dezembro. A nova regra estabeleceu um embargo a 36 municípios campeões de desmatamento. Nessas regiões, os créditos agrícolas e as autorizações ao desmatamento foram proibidos. O decreto veio como uma resposta às acusações de que o reaquecimento do agronegócio foi o responsável pelo retorno do desmatamento. Com a alta nos preços da carne e da soja, derrubar florestas teria voltado a ser um bom negócio. Cerca de 80% do desmatamento na Amazônia é para abertura de pastagens.

Com a alta nos preços da da soja, derrubar florestas teria voltado a ser um bom negócio

     Nesta quarta-feira (11), o Senado vota o que pode ser a primeira resposta do setor agropecuário. Se for aprovado, o projeto de lei da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) pode acabar com tudo o que foi estabelecido no decreto presidencial de 2007, que visava a controlar o desmatamento. A medida também retira poderes do executivo em relação ao monitoramento e ao controle do desmatamento.

     Na semana passada, a revista inglesa The Economist publicou uma reportagem sobre o desmatamento na Amazônia. A revista voltou a reafirmar que o caos fundiário na região é uma das principais causas do desmatamento. Cerca de 20% da Amazônia são terras devolutas, onde os estados e a União não fizeram o controle fundiário e pertencem ao primeiro que chegar. Enquanto os gringos acertam sobre as causas do desmatamento, no Brasil, o governo e o setor produtivo voltam a velha disputa. Infelizmente, o único consenso é que estamos perdendo a floresta.

Causas do desmatamento na Amazônia

Autora: Juliana Arini - Blog do Planeta

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Degelo no Ártico pode agravar aquecimento no interior, diz estudo

Descongelamento afetaria gravemente os ecossistemas e a infra-estrutura humana.

Oceano Ártico teve degelo recorde no ano passado.

     Se o gelo do Ártico começar a derreter muito rapidamente, ursos e focas polares não serão as únicas criaturas afetadas: de acordo com um estudo divulgado na terça-feira, o degelo pode provocar um aquecimento numa faixa de mais de mil quilômetros interior adentro.

     Isso pode levar ao degelo do permafrost (solo permanentemente congelado), o que afetaria gravemente os ecossistemas e a infra-estrutura humana (especialmente poços e dutos de petróleo). Além disso, segundo os cientistas, haveria mais emissão de gases do efeito estufa na Rússia, no Alasca e no Canadá.

Permafrost é o solo permanentemente congelado.

     O estudo é particularmente pertinente devido ao degelo recorde do ano passado no oceano Ártico, quando a cobertura de gelo recuou para 30 por cento abaixo da média histórica. Para este ano, se prevê novamente um recorde de degelo, embora não se saiba se uma tendência está se consolidando.

     "Nosso modelo climático sugere que a rápida perda de gelo não necessariamente é uma surpresa", disse David Lawrence, do Centro Nacional para Pesquisas Atmosféricas dos EUA, um dos autores do estudo.

     "Quando há certas condições no Ártico -- gelo fino, muito gelo em seu primeiro ano [e não um gelo mais antigo e robusto] -- há uma perda rápida e constante num período de cinco a dez anos", explicou ele por telefone, do Colorado.

Derretimento da base de um Permafrost

     Em tais períodos de degelo acelerado, as temperaturas no outono nos litorais do Ártico na Rússia, no Alasca e no Canadá podem subir até 5 graus Celsius, segundo esse modelo climático. O outono é frequentemente a estação mais quente nessa região.

     Entre agosto e outubro de 2007, em terras da região do Ártico ocidental tiveram uma temperatura excepcionalmente alta, mais de 2 graus Celsius acima da média registrada entre 1978-2006, o que levou à hipótese de uma correlação entre o encolhimento do gelo marinho e o aquecimento do interior.

     Os cientistas descobriram que, quando o gelo se derrete rapidamente, as terras árticas se aquecem a um ritmo 3,5 vezes superior do que previam os modelos climáticos para o século 21. O aquecimento é maior ainda sobre o oceano, mas as simulações indicam que o fenômeno pode se propagar a até 1.500 quilômetros da costa, na direção do interior.

     Em locais onde o permafrost já está ameaçado, como o centro do Alasca, um degelo rápido do mar pode levar a um degelo rápido também do solo.

Derretimento do Permafrost causa desestabilização nas estruturas de suporte dos dutos de petróleo

     De acordo com os cientistas, os efeitos disso já são evidentes em parte do Alasca. Ali, pedaços de solo desabam devido ao derretimento do gelo antes misturado à terra. Isso abre buracos em estradas, desestabiliza moradias e faz as árvores balançarem como se estivessem bêbadas.

     A pesquisa será publicada na sexta-feira na revista "Geophysical Research Letters".

Fonte: Reuters - G1

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Espécie amazônica dizima peixes nativos do Pantanal de MS

Tucunaré é um animal carnívoro de apetite voraz.

Ele chegou ao Mato Grosso do Sul depois que um tanque rompeu.

     Carnívoro, de apetite voraz e protetor exemplar de seus alevinos (filhotes), o tucunaré está dizimando os peixes nativos do Pantanal de Mato Grosso do Sul, na região de Corumbá. A espécie, proveniente da Bacia Amazônica, está tomando conta dos rios pantaneiros, onde chegou na década de 80, depois do rompimento de um tanque com milhares de filhotes que estavam sendo criados em uma fazenda nas proximidades dos rios Itiquira e São Lourenço.

O Tucunaré está dizimando os peixes nativos do Pantanal

     Enquanto os peixes nativos da região fecundam sob a água e deixam os alevinos relegados à própria sorte e à mercê dos predadores, o tucunaré faz ninho em pedras dos fundos dos rios, garantindo assim maior número de sobreviventes. Esse procedimento fez aumentar a população desse tipo de peixe em detrimento da nativa, segundo o secretário de Meio Ambiente de Corumbá, Ricardo Eboli.

     Eboli informou que até o final desta semana será assinado decreto liberando a pesca do tucunaré no Pantanal de Corumbá. "O que já temos certeza absoluta é de que o tucunaré é um invasor e como tal pode alterar o ecossistema, provocando danos imprevisíveis", explicou Eboli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado - G1

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(Des) Controle ambiental

     O governo de Yeda Crusius (PSDB) está tornando caótica a gestão ambiental do Rio Grande do Sul, acusam servidores ligados a órgãos ambientais. O estado, que outrora fora pioneiro na luta ambiental, hoje sofre com a falta de funcionários e pressão para a aprovação de licenças ambientais. A situação do licenciamento começa a ser investigada pelo Ministério Público estadual, principalmente após a emissão da licença prévia para a ampliação de planta da Aracruz Celulose à beira do lago Guaíba.

     O Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais (Semapi), entidade que congrega os trabalhadores das fundações ligadas à Secretaria Estadual do Meio Ambiente fez uma representação junto ao Ministério Público do estado, pedindo a anulação da Licença Prévia dada à Aracruz. Também pede que o EIA/Rima do empreendimento seja refeito.

     De acordo com a Semapi a direção da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Luiz Henrique Roessler (Fepam) concedeu Licença Prévia (LP) para a ampliação da Aracruz Celulose mesmo faltando informações importantes e desconsiderando pareceres técnicos que alertavam para a insuficiência de dados apresentados pela empresa. A LP também não apresenta qualquer prognóstico sobre a quantidade de efluentes que irão interferir na qualidade de água do Lago Guaíba, de onde vem a água que abastece Porto Alegre, Guaíba e Barra do Ribeiro. E é nessa fase do licenciamento que deveria ser mostrado o modelo matemático que aponta o comportamento da dispersão dos potenciais poluentes no manancial, já tão abalado pelo lançamento de esgotos.

     Além disso, a LP emitida não apresenta exigências específicas para tratamento e disposição final para resíduos gerados pela Aracruz. Os resíduos da futura planta química de clorato de sódio, que podem conter metais tóxicos como mercúrio, não constam no Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental. "A central no Horto Florestal José Lutzenberger pode vir a se transformar em uma Utresa II", aponta um técnico preocupado com a situação, mas que pede para ter seu nome resguardado devido ao medo de represálias. A Utresa foi responsável pela maior mortandade de peixes da história gaúcha, no rio dos Sinos, em 2006.

     Boa parte dos impactos ambientais significativos decorrentes da ampliação da planta de celulose da Aracruz não foram devidamente caracterizados e avaliados. Estes estudos, que deveriam ser apresentados nessa fase do licenciamento, acabaram sendo postergados, em sua maioria, para a fase da Licença de Instalação, o que contraria a legislação ambiental. A Aracruz pretende começar a ampliação em julho deste ano – sua produção saltará de 450 mil toneladas para 1,8 milhão de toneladas de celulose branqueada de eucalipto/ano.

     O que piora ainda mais a situação é que os funcionários que alertaram para os problemas, que simplesmente deram pareceres apontando a falta de informações para a emissão da licença, foram afastados do setor. O único meteorologista da Fepam foi transferido para o Laboratório da Fepam junto com outras duas técnicas, cada uma com quase 30 anos de casa.

     O Ministério Público instaurou inquérito civil público e estão sendo aguardadas provas técnicas para dar andamento ao processo. Para Antenor Pacheco, servidor da Fepam e atual diretor do Semapi, a situação é caótica. "Está todo mundo com medo de falar, está se vivendo num clima de tensão horrível e quem não segue o que a direção manda é ameaçado, muita gente chegou até a ficar doente". Uma técnica desabafa: "o jogo é muito pesado pra mim. Metade da Fepam está doente, o número de atestados médicos vem crescendo diariamente. Mas para a direção, isso não importa, pois tem gente suficiente para fazer os pareceres favoráveis. Afinal, a Fepam virou um cartório ambiental e a Emater tem contratado técnicos, sem concurso, para suprir as suas necessidades".

     Procurada, através de sua assessoria de imprensa, por duas semanas para esclarecer dúvidas sobre o estudo de impacto ambiental de sua fábrica no Rio Grande do Sul, a Aracruz não quis se manifestar.

     Desmonte

     Mesmo com 188 funcionários - cujo plano de Cargos e Salários prevê quase 700 - a Fepam hoje é responsável por todo o licenciamento de atividades com potencial degradador. Através de um convênio assinado em abril último, entre a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e a Fepam, o licenciamento ambiental foi unificado e a fundação passa a ampliar seu leque de atuação. Tudo que antes a Divisão de Licenciamento Florestal do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas fazia, como a autorização de corte de árvores nativas e a Divisão de Outorga e Fiscalização do Departamento de Recursos Hídricos, leia-se autorizações para usar a água disponível nos mananciais do Estado, como grandes irrigações, é feito por um número reduzido de funcionários e terceirizados. E tudo "a toque de caixa", sem qualquer treinamento ou aplicação de recursos para qualificação. Sob o pretexto de "integrar diferentes órgãos com a finalidade de facilitar o acesso dos usuários aos serviços de licenciamento ambiental" foi instituído o Balcão de Licenciamento Ambiental Unificado.

     Antes, quando se tinha uma solicitação de corte de vegetação, para se dar a Licença Prévia - o primeiro passo para o licenciamento - solicitava-se que fosse um técnico de alguma regional do Defap/Sema para analisar a situação, conforme prevê o Código Estadual de Meio Ambiente. Hoje, a licença para a supressão da vegetação é concedida sem a verificação no local se a área a ser atingida corresponde ao que diz o pedido de corte. Quer dizer: o empreendedor pode derrubar 40 hectares, e a licença permitir 20 hectares, exemplifica uma técnica que também não quis dizer o nome. E ela admite: "não sei a diferença entre uma árvore exótica ou nativa, pois minha formação não tratou disso". A servidora revela que técnicos como ela estão dando licença para corte de vegetação.

     Boa parte do licenciamento na Fepam está sendo feito por uma empresa terceirizada e por técnicos contratados pela Emater (empresa de assistência técnica rural), sem experiência e competência para o licenciamento. A mesma técnica que pediu para não se identificar com medo de represálias descreve outra situação onde a lei é atropelada: "o funcionário concursado da Fepam não pode prestar serviços pra empresas passíveis de licenciamento, mas tem gente contratada que trabalha pra empresas e também licencia". O que todos temem é o desmonte completo da instituição, que já foi referência na gestão ambiental brasileira. "Acho que daqui um ano só vão sobrar aqueles que estão quase se aposentando". Para Pacheco, a situação está crítica, nunca esteve tão ruim. "E a ética do licenciamento, como fica"?, indaga. O sindicalista acredita que o contexto só vai melhorar com "a imediata realização de concurso público".

     "Velhos e ultrapassados"

     Os servidores da Fepam também reclamam da falta de respeito da presidente da fundação, Ana Pellini. A gestora tem se manifestado publicamente sobre os técnicos da casa, chamando-os de velhos e ultrapassados. A servidora conclui dizendo que o seu desejo é sair da Fepam o mais rápido possível, pois o clima de trabalho é péssimo, envolto de represálias e "sem luz no fim do túnel". "O último a sair, que apague a luz", disse. O mesmo clima de instabilidade também está instalado no Defap da Sema. Só que lá, os poucos funcionários do quadro, especialmente do licenciamento, estão de braços cruzados, pois suas atribuições foram repassadas para a Fepam.

     O Departamento de Qualidade Ambiental, responsável pelas atividades de planejamento e gestão ambiental está sendo desmontado. Mais da metade dos técnicos – um total de onze - foi transferido para áreas de licenciamento e para o laboratório. Com isso, o monitoramento da qualidade das águas da maior parte dos rios gaúchos não estão sendo realizado. Apenas alguns parâmetros dos rios dos Sinos e Gravataí (os mais poluídos do Estado) estão sendo medidos. "É lamentável, estamos perdendo séries históricas da qualidade das águas desses rios", comenta outra técnica que solicita que seu nome não seja divulgado.

     A presidente da Fepam diz que quando assumiu a entidade em maio do ano passado, havia um passivo de 12 mil processos de licenciamento, muitos em análise há mais de cinco anos. Por isso ela justifica a criação de uma força tarefa para o levantamento e ordenamento destes passivos. "Como era necessária a avaliação técnica dos processos, muitos técnicos foram deslocados para áreas que necessitavam de pareceres. Onde houver necessidade, eles serão remanejados para que os processos possam fluir e os empreendedores obtenham respostas aos seus processos." Ela acredita que essas ações estão dando certo. "Hoje temos 900 pendências e os processos agora tramitam no prazo legal: seis meses para os que não necessitam de EIA-Rima e um ano para os que dependem de EIA-Rima," conclui Ana Pellini.

     Mobilização

     No último dia 20, o Semapi promoveu o seminário "Políticas Públicas de Meio Ambiente - O desmonte dos órgãos ambientais do Rio Grande do Sul". "Em pleno século XXI, nunca se desrespeitou tanto o meio ambiente com a conivência da grande imprensa e até da Justiça", comenta o professor de Botânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Brack, que participou do evento. Ele lembra que o próprio argumento do desembargador que cassou a liminar, impetrada pela Associação Gaúcha de Proteção Ambiente Natural (Agapan), que pedia o cumprimento do Zoneamento Ambiental da Silvicultura foi de que "o valor de seis bilhões de reais era muito grande para se colocar em risco o empreendimento". A liminar foi cassada na noite do dia 9 de abril deste ano, abrindo caminho para que 19 conselheiros, do total de 29, aprovassem um zoneamento contestado pelo Grupo de Trabalho do Conselho Estadual de Meio Ambiente – que não obedece os cuidados apontados pelos técnicos da Fepam.

     Brack comenta que a decisão fez cair por terra todo trabalho pioneiro de criação de um instrumento para o licenciamento ambiental da silvicultura. Hoje a nova proposta de "zoneamento" aprovada no Consema elimina os parâmetros reguladores da expansão da atividade.

     A professora Dirce Suertegaray, também da Ufrgs, afirmou que "o desmonte alicerça a ausência de uma gestão ambiental que respeite os conhecimentos técnicos e científicos adquiridos ao longo de anos, tanto pelos órgãos governamentais quanto pelas universidades". A pesquisadora tem sido atacada por apontar fragilidades ambientais no Sudoeste gaúcho, região onde as empresas de celulose pretendem plantar quase um milhão de hectares de eucaliptos.

     Já o professor da Universidade Federal de Pelotas, Althen Teixeira, entrou com uma ação na justiça pedindo o afastamento da presidente da Fepam, Ana Pelini, "por ela não ter feito nada, mesmo sabendo das irregularidades nos EIAs Rimas". Ele mostrou à platéia que a Votorantim Celulose e Papel utilizou em seu EIA/Rima as logomarcas da Universidade Católica de Pelotas e da Fundação Universidade de Rio Grande sem autorização das universidades.

     Mas a presidente da Fepam assegura: "nunca se cuidou tanto do meio ambiente como agora, pois a preservação dos nossos recursos naturais é fundamental para a governadora Yeda Crusius". Ela argumenta ainda que o desenvolvimento sustentável é "um caminho para garantir um sistema social de emprego, renda e seguridade, a fim de enraizar em todos nós os generosos sentimentos de racional utilização dos recursos naturais e de solidariedade." Ana Pellini acredita que tudo isso será possível ser houver "o equilíbrio entre as questões econômicas e ambientais voltado à promoção social na linha do Programa Nacional de Meio Ambiente (PMNA)".

Autora: Silvia Franz Marcuzzo - O Eco
Fonte: REBIA Nacional - Portal do Meio Ambiente

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terça-feira, 10 de junho de 2008

Chefes australianos apóiam uma Austrália livre de transgênicos

     Os chefes top da cozinha australiana se uniram para se opor a servir Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) em seus restaurantes. Isto se deu com a aprovação dos chefes ao documento "GM Free Chefs Charter" feito pelo Greenpeace. O documento exige que produtos que tiverem em sua composição OGM devem explicitar isto em rótulos, inclusive a canola, ingrediente típico na comida australiana que cresceu no mercado de OGM e ainda não recebe rótulos.
     Entre os nomes dos chefes que apóiam a ação estão Maggie Beer, Stephanie Alexander, Kylie Kwong, Justin North, Sean Moran, Margaret Fulton, Dure Dara, Neil Perry e Holly Davis.
Fonte: Greenpeace
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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