quinta-feira, 15 de maio de 2008

Carlos Minc e a agilidade para carimbar licenças ambientais

 

     A rapidez para desembaraçar o processo de aprovação ambiental de grandes e polêmicos projetos é uma das marcas de gestão do novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Militante histórico da esquerda, o professor de geografia foi até aqui secretário de Meio Ambiente do governo Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro. "Durante sua passagem de pouco mais de um ano pelo cargo, ele enfrentou fortes incêndios nas florestas do estado, o que levou sua gestão a criar uma guarda florestal bem equipada", contam Aldem Bourscheit e Felipe Lobo, da agência de notícias verde O Eco. "Outra realização de Minc, bem ao contrário do que fez sua antecessora Marina Silva no ministério, foi a unificação dos órgãos ambientais cariocas, que deu origem ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente)".

     Muitos acreditam que o novo órgão foi feito sob medida para atender aos desejos de empreendedores do Rio de acelerarem a emissão de licenças ambientais. Vale lembrar que Minc vinha recebendo elogios constantes de Lula durante o lançamento de obras do PAC no Rio de Janeiro, por sua agilidade no licenciamento de uma série de empreendimentos. A experiência de Minc no Rio de Janeiro revela um ágil carimbador de licenças, muito elogiado por parcelas do movimento ambiental. Inclusive em seu partido, o PT.

 

Carlos Minc (fonte da imagem)

 

     O valor dessas habilidades de Minc será testado agora diante dos grandes interesses em jogo no Plano de Aceleração de Crescimento, que prevê obras de impacto decisivo na Amazônia. São projetos como hidrelétricas, rodovias e linhas de transmissão elétrica. Feitos com cuidado e diálogo, podem estimular atividades sustentáveis e aumentar a presença das forças do Estado, hoje ausentes em grande parte da Amazônia. Mal conduzidos, têm potencial para repetir em larga escala os desastres como a Transamazônica e a hidrelétrica de Balbina. Acelerarão o desmatamento, destruirão uma floresta que poderia produzir madeira para sempre, estimularão o roubo de terra pública e a multiplicação de pobreza e violência na região. Esse é o cenário - ou campo de batalha - que espera o ministro Minc.

 

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Postado por Wilson Junior Weschenfelder

 



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