Uma equipe de cientistas do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) identificou um mecanismo-chave da gripe aviária que pode fazer a doença passar de um mal raro e fatal para uma pandemia que pode matar milhões de pessoas, informou a revista Nature Biotechnology.
Em artigo publicado pela revista, os pesquisadores indicaram que o formato de certas estruturas do vírus pode ser o elemento crucial para a transmissão da doença a seres humanos. A forma de tais estruturas nas aves se equipara ao formato de moléculas de açúcares presentes nas vias respiratórias dos animais, permitindo que a infecção se propague.
Em artigo publicado pela revista, os pesquisadores indicaram que o formato de certas estruturas do vírus pode ser o elemento crucial para a transmissão da doença a seres humanos. A forma de tais estruturas nas aves se equipara ao formato de moléculas de açúcares presentes nas vias respiratórias dos animais, permitindo que a infecção se propague.
H5N1
Fonte da Imagem: http://www.insarj.pt/site/resources/images/gripe.JPG
Esses açúcares agem como conectores: quando uma partícula viral encontra uma célula, ela se liga à molécula de açúcar e a usa como ponto de entrada para a infecção. Uma vez que o vírus esteja dentro da célula, ele se replica e se propaga para outras células. Nos humanos, as formas são diferentes, mas se o vírus sofrer mutações, a infecção pode se transformar em uma pandemia, dizem os autores.
Ram Sasisekharam, biólogo celular do MIT, e seus colegas estudaram duas linhagens do vírus da gripe aviária que podem ser passadas de aves para seres humanos, H3N2 e H1N1 - esta última estreitamente relacionada ao vírus que causou a epidemia da gripe espanhola em 1918. Esta doença matou cerca de 50 milhões de pessoas na época, e outros surtos em 1957 e 1968 deixaram outros três milhões de mortos. Desde a descoberta de um foco de gripe aviária em 1997 em Hong Kong, o vírus H5N1 se propagou rapidamente por todo o mundo, primeiro em aves de curral e depois em aves silvestres.
A doença matou milhões de animais em 66 países, a maioria desde 2003, mas o vírus ainda não sofreu mutações suficientes para se transformar em uma causa de doença comum entre humanos. Apesar de o H5N1 não ser de fácil contágio entre as pessoas, ele já provou sua letalidade: dos 348 indivíduos infectados desde 2003, 216 morreram. Como todo vírus, o H5N1 evolui constantemente, e a humanidade, com uma economia global integrada e repleta de viagens intercontinentais, corre risco, segundo cientistas.
Fonte da Imagem: http://carlosacafonso.blogs.sapo.pt/arquivo/2005-10-14T175527Z_01_GALAXY-MIAMI-MDF129361_RTRIDSP_2_INTERNACIONAL-GRIPEAVIARIA-OMS-SOL.jpg
A descoberta dos cientistas do MIT permitirá que autoridades de saúde detectem variantes do H5N1 que sejam capazes de contagiar humanos para, desta forma, desenvolverem vacinas e remédios mais específicos, antecipando-se a focos da doença. Os dois vírus estudados por Sasisekharam e seu grupo podem se ligar a configurações de açúcares encontradas exclusivamente nas vias respiratórias superiores dos humanos.
As aves têm açúcares um pouco diferentes, aos quais o H5N1 se liga facilmente. Para que a propagação entre humanos se tornasse mais fácil, o vírus deveria sofrer modificações de acordo com os açúcares presentes nas vias respiratórias humanas.
Fonte: EFE - Terra Notícias
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