sexta-feira, 18 de julho de 2008

IPCC adverte sobre falta de tempo para lutar contra mudança climática

     O presidente do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC), Rajendra Pachauri, advertiu hoje na Expo Internacional de Zaragoza que é preciso ter "coragem" e ser "realista" para enfrentar o "pouco tempo" que existe para lutar contra a mudança climática.

     O economista indiano, que há anos lidera uma incansável luta a favor do meio ambiente, insistiu que é preciso ser valente para não ficar no meio do caminho contra a mudança climática, "pois há muito pouco tempo para reagir".

     As principais pautas a serem seguidas para frear a mudança climática são, segundo o presidente do IPCC, a adaptação aos efeitos que já estão acontecendo em todas as partes do mundo e a redução da emissão de gases que causam o efeito estufa até um nível "aceitável".

     "A mensagem que eu daria é de que todo o mundo tem que fazer uso eficiente" da água, disse Pachauri, que lamentou que em Nova Délhi as pessoas tomem banho de mais de meia hora por "prazer e diversão, e não por necessidade'.

     Para Pachauri, que dividiu o Prêmio Nobel da Paz de 2007 em nome do IPCC com o ex-vice-presidente americano Al Gore, a água é um dos elementos mais vulneráveis da qual "temos que cuidar de cada gota".

     Segundo Pachauri, a Expo Internacional de Zaragoza "é uma boa idéia", já que é um encontro entre pessoas que se preocupam em revelar alguns dos aspectos críticos mais importantes da humanidade.

Fonte: EFE - Terra Notícias

Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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Calor afeta animais em zôo da Sibéria

     As altas temperaturas na Sibéria Central estão afetando os animais nos zoológicos e fazendo com que os tratadores lhes dêem cuidados especiais.
     No zoológico da cidade de Krasnoyarsk, por exemplo, o urso negro Yozhik bebe e se refresca do calor de mais de mais de 30º C com jatos de água gelada.
Água gelada ajuda o urso Yozhik a espantar o calor de mais de 30ºC
Água gelada ajuda o urso Yozhik a espantar o calor de mais de 30ºC (Foto: Reuters)
Fonte: Terra Notícias
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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A Monsanto vai salvar o planeta?

     A Monsanto, empresa fabricante de sementes e insumos agrícolas, ganhou inimizade de boa parte dos ecologistas graças a sua tecnologia de plantas transgências. Um bom número de ONGs ambientalistas teme que os transgênicos possam alterar a genética de plantas convencionais perto das áreas cultivadas. No entanto, o uso de algumas variedades transgênicas consegue reduzir a necessidade de agrotóxicos, o que faz bem para a natureza. A polêmica continua.

     Agora a Monsanto quer se firmar como amiga da natureza. Para isso, está lançando a Iniciativa de Desenvolvimento Sustentável. O planto inclui três metas. A primeira é dobrar o rendimento de sementes de milho, soja e algodão até 2030. Nos próximos cinco anos, a empresa diz que destinará US$ 10 milhões ao setor público de pesquisa para melhorar o rendimento de novas variedades de trigo e arroz. A cada ano, um painel mundial de experts selecionará um projeto diferente, que receberá US$ 2 milhões em investimentos.

     O segundo compromisso da Monsanto é desenvolver, também até 2030, sementes que reduzam em 1/3 a quantidade de recursos para o cultivo das plantas. Variedades de milho, soja e algodão serão capazes de produzir mais sem a necessidade de aumentar a área da lavoura, permitindo menor uso de água, energia e insumos agrícolas.

     E a terceira meta da Monsanto é compartilhar conhecimentos com pequenos produtores e agricultores de baixa renda. A empresa estabeleceu parcerias com produtores de tecnologia e quatro organizações governamentais na África para o desenvolvimento de variedades de milho tolerantes à seca, investimento em banco de sementes e sem cobrança de royalties. A expectativa é melhorar a qualidade de vida desses agricultores ao ampliar a rentabilidade da lavoura e possibilitar a redução de agentes químicos no campo. O milho transgênico tolerante à seca desenvolvido para as condições africanas deve chegar ao mercado em dez anos, segundo a Monsanto.

     Será que essa iniciativa ajuda a mudar a imagem da empresa?

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder



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quinta-feira, 17 de julho de 2008

A guerra pela madeira na Amazônia

     O repórter Alailson Muniz, da Agência Amazônia, descreve a disputa por madeira ilegal no Pará.

     "Numa região de difícil acesso e distante cerca 140 km do município de Santarém, no Oeste do Estado, milícias de madeireiros ilegais estão se matando dentro da mata fechada numa disputa que põe em jogo uma área de mais de 1 milhão de hectares de floresta primária e que possui cerca de R$ 30 bilhões em madeira. Curuatinga fica localizada às margens do rio de mesmo nome, que é afluente do rio Curuá-Una.

     A maneira mais fácil de chegar até a região é por barco. A vida pacata da região começou a mudar depois que várias madeireiras passaram a se instalar na região. Grupos de pessoas armadas passaram a circular dentro da mata, fazendo picos que demarcam as áreas que estão sendo desmatadas de forma ilegal."

     A reportagem completa está aqui.

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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Geleiras do Peru podem sumir em 25 anos

Relatório prevê dificuldades de acesso a fontes de água limpa para população andina.

     Cientistas dizem que as geleiras andinas estão derretendo em um ritmo tão acelerado que correm o risco de desaparecer completamente em 25 anos.

     Especialistas em glaciologia se reuniram no Peru nesta semana para discutir formas de frear o derretimento das geleiras, que são uma importante fonte de água e hidroenergia para milhões de pessoas.

Foto

Geleiras andinas podem estar com os dias contados (Foto: BBC/Reprodução)

     Um relatório recente da Universidade do Pacífico do Peru prevê que, em 2025, 70% da população andina vai ter grandes dificuldades de acesso a fontes de água limpa por causa do derretimento das geleiras.

     O fenômeno também pode levar a perdas de até US$ 30 bilhões por ano. "Se quisermos salvar as geleiras, não podemos ficar sem fazer nada", diz Wilson Suarez, professor da Universidade de Montpellier, na França.

     "É um processo global, a tempertaura vai aumentar", acrescenta Suarez. "Estudos têm de ser feitos e temos de nos adaptar com base nos resultados destes estudos."

Fonte: BBC - G1

Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Vazamento radioativo em usina nuclear da França

     A França é o país com maior quantidade de energia produzida por usinas nucleares. Considerada a opção mais "correta" num país de planícies – mas também de ventos fortes que possibilitariam a utilização da energia eólica, a opção nuclear veio abaixo com o vazamento radiotivo na cidade turística de Avignon no dia 7 de julho. A insegurança da energia nuclear se revela na situação atual em que a população local está impedida de beber a água de dois rios que foram contaminados e de usá-la para irrigação de plantações. Situações como essas deixam populações temerosas de um Chernobyl que se mostra cada vez mais próximo, enquanto a energia limpa, renovável, eficiente e segura não for amplamente disseminada pelo mundo.

Fonte: Greenpecae

Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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Greenpeace surpreende pescadores ilegais no Mediterrâneo

     Em atual expedição marinha, o Greenpeace localizou pescadores ilegais no mar Mediterrâneo, em região próxima à Itália. Os marinheiros da embarcação Luna Rossa portavam redes-balão de pesca, que foram proibidas na União Européia por serem consideradas um perigo para animais marinhos maiores, que muitas vezes ficavam enroscados na armadilha. Os ativistas da ONG confiscaram as redes de pesca e denunciaram os piratas para as autoridades locais. Até agora não houve resposta oficial à denúncia.

Fonte: Greenpeace

Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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domingo, 13 de julho de 2008

Índia: lixo tóxico contamina 24 anos após desastre

     Centenas de toneladas de lixo ainda apodrecem dentro de armazéns em uma esquina do antigo terreno da fábrica de pesticidas da Union Carbide, quase 25 anos depois de um vazamento de gás venenoso ter matado milhares de pessoas e transformado a antiga cidade de Bhopal, na Índia, em um símbolo notável de desastre industrial.

     Os resíduos tóxicos ainda não foram eliminados. Ninguém examinou até que ponto, ao longo de mais de duas décadas, as substâncias tóxicas se alastraram pelo solo e pela água da região, exceto em checagens esporádicas de uma agência ambiental estadual, que constatou que os resíduos de pesticidas nos poços da vizinhança excediam muito os níveis tolerados.

     Além disso, ninguém deu importância às preocupações daqueles que beberam a água contaminada e cultivavam hortas caseiras em solo contaminado, pessoas cujos filhos agora apresentam doenças que vão de lábio leporino a retardo mental, numa segunda geração de vítimas de Bhopal, embora seja impossível determinar com precisão a causa dessas anomalias.

Na colônia da Lua Azul, meninas pegam água de um tanque. Desde 2004, por ordem da Suprema Corte, o Estado é obrigado a fornecer água potável aos moradores dos arredores da fábrica da Union Carbide onde ocorreu o vazamento de gás venenoso (fotos: The New York Times)

     A demora para que providências fossem tomadas após o desastre daria uma história épica sobre a ineficiência e aparente apatia da burocracia indiana e sobre a falha do governo em exigir que os donos da fábrica se responsabilizassem pelo ocorrido. Mas a questão de quem pagará pela limpeza do terreno de cerca de quatro hectares ganhou nova urgência em um país que hoje se interessa muito em atrair investimentos estrangeiros.

     Foi aqui, em 3 de dezembro de 1984, que um tanque da fábrica expeliu 40 toneladas do gás isocianato de metila, matando todos os que inalaram o veneno enquanto dormiam. Na época, a tragédia foi considerada o pior acidente industrial do mundo. Pelo menos três mil pessoas morreram na hora. Outras milhares morreram posteriormente de efeitos tardios, embora não se saiba com certeza o número exato de vítimas fatais.

     Mais de 500 mil pessoas declararam ter sido afetadas pelo gás e ganharam indenizações, em média de US$ 550. Algumas vítimas dizem ainda não ter recebido dinheiro algum. Esforços para extraditar dos Estados Unidos Warren M. Anderson, presidente da Union Carbide na época, continuam, embora aparentemente sem muitos resultados.

     Grupos de defesa dos moradores locais ainda correm atrás da empresa e do governo. Eles se acorrentam à residência do primeiro-ministro num dia, e protestam em encontros de acionistas no outro, não deixando a tragédia de Bhopal ser esquecida pela Índia. Eles insistem que a Dow Chemical Co., que trouxe a Union Carbide em 2001, se comprometeu legalmente com a fábrica e por isso deveria pagar pela limpeza do local.

     "Se o lixo tóxico tivesse sido eliminado, os lençóis freáticos não estariam contaminados", diz Mira Shiva, doutora que lidera a Associação Voluntária de Saúde, um dos muitos grupos que pressionam a Dow para que se responsabilize pela limpeza do local. "A Dow praticou o primeiro crime. O segundo crime foi a negligência do governo".

Meninos brincam nas águas poluídas do que era, Originalmente, uma fossa a céu aberto usada como repositório do lodo químico da fábrica de pesticidas. O lago chegou a ser coberto com plástico e concreto, mas a cobertura rachou com o calor (fotos: The New York Times)

     A Dow, com sede em Michigan, diz que não é responsável pela limpeza da área, pois não causou os estragos. "Como nunca foi dona da fábrica, não tem nenhuma responsabilidade legal pela tragédia de Bhopal e suas consequências", disse Scot Wheeler, porta-voz da empresa, em uma mensagem de e-mail.

     O próprio governo está agora nos últimos estágios do debate que decidirá quem pagará pela limpeza do local - debate este que iria acontecer atrás de portas fechadas, não fossem os pedidos de divulgação de informações ao público, por parte dos grupos de defesa dos moradores de Bhopal, o que acarretou na revelação de correspondência intra-governamental.

     Foi revelado que um braço do governo, o Ministério de Química e Petroquímica, incumbido de limpar o local do desastre, pediu a Dow um depósito de US$ 25 milhões como custos de remediação, enquanto outros altos funcionários alertaram que pressionar a Dow dessa forma poderia comprometer futuros investimentos no país.

     Um alto funcionário do governo, proibido de dar declarações públicas a respeito do polêmico assunto, descreveu o dilema: "Você prefere um investimento de um bilhão de dólares, ou prefere que essa situação complicada continue?" disse o oficial, chamando a isso de "impasse".

     Espera-se que o governo tome uma decisão no final deste ano. Além de decidir quem pagará pela limpeza do local, também é preciso justificar por que 425 toneladas de lixo tóxico - alguns grupos alegam que há ainda mais lixo enterrado no terreno - permaneceram no local por 24 anos após o vazamento de gás.

Encarregado da segurança caminha por uns dos edifícios que faziam parte da Union Carbide. Quase 25 depois do vazamento de gás venenoso na fábrica, centenas de toneladas de lixo se acumulam nos armazéns no terreno em que ficava a indústria de pesticidas (fotos: The New York Times)

     Existem muitas respostas para isso. Primeiro, permitiram que a empresa devolvesse o terreno ao governo antes da limpeza. Segundo, processos de grupos de defesa ainda estão tramitando pelos tribunais. E por fim, uma rede de agências governamentais letárgicas, e aparentemente apáticas, não consegue se organizar em conjunto.

     O resultado disso é um terreno infértil no coração da cidade. O antigo solo da fábrica, congelado no tempo, constitui uma floresta de cerca de quatro hectares com tanques corroídos e canos que abrigam insetos, em que o gado pasta e as mulheres procuram por arbustos para cozinhar no jantar.

     Desde o desastre, decisões impensadas por parte dos residentes locais só aumentaram os problemas e o risco de saúde a que estão sujeitos. Um pouco além dos limites da fábrica existe uma fossa a céu aberto. Ela costumava ser usada como repositório do lodo químico da fábrica de pesticidas e agora é um lago em que crianças e cães mergulham nas tardes quentes. Suas margens são banheiros a céu aberto. No período de chuvas, o lago transborda pelas ruas lamacentas do cortiço.

     O cortiço se formou logo após o vazamento de gás. Pessoas carentes migraram para o local, à procura de terras baratas, e construíram seus lares à beira do lago de lodo. O lago foi uma vez coberto com concreto e plástico. Mas no calor intenso, a cobertura de concreto se partiu.

     Inexplicavelmente, os primeiros testes dos lençóis freáticos no local foram conduzidos apenas 12 anos após o vazamento de gás. O órgão de controle de poluição estadual revelou que os lençóis continham vestígios de pesticidas como endosulfano, lindano, triclorobenzeno e DDT. Mas os sedimentos do solo não foram testados. E a água do local nunca foi comparada às águas de outras cidades vizinhas.

Akash, 6 anos (esq.), nasceu sem o olho esquerdo, não enxerga nem fala direito - problemas causados, segundo seu pai, pela água contaminada. Eles vivem no cortiço de Shiv Nagar a 800 metros da fábrica de pesticidas  (fotos: The New York Times)

     O órgão de poluição não viu razão para alarde. No entanto, em 2004, devido a reclamações de residentes da área, a Suprema Corte ordenou que o Estado fornecesse água potável aos moradores dos arredores da fábrica. Na época, 20 anos desde o acidente já tinham se passado.

     "É um escândalo que o lixo tóxico ignorado pela Union Carbide por 20 anos agora tenha migrado para o solo e contaminado o lençol freático sob a fábrica e a vizinhança", escreveu Claude Álvares, monitor da Suprema Corte da Índia, que visitou o local em março de 2005. Ele provou a água de um poço local. "Tive que cuspir tudo", contou em seu relatório. A água "tinha um gosto terrível de produto químico". As mulheres da vizinhança ainda mostraram os utensílios corroídos pela água.

     Como aponta o relatório, o governo estava ciente da probabilidade de contaminação há muito tempo. Um centro de pesquisa governamental avisou há 10 anos que se os resíduos tóxicos não fossem tratados, eles se espalhariam pelo solo e pela água da região.

     Por volta da mesma época, sob pressão pública, autoridades do Estado finalmente recolheram os resíduos tóxicos em volta do terreno da fábrica e colocaram-no dentro de um armazém. O armazém foi trancado apenas há quatro anos. O resíduo armazenado no local deveria ter sido incinerado na cidade vizinha de Gujarat, mas o governo ainda não encontrou uma empreiteira que esteja disposta a empacotar o lixo em pequenas unidades transportáveis. A autorização para transporte também está atrasada, e grupos de cidadãos levantam novos questionamentos quanto ao perigo de se transportar o lixo tóxico.

      Ajay Vishonim, Ministro da Saúde e do Gás, disse estar confiante de que nenhum resíduo apresente mais riscos a esta altura, e que não houve, em sua opinião, comprovação satisfatória de que o lixo tóxico causou a contaminação do lençol freático. "É sensacionalismo", disse.

Fareeda Bi e seus filhos Hassan (esq.) e Nawab Mian, em casa em Arif Nagar, outro cortiço próximo à fábrica. Os meninos não conseguem controlar os músculos e mal conseguem se manter em pé, locomovendo-se pela casa como passarinhos recém-nascidos. A mãe diz que o estado dos filhos se deve à água contaminada (fotos: The New York Times)

      Em 2005, um estudo financiado pelo Estado requisitou que pesquisas epidemiológicas de longo prazo determinassem o impacto da água contaminada no local, e concluiu que embora os níveis de resíduos tóxicos não fossem altos, a contaminação da água e do solo causaram um aumento de doenças respiratórias e gastrointestinais.

     No cortiço de Shiv Nagar, a cerca de 800 metros da fábrica, vive o garoto Akash, que nasceu sem o olho esquerdo. Ele tem seis anos e não enxerga nem fala direito. É uma criança alegre que brinca nas ruas perto de casa.

     Seu pai, Shobha Ram, um doceiro que comprou o terreno na região muitos anos depois do vazamento de gás, construindo sozinho uma casa de dois cômodos, disse que o problema do garoto foi causado pelo poço artesanal perto do lago de lodo de onde sua família tirou água por anos.

     Ele disse que nunca havia lhe ocorrido que a água podia estar contaminada com pesticidas. "Sabíamos do incidente com o gás", afirmou. "Mas nunca pensamos que existisse água contaminada tão perto de casa".

     A história se repete em cortiços vizinhos. Na colônia da Lua Azul, Muskan, uma menina de dois anos, não consegue andar, falar ou entender o que acontece ao seu redor. O pai dela, Anwar, culpa a água.

     Em Arif Nagar, os irmãos Nawab e Hassan Mian, de oito e doze anos, se locomovem feito passarinhos recém-nascidos, mal conseguindo se manter em pé. Eles não conseguem controlar os músculos. A mãe deles, Fareeda Bi, não tem certeza da causa da doença, mas também culpa a água. "Existem outras crianças assim na vizinhança, que não conseguem andar, nem enxergar", disse.

     Para agravar a tragédia, não há como saber até que ponto a água é responsável por isso. O governo suspendeu os estudos de Saúde Pública de longo prazo há muitos anos.

     Veja mais imagens sobre o acidente em Bhopal disponível na Internet:

Autor: Somini Sengupta (tradução: Amy Traduções) - The New York Times - Terra Notícias

Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder



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