Obrigada por sua presença aqui hoje. É um prazer, mais uma vez, estar em Londres para lançar relatório sobre a Situação da População Mundial 2007 do UNFPA, o Fundo de População das Nações Unidas. Também é uma satisfação compartilhar com vocês o suplemento sobre a juventude, Growing Up Urban (Crescendo no Meio Urbano), que traz histórias incríveis de jovens que vivem em cidades ao redor do mundo. O suplemento apresenta os desafios da urbanização através do olhar dos jovens.
Este é nosso 30º. relatório sobre a Situação da População Mundial e, este ano, nosso tema é a urbanização.
Em 2008, pela primeira vez na história, mais da metade da população mundial estará vivendo nas cidades. Estamos nos referindo à metade das pessoas que habitam a Terra. E até 2030, a população urbana deverá chegar a quase 5 bilhões - 60% da população mundial.
Em 2008, pela primeira vez na história, mais da metade da população mundial estará vivendo nas cidades. Estamos nos referindo à metade das pessoas que habitam a Terra. E até 2030, a população urbana deverá chegar a quase 5 bilhões - 60% da população mundial.
Globalmente, todo o crescimento futuro da população ocorrerá nas cidades, e quase todo nos países em desenvolvimento de hoje.
Muitas dessas cidades já têm problemas graves, incluindo a pobreza, a criminalidade, a falta de água potável e saneamento, e o crescimento das favelas. Mas estes problemas perdem importância em comparação com aqueles que podem surgir como resultado do crescimento futuro.
Nossa maior preocupação neste relatório é a África e a Ásia. Estima-se que no espaço de uma geração, a população urbana na África e na Ásia dobrará. Entre 2000 e 2030, a população urbana da Ásia crescerá de 1.4 bilhão para 2.6 bilhões, a da África, de quase 300 milhões para 740 milhões, e a da América Latina e Caribe, de quase 400 milhões para mais de 600 milhões.
Nunca vimos um crescimento urbano como este, em termos de sua velocidade e escala, na história. Contudo, o impacto do crescimento futuro não atraiu a atenção pública. E muito pouco está sendo feito para maximizar os benefícios potenciais dessa transformação, ou para reduzir suas conseqüências potencialmente negativas.
A maioria das cidades luta para atender suas necessidades atuais e está completamente despreparada para o crescimento futuro.
O relatório sobre a Situação da População Mundial deste ano é um convite à ação. A vasta expansão urbana nos países em desenvolvimento tem implicações globais e exige uma resposta global.
A urbanização é inevitável. O trem está em movimento e juntos temos que nos certificar de estamos no trilho certo.
A urbanização pode e deve ser uma força para o bem. Nenhum país na era industrializada conseguiu atingir um crescimento econômico significativo sem a urbanização.
A urbanização pode e deve ser uma força para o bem. Nenhum país na era industrializada conseguiu atingir um crescimento econômico significativo sem a urbanização.
As cidades concentram a pobreza, mas também representam a melhor oportunidade de se escapar dela. As cidades geram problemas ambientais, mas também criam soluções.
Mas para aproveitar essas oportunidades, as cidades precisam se preparar agora para o crescimento que está por vir. Se esperarem, será tarde demais.
Essa onda de crescimento urbano é sem precedentes. As mudanças são grandes demais e rápidas demais para permitir que os planejadores e formuladores de políticas simplesmente reajam. O relatório incita à análise profunda e medidas proativas.
Gostaria de destacar algumas das questões mais graves e possíveis respostas.
Sabemos que os pobres comporão uma parcela grande do futuro crescimento urbano. Conseqüentemente, devem ser parte da solução.
Sabemos que os pobres comporão uma parcela grande do futuro crescimento urbano. Conseqüentemente, devem ser parte da solução.
Um planejamento realista requer que as necessidades, os direitos e a participação dos moradores das favelas e da população urbana pobre sejam explicitamente considerados.
Hoje, bilhões de pessoas vivem nas favelas, 90% das quais habitam países em desenvolvimento. A luta para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, e reduzir a pobreza extrema à metade até 2015, será empreendida nas favelas do mundo. Para ganhá-la, os formuladores de políticas terão que ser proativos e começar a trabalhar com a população urbana pobre para que esta possa sair da pobreza.
A única maneira de enfrentar e derrotar a pobreza urbana é batendo de frente, ajudando as pessoas pobres a encontrarem soluções para seus próprios problemas. As organizações de pessoas pobres urbanas, incluindo organizações de mulheres, estão ficando cada vez mais fortes e devem ser apoiadas. Estas organizações freqüentemente desenvolvem soluções criativas para as atender às necessidades de habitação e outras necessidades da comunidade, muitas vezes enfrentado oposição.
A única maneira de enfrentar e derrotar a pobreza urbana é batendo de frente, ajudando as pessoas pobres a encontrarem soluções para seus próprios problemas. As organizações de pessoas pobres urbanas, incluindo organizações de mulheres, estão ficando cada vez mais fortes e devem ser apoiadas. Estas organizações freqüentemente desenvolvem soluções criativas para as atender às necessidades de habitação e outras necessidades da comunidade, muitas vezes enfrentado oposição.
Uma questão importante é o acesso à terra. Oferecer aos pobres lotes com infra-estrutura básica ajudará a atender necessidades atuais e futuras. Com a posse segura, ruas de acesso, abastecimento de água, saneamento, energia e coleta de lixo, as pessoas pobres construirão suas próprias casas. Um endereço pode ser o primeiro passo para sair da pobreza.
O foco deve ser onde a maior parte do crescimento está ocorrendo. Apesar de toda a atenção dispensada às mega-cidades até agora, a maior parte do crescimento acontecerá realmente em cidades menores de meio milhão de habitantes ou menos. Em resposta a isso, uma atenção maior em termos de recursos, informações e capacidade técnica deve ser dada às cidades menores.
O relatório também conclui que a mudança climática afetará os países, as cidades e os indivíduos pobres mais severamente. As pessoas pobres que vivem no litoral ou na foz de grandes rios são especialmente vulneráveis a aumentos no nível do mar. Em resposta, o intercâmbio de melhores práticas, a transferência de tecnologia, e o planejamento antecipado oferecem a melhor esperança de redução do impacto da mudança climática.
O relatório sobre a Situação da População Mundial também desmente um mito comum. Ao contrário da opinião popular, a maior parte do crescimento urbano resulta do aumento vegetativo, e não da migração. Com algumas exceções, inclusive a China e o Vietnam, a maioria das cidades está crescendo de dentro para fora. Em resposta a isso, os formuladores de políticas devem mudar a ênfase, da tentativa de deter a migração para a oferta de serviços sociais e investimento nas mulheres.
Os investimentos em educação e saúde, incluindo a saúde reprodutiva e o planejamento familiar voluntário, e o empoderamento das mulheres são a melhor forma de abordar o crescimento da população urbana.
Dar prioridade ao empoderamento das mulheres aumenta a saúde e o bem estar das famílias e das comunidades.
Finalmente, o relatório chama atenção para a imensa população urbana jovem nos países em desenvolvimento, particularmente nas favelas. Em muitos países em desenvolvimento, a metade de todos os moradores urbanos tem menos de 25 anos de idade. Em resposta, maiores investimentos são necessários para oferecer aos jovens serviços básicos, emprego e habitação. Os jovens são o futuro e as cidades são o lugar onde podem realizar seus sonhos. A falta de investimento nos jovens urbanos irá minar os esforços para reduzir a pobreza e aumentar o potencial para a crise urbana.
Finalmente, o relatório chama atenção para a imensa população urbana jovem nos países em desenvolvimento, particularmente nas favelas. Em muitos países em desenvolvimento, a metade de todos os moradores urbanos tem menos de 25 anos de idade. Em resposta, maiores investimentos são necessários para oferecer aos jovens serviços básicos, emprego e habitação. Os jovens são o futuro e as cidades são o lugar onde podem realizar seus sonhos. A falta de investimento nos jovens urbanos irá minar os esforços para reduzir a pobreza e aumentar o potencial para a crise urbana.
Em conclusão, gostaria de enfatizar que o que acontece nas cidades na África e na Ásia e outras regiões moldará nosso futuro comum. Este é o momento de começar um esforço internacional articulado, Desencadeando o Potencial do Crescimento Urbano, como sugere o título do relatório deste ano.
Autor: Fundo de População das Nações Unidas UNFPA
Disponível em: http://www.unfpa.org.br/relatorio2007/swp_mensagem.htm
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