Ilmo. Prefeito de Maricá (RJ) Prof. Washington QuáQuá Prezado Senhor, Solidários com a prospecção de investimentos, para a geração de empregos e melhoria da qualidade de vida do município de Maricá (RJ), manifestamos nossa apreensão por suas palavras em entrevista à revista Gazeta (O Jornal do Estado do Rio), edição histórica, ano 8, junho de 2009, página 11: "...se quiserem fazer um eco-resort, terão de mim todo o apoio." Sem entrar no mérito de campanhas políticas e decisões ulteriores, prevalência ou revisão do decreto - lei 41.048/07, que regula o zoneamento econômico - ecológico na área de preservação do entorno da lagoa de Maricá, chamamos a atenção para a necessidade de esclarecer à população ali residente, principalmente pescadores, comunidades pouco favorecidas e grupos indígenas, o que significa Eco-Resort? O termo em inglês é comumente utilizado para designar balneários, hoteis ou complexos turísticos que abrigam a prática de um esporte muito difundido na Europa e ao norte de nossa América: o golfe. Fato primeiro que nos causa estranheza seria a prática de um esporte que envolve caminhadas quilométricas ou deslocamento em veículo motorizado, sob sol intenso e sobre vegetação de restinga. Sim, porque não imaginamos que qualquer empreendimento mesmo em parcela de uso urbano daquela região, venha subtrair a vegatação de restinga nativa, por extensos gramados. Primeiramente porque claro está para qualquer neófito no assunto que a retirada da vegetação nativa, cuja função vai além da preservação de um rico ecossistema, estaria decretando o fim das dunas, o assoreamento da lagoa, enfim, o decreto de morte da formação litorânea atual. Além dos prejuízos à biodiversidade, ao perfil costeiro e aos investimentos privados ou públicos, preocupa-nos também as práticas de conservação observadas mundo a fora nesses complexos turísticos, para o exercício do nobre esporte, o golfe, que geram externalidades econômicas e ecológicas muito negativas. Sim, toneladas de fertilizantes e pesticidas são aplicados nessas áreas anualmente pelos gestores desses complexos turísticos, além do aumento da carga extra de poluentes pelo adensamento populacional provocado pela população fixa e flutuante que ali trabalha ou desfruta. Essas ocasionam a eutrofização e poluição do ambiente lagunar, com sérios prejuízos à atividade da pesca, a saúde e a qualidade de vida já tão depauperada das comunidades que vivem no entorno daquele outrora rico ecossistema costeiro. Assim senhor Prefeito, para que nós, as comunidades locais e a opinião pública em geral, possamos esclarecer as dúvidas e optar pelo uso sustentável ou pela preservação dos processos ecossistêmicos em uma ótica econômica - ecológica, perguntamos: - A distribuição e localização geográfica das unidades "resort" na área da restinga; - A quantidade e altura das unidades "resort", bem como área total a ser construída; - A área total e a vegetação (espécie) utilizada nos campos para a prática do golfe, sua extenso, bem como o plano de manejo e conservação, uso de fertilizantes, herbicidas, irrigação, etc... - Uma última questão envolveria uma pesquisa sobre a intenção do público alvo (em sua maioria europeus e norte-americanos), de deixar os campos estéreis e amenos das altas latitudes, para praticar um esporte andarilho sob sol intenso, insetos, répteis, pequenos mamíferos e sob assédio de uma população pouco favorecida, marginalizada em seu entorno... Um último esclarecimento, agora de nossa parte, a mesma palavra "resort" significa recurso e para evitar aplicações literais de significados diversos para a mesma, "resorts against resort", aguardamos respostas às perguntas acima. Com a melhor das intensões, subscrevemo-nos, Atenciosamente, Sérgio de Mattos Fonseca, M. Sc. Diretor Postado por Wilson Junior Weschenfelder |
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