sexta-feira, 29 de junho de 2007

Desertificação cria 50 milhões de refugiados

     O fracasso das políticas de combate à desertificação pode fazer com que na próxima década 50 milhões de pessoas se transformem em refugiados em busca de melhores condições de vida, diz um relatório da ONU.
Zafar Adeel, autor principal do estudo e diretor da Rede Internacional sobre Água, Meio ambiente e Saúde da ONU, com sede na localidade canadense de Hamilton, disse que o estudo identifica a crescente desertificação como o maior desafio ambiental de nosso tempo.
     O relatório diz que esse fenômeno atinge hoje em dia entre 100 milhões e 200 milhões de pessoas no mundo todo ao reduzir de forma persistente sua capacidade para obter alimentos, água e outros serviços essenciais. O que é mais grave é que a desertificação pode afetar diretamente, nos próximos anos, 2 bilhões de pessoas, um terço da população total do planeta, caso não se iniciem políticas globais para combatê-la.
     "A conclusão à qual se chegou é que as políticas em andamento não estão funcionando", declarou Adeel. "As razões são que os políticos foram incapazes de ver a relação entre pobreza, migração com desertificação, a falta de coordenação e diversidade de planejamentos, e a desigualdade entre os crescentes problemas e as minguantes contribuições financeiras para combater a desertificação", declarou. 
     O problema aumentará, afirmam os especialistas, quando as pessoas não forem capazes de se adaptar e forem forçadas a empreender migrações maciças. É esse temor, manifestado no "movimento em massa da população para o norte da África, que provocou um crescente interesse dos países em desenvolvimento em solucionar o problema", declarou Adeel. 
 
Autor: Julio César Rivas - EFE


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