terça-feira, 26 de agosto de 2008

Avança discussão da ONU sobre florestas e indústria

     As discussões climáticas da Organização das Nações Unidas em Gana estão avançando na busca por formas de controlar o desflorestamento em países pobres, ao mesmo tempo em que diminuíram as disputas em torno da adoção de metas setoriais para as emissões industriais de carbono, disseram delegados na segunda-feira.
     "Está avançando bastante bem agora", disse a jornalistas Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, a respeito da conferência que vai até quinta-feira, buscando definir os primeiros passos de um novo tratado climático a ser aprovado até o final de 2009, para entrar em vigor após 2012.
 

O desmatamento aumenta no Congo mediante a construção de estradas

 
     "Estamos indo além da retórica. As pessoas estão começando a se entender melhor", disse De Boer, referindo-se aos 1.500 delegados de 160 países.
     A reunião de Acra é a terceira sessão deste ano, sem a missão de buscar compromissos firmes. Os principais itens da pauta são a busca por estímulos contra o desflorestamento no Terceiro Mundo e o debate sobre se setores específicos, como siderurgia e cimento, deveriam obedecer a parâmetros internacionais na emissão de carbono.
     "A reunião de Acra tem sido muito bem sucedida até agora", disse Luiz Figueiredo Machado, o brasileiro que preside as discussões sobre novas formas para a redução de emissões para países desenvolvidos e em desenvolvimento.
     Muitos delegados deixaram a sessão de junho, na Alemanha, com a sensação de que as discussões se arrastavam. Agora o clima é diferente.
     "As chances de que um novo esquema da ONU contra o desmatamento vá adiante, na minha cabeça, estão muito maiores", disse Machado à Reuters, citando um "esmagador consenso" sobre a importância do projeto.
 

Siderúrgicas são um problema grave pois não obedecem padõres internacionais de emissão de carbono

 
     As árvores absorvem dióxido de carbono da atmosfera quando estão vivas, mas os benefícios se perdem quando há devastação. Dados da ONU sugerem que as queimadas representam 20 por cento das emissões humanas de dióxido de carbono.
     Por isso há propostas de incentivos financeiros para que agricultores de países pobres evitem tal prática. Os países em desenvolvimento estão excluídos da meta do Protocolo de Kyoto, que vigora até 2012.
     Emiliy Brickell, ativista florestal da entidade WWF, disse que a criação de um sistema de salvaguardas para florestas tropicais custaria de 20 a 30 bilhões de dólares por ano, o que poderia vir de doações e de um mercado de créditos de carbono.
     Na questão das metas para setores industriais, havia nos últimos meses divergências entre países ricos, liderados pelo Japão, e os países em desenvolvimento, que temem o surgimento de barreiras comerciais não-alfandegárias para os seus produtos industriais, que são menos eficientes do ponto de vista energético, e por isso poderiam sofrer restrições.
     Mas durante a reunião de Acra o Japão declarou claramente que não defende a adoção de parâmetros globais únicos. "O que eu vi ou ouvi no debate sobre ações e abordagens setoriais foi um debate muito frutífero. Esclareceu o assunto", disse Machado.
 
Autora: Alister Doyle - Reuters - Terra Notícias
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder
 


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