domingo, 3 de junho de 2007

Ativação de região cerebral prediz altruísmo

     Pesquisadores da Duke University Medical Center descobriram que a ativação de uma região cerebral particular prediz se a pessoa tende a ser egoísta ou altruísta.
     "Embora o entendimento da função dessa região do cérebro possa não identificar necessariamente o que conduz uma pessoa como Madre Theresa, isso pode dar pistas das origens de comportamentos sociais importantes como o altruísmo", disse o investigador do estudo Scott A. Huettel, Ph.D, neurocientista do Brain Imaging and Analysis Center.
     O altruísmo descreve a tendência de as pessoas agirem de maneira a colocarem o bem-estar dos outros a frente do seu próprio. O motivo pelo qual algumas pessoas escolhem por agir de forma altruísta não é claro, disse o pesquisador principal do estudo Dharol Tankersley, estudante de mestrado no laboratório de Huettel.
     No estudo, os pesquisadores mapearam os cérebros de 45 pessoas, enquanto elas ou jogavam um jogo de computador ou assistiam o computador jogar sozinho. Em ambos os casos, o sucesso no jogo garantia dinheiro para uma caridade da escolha do participante.
     Os pesquisadores mapearam os cérebros dos participantes usando uma técnica chamada imagem por ressonância magnética funcional (fMRI, em inglês), que usa pulsos magnéticos inofensivos para medir mudanças nos níveis de oxigênio que indicam a atividade da célula nervosa.
     Os mapeamentos revelaram que a região do cérebro chamada de sulco temporal superior posterior foi mais ativada quando as pessoas perceberam uma ação - quando elas assistiram o computador jogar - do que quando elas mesmas agiram, disse Tankersley. Essa região, que fica na porção do topo posterior do cérebro, é ativada geralmente quando a mente está tentando compreender relacionamentos sociais.
     Depois, os pesquisadores caracterizaram os participantes como mais ou menos altruístas baseados em suas respostas a questões sobre com que freqüência eles se engajam em diferentes comportamentos de ajuda, e compararam os mapas cerebrais dos participantes com suas estimativas para comportamento altruísta. Os mapas fMRI mostraram que o aumento da atividade no sulco temporal superior posterior profetizou fortemente a probabilidade de uma pessoa ter comportamento altruísta.
     De acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que o comportamento altruísta pode ser originado de como as pessoas vêem o mundo ao invés de como elas agem nele.
     "Nós acreditamos que a habilidade de perceber as ações de outras pessoas como significativas é fundamental para o altruísmo", disse Tankersley.
     Os cientistas sugerem que estudar os sistemas do cerebrais que permitem que as pessoas enxerguem o mundo como uma série de interações significantes pode no final das contas ajudar a entender melhor as doenças como o autismo ou o comportamento anti-social, que são caracterizados por deficiências nas interações interpessoais.
     Agora, os pesquisadores estão explorando maneiras de estudar o desenvolvimento dessa região cerebral no começo da vida, disse Tankersley, acrescentando que essa informação pode ajudar a determinar como as tendências em direção ao altruísmo são estabelecidas.
 
 
Nature Neuroscience
 


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