A Terra está vivendo uma nova era geológica, a antropocênica. O neologismo foi proposto por Paul Crutzen, químico holandês premiado com o Nobel de sua disciplina em 1995, para descrever o impacto cada vez mais intenso da humanidade sobre a biosfera.
Prof. Paul Crutzen at Tel Aviv University (photography: Gil Cohen)
Fonte da Imagem: http://www.environment.tau.ac.il/Eng/_Uploads/162Crutzen2.jpg
De acordo com ele, essa era se iniciou por volta de 1800, com a chegada da sociedade industrial, caracterizada pela utilização maciça de hidrocarbonetos. Desde então, não pára de crescer a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, causada pela combustão desses produtos. A acumulação dos gases do efeito-estufa contribui para o aquecimento global.
Na edição de dezembro da revista Ambio, Crutzen detalha os marcos que caracterizam a chegada da era antropocênica. Com Will Steffen, especialista em meio ambiente da Universidade Nacional australiana, em Canberra, e John McNeill, professor de história na Escola de Serviço Diplomático de Washington, ele publicou um artigo intitulado: ¿Era Antropocênica: será que os seres humanos submergirão as grandes forças da natureza?"
Dr. Paul Crutzen propõe reverter o aquecimento global por espalhando partículas minúsculas na atmosfera superior para reflectir os raios do sol. Esse efeito já foi mostrado para trabalhar na natureza: sulfato de partículas finas, chamados aerossóis, ejetados por grandes erupções vulcânicas como o de Monte Pinatubo, em 1991, ter produzido períodos de arrefecimento global. E sulfato de poluição da indústria teve consequências semelhantes, ajudando a equilibrar o aquecimento efeitos do dióxido de carbono até a década de 1990, quando a poluição controlos em muitas regiões tiveram o efeito perverso de aumentar o aquecimento.
Depois de ter modificado seu ambiente de maneira jamais vista no passado, ao longo dos últimos 50, de perturbar a maquinaria do clima e prejudicar o equilíbrio da biosfera, a espécie humana se tornou "uma força geofísica de alcance planetário", e é preciso agir com grande rapidez para evitar que os desgastes que ela causa continuem. Mas seremos capazes de superar esse desafio? É essa a questão proposta pelos três pesquisadores.
De acordo com eles, vivemos hoje a fase 2 da era antropocênica (1945-2015), que eles designam como "grande aceleração", porque os efeitos das atividades humanas exageradas sobre a natureza passaram por aceleração considerável no período. "A grande aceleração se encontra em estado crítico", eles escrevem, porque 60% dos serviços fornecidos pelos ecossistemas terrestres já enfrentam degradação. "Um ponto positivo é que, entre 1980 e 2000, os seres humanos tomaram progressivamente consciência sobre os perigos que sua atividade cada vez ais intensa gerava para o 'sistema Terra'".
A humanidade terá três escolhas, para a terceira fase da era antropocênica (que se inicia em 2015): A primeira consiste em manter as mesmas atitudes e esperar que a economia de mercado e o espírito humano de adaptação cuidem dos problemas ambientais. A escolha oferece "riscos consideráveis", segundo os autores, porque quando forem decididas medidas adequadas de combate aos problemas pode ser "tarde demais".
Em 2001, Paul Crutzen atmosférica químico teorizou que partículas suspensas na atmosfera (poeira e fuligem) estavam bloqueando até 15 por cento da luz solar significou para atingir o solo em muitas partes da Ásia. Naquela época, este foi considerado uma coisa má, mas hoje, aerossóis são saudados como uma potencial folha para o aquecimento global. O mapa acima, é um NASA imagem gerada por duas das suas imagens de satélites Terra, Terra e Aqua. A laranja escuro representam áreas elevadas concentrações de partículas atmosféricas, enquanto que as áreas claras mostram clara atmosfera. As áreas cinzentas não foram mapeados.
A segunda opção, a de atenuação, tem por objetivo reduzir consideravelmente a influência humana sobre o planeta, por meio de uma melhor gestão ambiental, com novas tecnologias, uso mais sábio de recursos e restauração de áreas degradadas, mas requereria "importantes mudanças no comportamento dos indivíduos e nos valores sociais".
Caso isso não se prove possível, resta sempre a terceira opção: o uso de geo-engenharia para alterar o clima e combater o aquecimento global. A opção envolveria manipulações bastante poderosas do meio ambiente em escala mundial, com o objetivo de contrabalançar as atividades humanas. Por exemplo, já existem planos para reter o gás carbônico em reservatórios subterrâneos, ou espalhar na atmosfera partículas que reflitam a luz solar, refrigerando a temperaturas. Mas isso exigiria cuidado para não criar uma nova era glacial, a qual teria de ser combatida por meio da promoção de novas medidas de aquecimento global. Conclusão: "O remédio pode ser pior que a doença".
Autora: Christiane Galus (Tradução: Paulo Migliacci) - Le Monde - Terra Notícias
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