Fósseis de galinhas encontrados no Chile pertencem a linhagens genéticas originárias da Oceania
|
Antes de os portugueses e espanhóis chegarem ao Novo Mundo, os polinésios já haviam estado na América do Sul, trazendo consigo frangos e possivelmente outras espécies de animais. Isso é o que indicam fósseis de galinha do século 14 encontrados no Chile. A análise do DNA dos ossos mostra que eles pertencem a linhagens da Polinésia, diferentes das dos frangos introduzidos pelos europeus cem anos depois.
Os polinésios teriam vindo ao Novo Mundo navegando pelo Pacífico, em condições similares às da viagem que o norueguês Thor Heyerdahl fez em 1947, em uma embarcação construída com a tecnologia disponível na América pré-colombiana. A bordo do Kon-Tiki , o explorador percorreu cerca de 7 mil quilômetros entre o Peru e as ilhas Tuamotu, na Polinésia, em uma viagem de 101 dias.
A introdução das galinhas nas Américas é objeto de discussão no meio acadêmico há 30 anos. Embora muitos defendam que essas aves tenham sido trazidas pelos europeus, os relatos dos conquistadores espanhóis que chegaram ao Peru em 1532 com Francisco Pizarro indicam que elas já faziam parte de rituais incas. Os especialistas acreditam que, caso elas tivessem sido trazidas pelos europeus, não teria havido tempo o bastante para que elas pudessem ter se integrado aos costumes religiosos dos povos nativos.
A introdução das galinhas por povos vindos da Ásia e da Oceania já havia sido sugerida anteriormente. Para investigar essa hipótese, a equipe da geneticista Elizabeth Matisoo-Smith, da Universidade Massey, em Auckland (Nova Zelândia), extraiu o DNA dos mais antigos ossos de galinha já encontrados nas Américas, provenientes do sítio arqueológico de El Arenal, no centro-sul do Chile. A datação direta dos fósseis indica que eles têm mais de 600 anos, com origem provável entre 1321 e 1407.
O material genético foi comparado com seqüências de DNA de 12 fósseis de galinhas encontrados em cinco arquipélagos da Polinésia. Os resultados da análise, publicados esta semana na revista PNAS , indicam que os fósseis pertencem a linhagens também encontradas em sítios arqueológicos nos arquipélagos de Tonga e da Samoa Americana. A presença de uma determinada seqüência de uma dessas linhagens em galinhas chilenas contemporâneas reforça a conclusão.
Resultados inequívocos
Os polinésios teriam vindo ao Novo Mundo navegando pelo Pacífico, em condições similares às da viagem que o norueguês Thor Heyerdahl fez em 1947, em uma embarcação construída com a tecnologia disponível na América pré-colombiana. A bordo do Kon-Tiki , o explorador percorreu cerca de 7 mil quilômetros entre o Peru e as ilhas Tuamotu, na Polinésia, em uma viagem de 101 dias.
A introdução das galinhas nas Américas é objeto de discussão no meio acadêmico há 30 anos. Embora muitos defendam que essas aves tenham sido trazidas pelos europeus, os relatos dos conquistadores espanhóis que chegaram ao Peru em 1532 com Francisco Pizarro indicam que elas já faziam parte de rituais incas. Os especialistas acreditam que, caso elas tivessem sido trazidas pelos europeus, não teria havido tempo o bastante para que elas pudessem ter se integrado aos costumes religiosos dos povos nativos.
A introdução das galinhas por povos vindos da Ásia e da Oceania já havia sido sugerida anteriormente. Para investigar essa hipótese, a equipe da geneticista Elizabeth Matisoo-Smith, da Universidade Massey, em Auckland (Nova Zelândia), extraiu o DNA dos mais antigos ossos de galinha já encontrados nas Américas, provenientes do sítio arqueológico de El Arenal, no centro-sul do Chile. A datação direta dos fósseis indica que eles têm mais de 600 anos, com origem provável entre 1321 e 1407.
O material genético foi comparado com seqüências de DNA de 12 fósseis de galinhas encontrados em cinco arquipélagos da Polinésia. Os resultados da análise, publicados esta semana na revista PNAS , indicam que os fósseis pertencem a linhagens também encontradas em sítios arqueológicos nos arquipélagos de Tonga e da Samoa Americana. A presença de uma determinada seqüência de uma dessas linhagens em galinhas chilenas contemporâneas reforça a conclusão.
Resultados inequívocos
Os autores consideram a assinatura genética encontrada no fóssil estudado uma evidência inequívoca da presença dos polinésios nas Américas antes dos europeus. "Seguimos os protocolos para o estudo de DNA antigo e tivemos nossos resultados replicados de forma independente por um outro laboratório, que chegou às mesmas conclusões", conta Matisoo-Smith à CH On-line . "A hipótese de contaminação de DNA está fora de questão."
As conclusões do estudo vêm se somar a outros indícios de contatos pré-colombianos entre os povos da Polinésia e das Américas. A descoberta em sítios arqueológicos da Califórnia e do Chile de embarcações semelhantes às da Polinésia e a presença de espécies nativas da América do Sul, como a batata-doce ( Ipomoea batatas ), em sítios arqueológicos polinésios anteriores à ocupação européia já haviam sugerido essa possibilidade.
Matisoo-Smith acredita que outras espécies possam ter sido trazidas para a América do Sul. "O rato Rattus exulans foi levado pelos polinésios a praticamente todos os sítios que eles ocuparam", conta a pesquisadora. "Seria de se esperar que esses animais também tivessem sido levados para as Américas."
Novos estudos de fósseis encontrados na Oceania e na América do Sul poderão trazer mais detalhes sobre a data e o local em que os polinésios desembarcaram em nosso continente. "Planejamos visitas a museus chilenos à procura de ossos de ratos em coleções de fósseis e esperamos realizar escavações adicionais na região em busca de mais fósseis de galinhas ou ratos que tragam novas pistas sobre a vinda dos polinésios", afirma Matisoo-Smith.
Bernardo Esteves
Ciência Hoje On-line
05/06/2007
As conclusões do estudo vêm se somar a outros indícios de contatos pré-colombianos entre os povos da Polinésia e das Américas. A descoberta em sítios arqueológicos da Califórnia e do Chile de embarcações semelhantes às da Polinésia e a presença de espécies nativas da América do Sul, como a batata-doce ( Ipomoea batatas ), em sítios arqueológicos polinésios anteriores à ocupação européia já haviam sugerido essa possibilidade.
Matisoo-Smith acredita que outras espécies possam ter sido trazidas para a América do Sul. "O rato Rattus exulans foi levado pelos polinésios a praticamente todos os sítios que eles ocuparam", conta a pesquisadora. "Seria de se esperar que esses animais também tivessem sido levados para as Américas."
Novos estudos de fósseis encontrados na Oceania e na América do Sul poderão trazer mais detalhes sobre a data e o local em que os polinésios desembarcaram em nosso continente. "Planejamos visitas a museus chilenos à procura de ossos de ratos em coleções de fósseis e esperamos realizar escavações adicionais na região em busca de mais fósseis de galinhas ou ratos que tragam novas pistas sobre a vinda dos polinésios", afirma Matisoo-Smith.
Bernardo Esteves
Ciência Hoje On-line
05/06/2007
Novo Yahoo! Cadê? - Experimente uma nova busca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário