sábado, 24 de janeiro de 2009

Nuvem marrom de poluição sobre a Ásia é de madeira queimada e fezes

Grupo usou medição de carbono para determinar origem de poluentes.
Equipe sugere modernização energética para eliminar o problema.
 
     Uma equipe internacional de pesquisadores diz ter conseguido determinar a origem da terrível nuvem marrom de poluição que cobre vastas áreas da Ásia, em especial na Índia e na China, durante o inverno. O principal componente dessa forma de poluição -- de 50% a 90% da nuvem marrom -- é a queima de madeira e fezes animais, usada como fonte de energia pelas populações pobres da região.
 

Foto: Science/AAAS

O sol se põe em Pune, na Índia, obscurecido pela névoa marrom (Foto: Science/AAAS)

 
     O trabalho, coordenado por Örjan Gustafsson, da Universidade de Estocolmo (Suécia), está na edição desta semana da revista especializada americana "Science". Os pesquisadores usaram o carbono-14, forma do elemento químico normalmente empregada para datar matéria orgânica, como ferramenta para chegar à conclusão. É que o carbono-14 diminui progressivamente na matéria orgânica após sua formação, de forma que, 40 mil anos após a morte de um animal ou planta, por exemplo, quase não há mais proporções detectáveis dele.
     Dessa forma, é fácil comparar o carbono oriundo da queima de petróleo ou carvão mineral -- oriundo de matéria orgânica que se transformou há milhões de anos -- com o carbono vindo de madeira ou fezes. Se a fuligem na nuvem ainda tem muito carbono-14, isso significa que ela é de origem recente, e foi o que os pesquisadores verificaram.
     Os poluentes da nuvem marrom envolvem basicamente partículas de material orgânico queimado, que trazem sérios problemas respiratórios para a população asiática e ainda contribuem para o aquecimento global ao absorver luz solar. O lado bom é que a duração de seus efeitos na atmosfera é curta, o que sugere que fontes mais modernas e menos poluentes de energia, se instaladas na região, poderiam sanar o problema de forma relativamente rápida.
 

Foto: Science/AAAS

Queima de matéria orgânica é muito comum no Oriente (Foto: Science/AAAS)

 
Fonte: Reinaldo José Lopes - G1
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Oceanos absorvem menos CO2, dizem cientistas

     Cientistas emitiram um novo alerta sobre o aquecimento global e alterações climáticas depois que descobriram uma diminuição na quantidade de emissões de carbono absorvidos pelo Mar do Japão. As informações são do The Guardian.
     Os resultados da pesquisas foram publicados na revista Geophysical Research Letters.
     Os oceanos do mundo absorvem cerca de 10t de dióxido de carbono por ano e um ligeiro enfraquecimento neste processo natural deixaria mais CO2 na atmosfera.
     Kitack Lee, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia, na cidade de Pohang, Coréia do Sul, diz que essas condições mais quentes podem perturbar o processo conhecido como "ventilação" - a maneira que o oceano arrasta o CO2 absorvido pela superfície para as profundezas.
 

 
     O cientista adverte que o efeito provavelmente não se limita ao mar do Japão e também poderia afetar absorção de CO2 em outros oceanos.
     Lee acrescenta: "Em outras palavras, o aumento da temperatura atmosférica, devido ao aquecimento global pode influenciar profundamente na ventilação do oceano, diminuindo assim absorção de CO2."
     Lee e sua colega Geun-Ha Park utilizaram um navio russo para coletar amostras de 24 locais em todo o Mar do Japão.
     Eles compararam o CO2 dissolvido na água com amostras similares recolhidas em 1992 e 1999. Os resultados mostraram a quantidade de CO2 absorvido durante o ano de 1999 a 2007 foi menos de metade do nível registrado no período de 1992 a 1999.
 
Fonte: Redação Terra
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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Contato com chumbo pode causar problemas cognitivos

     As pessoas que trabalham com chumbo sofrem problemas cognitivos a partir dos 55 anos de idade, conclui um estudo da Universidade de Pittsburgh (EUA). Uma exposição freqüente ao chumbo causa "ligeiro déficit" de conhecimento, especialmente na capacidade espacial, na aprendizagem e na memória.
     Estes problemas afetam aos trabalhadores a partir dos 55 anos, inclusive quando seu contato com o chumbo terminou há muito tempo, já que este elemento químico permanece no corpo humano durante décadas. Os cientistas, que publicam a pesquisa na revista Neuropsychology, chegaram a estas conclusões após estudar a evolução durante mais de 20 anos de dois grupos de trabalhadores da Pensilvânia (EUA): um que trabalhou exposto ao chumbo em fábricas de baterias e outro que não.
 

Por que evitar o Chumbo? (Fonte: Marianna Wachelke - Arte: Luiz Wachelke - fonte)

 
     Em 1982, essas pessoas se submeteram a um controle de chumbo no sangue e a provas cognitivas que mediam a velocidade psicomotora, as funções espacial e executiva, a inteligência geral, a aprendizagem e a memória. Os trabalhadores das fábricas de baterias de chumbo tinham uma concentração em sangue de 40 microgramas de metal por decilitro, enquanto nas pessoas não-expostas esta proporção era de 7,2.
     A partir de uma concentração de 25 microgramas de chumbo por decilitro de sangue, os empregados devem deixar o trabalho, pelo que esses trabalhadores abandonaram as fábricas. Em 2004, os pesquisadores voltaram a analisar a concentração de chumbo em sangue e a capacidade cognitiva de ambos os grupos e mediram os níveis de chumbo nos ossos inferiores da perna (os ossos são o destino final do chumbo que circula pela corrente sangüínea).
     O resultado foi que os homens com maiores níveis de chumbo acumulado nos ossos obtiveram a pior pontuação cognitiva, especialmente a partir dos 55 anos de idade.
 
Fonte: EFE - Terra notícias
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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Cigarro com 'baixos teores' pode ter nível elevado de nicotina

Informação vem de documentos dos próprios fabricantes de cigarros.
Pressões diferentes de tragada acabam igualando nível de substâncias.
 
     Usar uma marca de cigarros com baixos teores não garante menores níveis de nicotina e alcatrão aos usuários. Essa descoberta faz parte de informações da própria indústria de cigarros e está disponível ao público a partir de um processo judicial nos Estados Unidos.
     Para entender isso, precisamos antes conhecer como são dosadas as substâncias presentes na fumaça do cigarro para serem classificados como de baixos teores. Foram estabelecidos padrões internacionais para a nicotina, alcatrão e gás carbônico liberados na fumaça do cigarro. Uma máquina de fumar realiza tragadas de forma controlada e mede as concentrações de tóxicos na fumaça liberada.
     O que as fábricas descobriram foi que os cigarros fumados na máquina liberam baixos teores de nicotina e alcatrão. Porém, quando usados por fumantes humanos, oferecem quantidades em média 50% maiores dessas substâncias. O que determina essa diferença é a elasticidade do cigarro ao ser submetido à pressões diferentes de tragada.
 

Hoje a medicina tem catalogada mais de 20 doenças que pelas estatísticas incidem na grande maioria em fumantes (fonte)

 
     Força na tragada
     A problema para os fumantes está na observação de dois aspectos do comportamento dos tabagistas. Fumantes regulares, ao usar marcas com menos nicotina, mudam seu padrão de tragadas, ou seja, puxando o ar mais forte e mais frequentemente. A profundidade da tragada e sua freqüência mudam para manter o mesmo nível de nicotina no sangue ao que o usuário está habituado.
     A descoberta, realizada pelas próprias companhias de cigarros, traz implicações éticas importantes. Ao mudar para o que acredita ser uma marca de cigarro com baixos teores, um fumante pode adiar sua decisão de parar de fumar e na verdade continuar a receber a mesma carga de produtos químicos.
 

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Autor: Luis Fernando Correia - G1
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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Ecoturismo põe primatas em risco

Gorilas contraem bactérias ao entrar em contato com humanos em áreas de conservação na África
 
     As atividades de ecoturismo e mesmo de pesquisa podem favorecer a emergência de novos agentes causadores de doenças em grandes primatas na África, indica um estudo feito em Uganda. A pesquisa mostra que os gorilas que entram em contato com humanos, sejam eles guias de turismo ou cientistas, contraem bactérias patogênicas e manifestam resistência a antibióticos.
     A situação é preocupante porque os primatas têm tido seu hábitat progressivamente invadido pelos humanos. "As populações nativas de gorilas não tiveram contato com humanos antes e têm a mesma fisiologia que nós, o que as torna vulneráveis a contrair doenças", disse à CH On-line o veterinário Innocent Rwego, autor do estudo.
     Rwego, pesquisador da Universidade Makerere, em Kampala, capital da Uganda, apresentou ontem os resultados da pesquisa no Fórum Internacional de Ecossaúde, realizado em Mérida, no México. O estudo foi feito na região do Parque Nacional Impenetrável de Bwindi, no sudoeste desse país da África Central.
 

Filhote de gorila-da-montanha (Gorilla beringei beringei). O contato com humanos torna esses animais vulneráveis a patógenos transmitidos pelo homem (foto: Kurt Ackermann).

 
     Para avaliar se o contato crescente entre humanos e grandes primatas estava pondo em risco a saúde desses animais, Rwego trabalhou com três grupos de gorilas-da-montanha (Gorilla beringei beringei), com diferentes graus de interação com humanos: animais que tinham contato regularmente com turistas, aqueles que só lidavam com pesquisadores e os que não tinham qualquer contato com humanos.
     As bactérias Escherichia coli presentes em amostras de fezes desses animais foram comparadas com as encontradas nas populações que vivem no entorno do parque, nos guias turísticos e nos cientistas que lidavam com os primatas. Os resultados acusaram uma grande similaridade genética entre as bactérias presentes em humanos e nos gorilas que tinham contato mais freqüente com eles. O parentesco era progressivamente menor nos animais que só lidavam com cientistas e nos gorilas selvagens.
 
     Resistência a antibióticos
     Rwego avaliou também se as bactérias encontradas nas fezes dos animais manifestavam resistência aos antibióticos comumente usados na região. Cerca de 22% das bactérias E. coli identificadas nos animais expostos ao ecoturismo tinham resistência a pelo menos um dos antibióticos testados – índice próximo aos 26% identificados em humanos. Nos animais em contato com pesquisadores, a taxa foi de 10%, e nos gorilas selvagens, de apenas 2%.
 

Gorilas-da-montanha fotografados no Parque Nacional Impenetrável de Bwindi, em Uganda. Esses animais ameaçados de extinção estão contraindo bactérias patogênicas humanas devido à prática do ecoturismo nessa reserva, considerada patrimônio mundial pela Unesco (foto: Duncan Wright).

 
     Os resultados deixam claro que os gorilas que entram em contato com humanos estão em risco. Isso significa que deveriam ser adotadas políticas de restrição ao ecoturismo? Rwego acredita que haja outras soluções. "Limitar o ecoturismo, que é uma fonte de renda para as populações locais, teria um grande impacto sobre elas", pondera. "Se respeitarmos as regras de saúde e vacinação, é provável que consigamos reduzir o problema da transmissão."
     Segundo o autor, uma solução para minimizar a transmissão de patógenos entre humanos e primatas seria controlar a população no entorno das áreas protegidas. "Com o ecoturismo, vem a modernização, surgem lojas e mais pessoas são atraídas", explica. "Deveria haver políticas públicas para reduzir a migração para a região das áreas de conservação, onde o ecoturismo tem florescido."
 
Autor: Bernardo Esteves
Fonte: REBIA Nordeste / Ciências Hoje - Portal do Meio Ambiente
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Documentarista diz que maior empresa de sementes vende produtos tóxicos e ameaça cientistas

     A documentarista francesa Marie-Monique Robin, autora de O Mundo Segundo a Monsanto, dedicou três anos de sua vida para desvendar como uma indústria de químicos virou a maior companhia mundial de sementes geneticamente modificadas (transgênicas) e uma das empresas mais influentes do planeta, segundo a revista Business Week. Marie trabalha há 25 anos com matérias investigativas e recebeu prêmios como o Albert Londres, em 1995, concedido a um documentário sobre o tráfico internacional de órgãos.
     Em 2004, ela foi aclamada na Europa ao produzir o também premiado Esquadrões da Morte: a escola francesa, sobre a relação do governo francês com ditaduras da Amérioca Latina, nos anos 70. Para escrever a história da Monsanto, Marie analisou 500 mil páginas de documentos e viajou à Grã-Bretanha, Estados Unidos, Índia, México, Brasil, Vietnã e Noruega. A escritora fala a ÉPOCA sobre o seu último livro. Procurada pela reportagem, a Monsanto afirma que "agricultores enxergam um benefício no cultivo de seus produtos". (clique aqui para ler a resposta completa da empresa).
 

Marie-Monique Robin - "A Monsanto não é confiável"

 
ENTREVISTA - MARIE-MONIQUE ROBIN
QUEM É - Documentarista e jornalista francesa. Seu documentário que denuncia táticas do serviço secreto francês e conexões com a repressão na América do Sul foi premiado pelo Senado da França.
O QUE FEZ - Já publicou livros denunciando uma rede internacional de tráfico de órgãos e a prática da tortura na Guerra da Argélia. O Mundo Segundo a Monsanto virou um documentário feito pela agência de cinema do Canadá. Para investigar a história, passou cinco anos levantando 500 mil páginas de documentos e viajando para Grã-Bretanha, Índia, México, Paraguai, Brasil, Vietnã, Noruega e Itália
 
ÉPOCA – Existem outras companhias que também desenvolvem a biotecnologia e possuem patentes sobre sementes. Por que fazer um livro exclusivamente sobre a Monsanto?
Marie-Monique Robin - Há cinco anos, quando trabalhava em três documentários sobre biodiversidade e os organismos geneticamente modificados – e ainda acreditava que eles não teriam problemas – eu acabei viajando muito. Fui para Canadá, México, Argentina, Brasil e Índia, e em todas essas regiões eu sempre encontrava denúncias contra a Monsanto. Foi quando eu decidi buscar quem é essa companhia que agora é a maior produtora de biotecnologia e de alimentos geneticamente modificados do planeta.
 

Um círculo anti-cultura Monsanto feito pelos agricultores e voluntários, nas Filipinas. Por Melvyn Calderon / Greenpeace HO / A.P. Imagens. (fonte)

 
ÉPOCA – E como seria esse mundo segundo a Monsanto que você descobriu?
Marie - Cheio de pesticidas. Cerca de 70% dos alimentos geneticamente modificados são feitos para serem plantados com uso do agrotóxico Roundup. Ao comer uma transgênico, a pessoa está praticamente ingerindo Roundup. E, ao contrário do que propagou a Monsanto, esse pesticida não é bom ao meio ambiente e muito menos biodigradável. Ele é muito tóxico. Tenho certeza de que nos próximos cinco anos ele vai ser proibido no mundo, tal como aconteceu com outro produto da companhia, o DDT. O mundo segundo a Monsanto também é dominado por monoculturas. O que é um problema para a segurança alimentar, pois concentra a produção de alimentos na mão de poucos. Também considero arriscado deixar a alimentação mundial na mão de companhias que no passado produziam venenos e armas químicas como o agente laranja, despejado por tropas americanas no Vietnã.
 

"A Monsanto foi condenada a pagar US$ 700 milhões de dólares pela contaminação em Annistion, nos EUA"

 
ÉPOCA – Os transgênicos são festejados por reduzirem o uso de pesticidas. Eles não teriam ao menos esse lado bom?
Marie – Não, isso é mentira. Os transgênicos não reduzem o uso de agrotóxicos. Pelo contrário, eles geram ervas daninhas cada vez mais resistentes aos agrotóxicos. Os transgênicos são apenas uma forma da Monsanto controlar a produção de alimentos no mundo.
 
ÉPOCA – Como uma empresa pode ter todo esse poder? Isso não é teoria da conspiração?
Marie – Não, de forma alguma. Tenho todas as denúncias que faço baseada em documentos e estudos científicos. Esse monopólio sobre a comida é um processo que acontece há um tempo. Ele começou com a permissão das patentes das sementes, na década de 80. Isso deu às empresas exclusividade sobre as sementes que selecionam. Depois, vieram as chamadas plantas híbridas, que são estéreis e não produzem outras sementes. E por último, houve os royalities sobre os transgênicos. Agoras as multinacionais podem cobrar para si, uma parte do lucro da colheita dos fazendeiros. Os transgênicos também são produzidos para reagirem com produtos específicos. No caso da Monsanto, 70% tem que ser plantado com o Roundup. O que obrigados o produtor a comprar sementes e agrotóxicos da mesma empresa.
 
ÉPOCA – Outras multinacionais produzem nesse mesmo padrão. O que comprova que a Monsanto quer controlar a comida do mundo?
Marie - Após a liberação da venda dos transgênicos, a Monsanto começou a comprar todas as produtoras de sementes do mundo. Hoje, ela é a maior produtora de sementes do planeta. O resultado é que se um fazendeiro quiser mudar sua produção de transgênicos, e voltar ao tradicional, daqui a alguns anos, provavelmente ele não vai conseguir mais, pois só vão existir sementes transgênicas, e da Monsanto. Essa já é uma realidade com a soja dos Estados, e o trigo, na Índia. Nos EUA existem processos contra a Monsanto por monopólio, algo similar ao que aconteceu com a empresa de tecnologia Microsoft.
 
ÉPOCA – E qual seria interesse da empresa em controlar a produção de alimentos?
Marie - Ele querem manter o agrotóxico Roundup no mercado, o produto que responde por 45% do lucro da companhia. Acho que se o Roundup for banido, como acredito que possa acontecer daqui a alguns anos, os transgênicos vão desaparecer. Sem o Roundup, não é interessante ter transgênico.
 

Marie-Monique Robin destaca os casos do PCB, dos horrores das dioxinas e do agente laranja até chegar à difusão ilegal da soja transgênica Roundup Ready e ao conceito fraudulento da "equivalência substancial" dos OGMs (fonte)

 
ÉPOCA – Por que culpar exclusivamente a Monsanto pelas armas químicas do Vietnã? A opção por usar armas químicas foi do governo americano, e não das companhias. E outras empresas também venderam químicos ao governo dos EUA.
Marie - A venda de agente laranja para o governo americano foi um dos negócios mais lucrativos da Monsanto. Mas hoje, nenhuma das empresas que lucraram com esse processo quer se responsabilizar. No Vietnã, eu vi hospitais repletos de crianças deformadas, que nascem assim até hoje, porque o ambiente continua contaminado. Além do agente laranja, também usaram bifenil policlorado (um produto banido no mundo) nas misturas jogadas no país, e que a própria Monsanto sabia serem tóxicas desde 1937. Nem os soldados americanos foram alertados para os riscos. Como confiar que uma companhia com essa história domine a produção de alimentos?
 
ÉPOCA – Qual é a prova que a Monsanto sabia que estava vendendo algo tóxico?
Marie - Em 2002, os moradores de Annistion, no EUA, ganharam o direito de uma indenização de US$ 700 milhões de dólares da Monsanto. A empresa foi condenada por contaminar o meio ambiente e as pessoas da cidade com a sua fábrica química. Documentos mostram que desde 1937 a Monsanto sabiam dos riscos da toxidade dos PCBs.
 
ÉPOCA – Os produtos da Monsanto são aprovados por agências como a FDA, que regula alimentos e medicamentos nos EUA. Como dizer que a FDA e outras agências internacionais estão sendo enganadas?
Marie - A Monsanto usa seu poder econômico para pressionar governos e também infiltra seus ex-funcionários em cargos políticos. Esse processo é conhecido como portas giratórias. Tem casos célebres como a de Linda Fisher, que era funcionária da Agência Americana de Proteção Ambiental, e depois foi trabalhar na Monsanto, em 1995, e acabou retornando para EPA, em 2001.
 

monsanto land

 
ÉPOCA – Se a empresa possui toda essa blindagem, então não há solução?
Marie - Acho que só os consumidores podem evitar um problema maior. Na Europa isso já começou. Ninguém quer consumir transgênicos que não foram testados. Estão todos assustados com a atual epidemia de câncer.
 
ÉPOCA – Mas qual a ligação do câncer com os transgênicos?
Marie - Ainda estou pesquisando o assunto. O meu próximo livro vai ser exatamente sobre isso, a relação entre a comida que consumimos depois da Revolução Verde e o aumento de doenças como o câncer e o Parkison. O mais interessante, um processo que começou justamente entre os próprios agricultores, o mais expostos aos agrotóxicos.
 
Autora: Juliana Arini - Época - Portal do Meio Ambiente
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Bactérias escravizam vírus para fazer 'sexo' com outras espécies

Transferência de DNA acontece entre micróbios com parentesco distante.
Descoberta preocupa porque indica transferência de genes 'tóxicos'.
 
     Os cientistas sabiam há tempos que a promiscuidade domina o mundo das bactérias, mas ainda assim levaram um susto ao descobrir o quanto ela é disseminada. Com a ajuda de um tipo especial de vírus, os micróbios parecem ser capazes de transferir material genético -- em linhas gerais, algo muito parecido com sexo, em termos humanos -- para espécies que têm apenas parentesco distante com os "donos" desse DNA.
     A conclusão está num artigo na última edição da revista especializada americana "Science", e preocupa porque a promiscuidade unicelular poderia abrir caminho para a transferência de genes nem um pouco amigáveis aos humanos de bactéria para bactéria. É de se imaginar que trechos de DNA capazes de conferir resistência a antibióticos ou maior agressividade seriam passados de "mão em mão", pelas espécies bacterianas.
 

Foto: Reprodução

A bactéria Staphylococcus aureus, cujo material genético pode ir parar em outros micróbios (Foto: Reprodução)

 
     John Chen e Richard Novick, do Centro Médico da Universidade de Nova York, estudaram estudaram a função de leva-e-traz desempenhada pelos bacteriófagos, vírus que infectam bactérias. Já se conhecia a capacidade deles de levar certas frações de material genético de um indivíduo bacteriano para outro -- dentro da mesma espécie. O vírus retira pedaços de DNA dos cromossomos das bactérias, faz cópias deles e os leva para outro micróbio.
     A dupla, porém, verificou que a Staphylococcus aureus, bactéria tristemente célebre por suas variedades resistentes a antibióticos e causadoras de infecção hospitalar, também é capaz de passar seu DNA para espécies muito distantes, como a Listeria monocytogenes. Os genes trocados não são nada inocentes, pois têm a ver com a produção de toxinas pelos microrganismos. Aliás, esse troca-troca parece ocorrer até no leite de vaca, o que poderia apresentar risco para os rebanhos bovinos.
 
Autor: Reinaldo José Lopes - G1
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Israel anuncia interrupção diária de bombardeios

     O Exército de Israel anunciou que a partir desta quarta-feira vai interromper os bombardeios nas cidades da Faixa de Gaza durante três horas todos os dias para facilitar a entrada de material humanitário.
     "Decidimos cessar os bombardeios em Gaza entre as 13h (9h de Brasília) e as 16h (12h de Brasília) todos os dias a partir de hoje, quarta-feira", declarou a porta-voz militar Avital Leibovich.
 

Bombardeio a Gaza no 11º dia - Caminhões israelenses carregados com ajuda humanitária esperam para entrar na Faixa de Gaza, em Keren Shalom (foto: EFE)

 
     A decisão foi adotada depois que Israel aceitou abrir um corredor humanitário na Faixa de Gaza, submetida a bombardeios que na terça-feira deixaram pelo menos 43 mortos em uma escola administrada pela ONU.
     Autoridades palestinas na Faixa de Gaza disseram que foram informadas por Israel que os ataques parariam durante esse período para que as lojas abrissem e funerais fossem realizados.
 

Bombardeio a Gaza no 10º dia - Bebê palestino é tratado por médicos no hospital Shifa após ser ferido em ataque de tanques israelenses à Gaza (foto: Reuters)

 
     Crise humanitária
     As agências da ONU e as organizações humanitárias têm denunciado uma crise humanitária "total" em Gaza, um território pobre e superpovoado onde os habitantes se encontram bloqueados, sem a possibilidade de fugir.
     Os hospitais estão lotados. A ajuda de emergência não chega às áreas afetadas pelos bombardeios. A ofensiva provoca escassez de mantimentos, de combustível e de água potável, assim como danos na infra-estrutura.
     Os ataques israelenses mataram pelo menos 680 palestinos e deixaram 3 mil feridos desde 27 de dezembro, quando teve início a operação, segundo os serviços de emergência palestinos.
 

Bombardeio a Gaza no 6º dia - Mulher palestina segura uma criança enquanto senta sobre os destroços de uma das casas atingidas pelo bombadeio israelense que matou pelo menos uma criança e outros três integrantes do Hamas (foto: AP)

 
     Ataques a escolas
     Na terça-feira, três escolas administradas pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) foram bombardeadas. No ataque mais violento, em Jabaliya (norte), 43 palestinos morreram.
     Israel afirmou que sua artilharia abriu fogo contra a escola porque combatentes palestinos haviam se posicionado no local para disparar morteiros contra suas tropas.
     A ONU desmentiu a presença de combatentes em uma escola administrada pela UNRWA. "Depois de uma investigação preliminar, temos 99,9% de certeza que não existiam militares na escola", declarou Chris Gunness, porta-voz da agência das Nações Unidas.
     "Pedimos uma investigação independente. Se as leis da guerra foram violadas, os culpados terão que comparecer à justiça", acrescentou.
 

Bombardeio a Gaza no 1º dia - Enorme nuvem de fumaça é vista sobre a cidade de Rafah após o ataque aéreo (foto: AFP)

 
Fonte: Terra Notícias
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Angola fecha fronteira com Congo para evitar surto de ebola

     O governo de Angola anunciou o fechamento de parte de sua fronteira com a República Democrática do Congo para impedir que um surto do vírus ebola se espalhe para o território angolano.
     Segundo a agência de notícias estatal Angop, todo o movimento de pessoas e comércio entre a província de Lunda Norte, no nordeste do país, e o território congolês foi suspenso. Em Lunda Norte, há uma grande concentração de garimpos.
 

Angola Marburg Virus 2005

Seleção de imagens ligadas aos problemas com o ébola na África

 
     O ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem, disse que o governo deverá alertar a população sobre como prevenir a infecção. As medidas preventivas deverão se estender às províncias de Moxico, Malanje, Uíge e Lunda Sul.
     Segundo Van-Dénum, cerca de 40 casos de ebola, que causaram 13 mortes, foram detectados nos últimos dois meses na República Democrática do Congo.
     Este é o quarto surto de ebola no Congo desde 1976. O primeiro caso suspeito foi notificado no dia 27 de novembro de 2008 e confirmado no dia 16 de dezembro, de acordo com a Angop. A doença, altamente infecciosa, causa febre, vômito, diarreia e sangramento interno e externo.
 
Fonte: BBC - Uol Notícias
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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sábado, 3 de janeiro de 2009

Cientistas alcançam o interior do planeta Terra

     Uma equipe de perfuração recentemente atravessou camadas de rochas profundas por sob o Havaí e acidentalmente se tornou o primeiro grupo de seres humanos conhecido a ter perfurado a crosta terrestre em profundidade suficiente para chegar ao magma - a forma derretida de rocha que ocasionalmente atinge a superfície na forma de erupções de lava - em seu ambiente natural, anunciaram cientistas norte-americanos em dezembro.
     "Trata-se de uma descoberta sem precedentes", disse Bruce Marsh, especialista em vulcões da Universidade Johns Hopkins, em Maryland, que participará do estudo das amostras obtidas pelos perfuradores.
     Normalmente, ele disse, os pesquisadores de vulcões precisam realizar "estudos post-mortem" de magma há muito solidificado, ou estudar a lava ainda em estado ativo em períodos de erupções vulcânicas. Mas desta vez eles conseguiram encontrar o magma em seu ambiente natural - algo que Marsh descreveu como tão emocionante, para os membros de sua profissão, quanto encontrar um dinossauro vivo brincando em uma ilha distante seria para um paleontologista.
     "Esse é o meu Jurassic Park", ele declarou em uma reunião da União Geofísica Americana em San Francisco.
 

Equipe de perfuração acidentalmente se tornou o primeiro grupo de seres humanos conhecido a ter perfurado a crosta terrestre em profundidade suficiente para chegar ao magma

Equipe de perfuração acidentalmente se tornou o primeiro grupo de seres humanos conhecido a ter perfurado a crosta terrestre em profundidade suficiente para chegar ao magma (foto: Nature)

 
     Primeiro contato
     A descoberta foi feita a uma profundidade de 2,5 quilômetros, durante uma escavação exploratória cujo objetivo era tentar localizar fontes de energia geotérmica. A equipe de escavação encontrou algo de incomum durante operações de rotina conduzidas no Projeto Geotérmico de Puna, uma propriedade controlada pela Ormat Technologies, de Reno, Nevada. Quando os trabalhadores tentaram retomar suas escavações, descobriram que o magma havia subido por cerca de oito metros do encanamento que inseriram no poço exploratório. A rocha se solidificou na forma de uma substância clara e vítrea, aparentemente devido ao resfriamento rápido pelo qual passou depois de encontrar a água do lençol freático.
     Os cientistas sabiam há muito que era provável a presença de câmaras de magma na vizinhança do local da escavação. A perfuração estava sendo conduzida em um esforço para tentar encontrar fontes de abastecimento para uma usina de energia geotérmica já existente, construída para colher calor da região vulcânica mais ativa do mundo, em torno do vulcão Kilauea, que vem emitindo lava continuamente desde 1983. Don Thomas, geoquímico do Centro de Estudo de Vulcões Ativos da Universidade do Havaí, disse que era apenas questão de tempo antes que alguma operação de perfuração viesse a atingir magma quente.
     Mas que isso tenha de fato acontecido na prática "é tremendamente emocionante", disse Thomas, que não fazia parte da equipe que realizou a descoberta.
     Os pesquisadores descobriram, adicionalmente, que o magma é feito de dacito, uma espécie de rocha precursora do granito, e não do basalto que forma a maior parte do Havaí.
 

Erupção do Kilauea

 
     "Se tivéssemos encontrado basalto, a surpresa não teria sido grande", disse William Teplow, geólogo consultor da U. S. Geothermal, que está assessorando o projeto.
     Os cientistas acreditavam há muito que o dacito pudesse se separar do magma basáltico para formar rochas graníticas. Mas eles jamais esperavam ver o processo em plena operação.
     "Essa pode ser a primeira vez que a geração do granito foi observada de forma concreta em seu estado formativo, na natureza", disse Teplow. "É uma observação importante porque é esse processo que diferencia a crosta continental granítica da crosta oceânica, mais primitiva e basáltica".
     Marsh está entusiasmado com as perspectivas de novos estudos. "Isso é apenas a ponta do iceberg", ele declarou. "Não sabemos onde vai nos levar, mas se trata de uma oportunidade de ouro".
     Pode até ser possível conduzir experiências científicas no interior do magma.
     "Poderíamos estar falando do primeiro observatório de magma instalado no planeta", disse Marsh. "Trata-se de um evento singular, do nosso primeiro contato com as entranhas da Terra, onde vive o magma".
 

O primeiro protótipo Power Tube foi projetado para gerar electricidade a partir de magma

 
     Poderio econômico
     Com uma temperatura estimada em cerca de 1.050 graus centígrados, a camada de magma também poderia ser valiosa como uma fonte de calor de alta qualidade para a produção de energia geotérmica.
     "Mas a primeira coisa com que devemos nos preocupar é compreender os aspectos científicos", disse Lucien Bronicki, presidente do conselho e vice-presidente de tecnologia da Ormat.
     Marsh, da Universidade Johns Hopkins, acrescentou que o corpo de magma localizado é grande o suficiente para que seu uso como fonte geradora de energia não interfira com futuras pesquisas científicas na mesma região.
     "O poço que escavamos tem as dimensões que uma picada de mosquito teria nas costas de um elefante", ele afirmou.
 

Planta geotérmica da Ormat Technologies em Puna

 
Autor:Richard A. Lovett (tradução: Paulo Migliacci) / National Geographic - Terra Notícias
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Soviéticos podem ter 'roubado' bomba de hidrogênio de americanos

Novo livro propõe hipótese de espionagem para progresso russo na área.
Teste da URSS aconteceu em 1955; avanço rápido supreendeu os EUA.
 
     Um momento decisivo da Guerra Fria aconteceu em 1955, quando Moscou detonou sua primeira bomba de hidrogênio – uma arma cerca de mil vezes mais poderosa do que bombas atômicas e ideal para destruir grandes cidades. A bomba acabou com o monopólio americano e representou um perigo mortal. Desde então, Washington lidou muito mais cuidadosamente com Moscou, iniciando uma era de tensão dominada pelo medo mútuo de aniquilação.
 

Foto: NYT

Imagem colorida do teste russo da bomba de hidrogênio, em 1955... (Foto: NYT)

 
     Um novo livro afirma que Moscou adquiriu o segredo da bomba de hidrogênio não de seus próprios cientistas, mas de um espião atômico infiltrado no laboratório de armas de Los Alamos, no Novo México. Historiadores consideram o caso incompleto, porém merecedor de uma investigação. Eles afirmam que o livro, "The Nuclear Express: A Political History of the Bomb and its Proliferation" (O expresso nuclear: uma história política da bomba e de sua proliferação), de Thomas C. Reed e Danny B. Stillman, soma-se a um número crescente de enigmas sobre quem inventou a bomba de hidrogênio soviética, meio século atrás.
 

Foto: NYT

... e a imagem em preto e branco do teste (Foto: NYT)

 
     "É bem intrigante", comentou Robert S. Norris, historiador nuclear, em relação ao livro. "Aprendemos muito sobre espiões atômicos. Agora, descobrimos que um espião pode estar também no centro da história da bomba de hidrogênio."
     Uma pista surpreendente citada pelos autores é um desacordo entre cientistas nucleares russos sobre quem merece crédito pelo avanço, como também algumas alegações de que a espionagem teve um papel nisso tudo. O livro detalha esse conflito russo e questiona a idéia popular de que Andrei D. Sakharov, conhecido mais tarde por suas campanhas pelos direitos humanos, criou a bomba de hidrogênio soviética de forma independente.
     Notícia completa AQUI.
 
Fonte: William J. Broad / New York Times - G1
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Fogos de artifício contêm substâncias que intoxicam respiração, diz estudo

     A tradição de fogos de artifício no Ano Novo tem popularidade mundial, mas pode agravar problemas respiratórios como a asma, porque seu tiro libera quantidades de substâncias químicas no ar. A afirmação é de um estudo da Universidade de Tecnologia de Viena, na Áustria.
     Segundo o site "New Scientist", pesquisadores australianos analisaram amostras de neve antes e depois da festa de Ano Novo no vilarejo de Saalbach, em seu país natal.
 

Pirotecnia desencadeia ataques de doenças como asma e bronquite, aponta estudo austríaco

Fumaça da pirotecnia desencadeia ataques respiratórios, segundo um estudo conduzido pela Universidade de Tecnologia de Viena (foto: Ricardo Moraes/AP)

 
     Fogos de artifício contêm bário, elemento que dá a coloração verde e vermelha quando estouram. Os cientistas queriam encontrar resquícios do metal em flocos de neve porque, segundo o estudo, caso estivessem lá, significaria que as partículas do metal também estariam presentes na fumaça dos fogos de artifício -logo, sendo inaladas por espectadores.
     "Nós encontramos amostras de bário na neve", disse o pesquisador. As concentrações eram 500 vezes mais altas do que amostras antes dos disparos. O bário constringe as vias respiratórias, agravando sintomas da asma e da bronquite, aponta a pesquisa.
     Os pesquisadores estão desenvolvendo novos modelos de fogos de artifício, baseados em oxigênio para combustão, livres de bário e de perclorato como oxidante para combustão pirotécnica. O perclorato pode contaminar as fontes de água, prejudicar o funcionamento da glândula tireóide e afetar fetos.
 
Fonte: Bol Notícias
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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Sea Shepherd colide com navio baleeiro!

     Nesta sexta-feira, 26, o Steve Irwin enfrentou o navio Kaiko Maru, que emergiu do nevoeiro, subitamente. O clima foi tenso para a tripulação da Sea Shepherd, que conseguiu lançar 10 garrafas de "manteiga podre" e 15 garrafas com metilcelulose (espécie de substância viscosa). Após o fato, o Segundo Comandante, Peter Hammarstedt, ainda brincou dizendo que o Kaiko Maru é um navio "fedorento e escorregadio".
 

Os baleeiros operavam dentro da zona econômica australiana

 
     O incidente começou com o navio japonês avançando com força para o estibordo e golpeando o Steve Irwin, fato que originou o esmagamento sem motivo algum do corrimão de segurança do deck do helicóptero. Contudo, não houve nenhum dano grave para ambos os navios.
     Desde sábado, o navio da Sea Shepherd tem perseguido a frota japonesa por 400 milhas ao meio de névoas pesadas, gelo grosso e um tempo traiçoeiro. Durante esse tempo nenhuma baleia foi morta.

Fonte: Sea Shepherd
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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sábado, 27 de dezembro de 2008

"Homem-árvore" indonésio será operado novamente

     Um indonésio de 37 anos, que sofre de uma grave doença que transformou suas mãos e pés em aglomerados de verrugas semelhantes a raízes de árvores, voltou a piorar quatro meses depois de receber alta de um tratamento médico. Dede Koswara deve passar por novas operações até o final de dezembro ou no início de 2009 para tentar remover e reduzir as verrugas. As informações são da Reuters.
 

Após retornar para casa de tratamento médico em agosto, as verrugas do indonésio voltaram a aparecer

Após retornar para casa de tratamento médico em agosto, as verrugas do indonésio voltaram a aparecer (foto: Reuters)

 
     O "homem-árvore", como ficou conhecido, estava esperançoso de que poderia se recuperar e encontrar um emprego depois de retornar para casa de um tratamento em agosto. Na época, os médicos removeram 6 kg de verrugas do seu corpo e ele passou a ser atendido em sua residência como paciente ambulatorial.
     Desde então, parece que o tratamento não surtiu o efeito esperado. "As (verrugas) que foram removidas estão crescendo novamente e começaram a reaparecer depois que voltei pra casa", afirmou Dede. Por algum tempo, Dede lembrou que pôde ir pescar e até mesmo utilizar um telefone celular, mas novamente passou a necessitar de apoio para realizar atividades diárias.
     "Alertamos que a enfermidade poderia não ter 100% de cura. Na cirurgia inicial, tratamos somente de melhorar a sua qualidade de vida", destacou Rachmat Dinata, um dos médicos responsáveis pelo tratamento. Segundo ele, o paciente precisaria de pelo menos duas operações por ano.
 

Após retornar para casa de tratamento médico em agosto, as verrugas do indonésio voltaram a aparecer  (foto: Reuters)

 
     Doença
     O dermatologista americano Anthony Gaspari, que estuda o caso, informou há algum tempo que Dede aparentemente sofre com uma variação do vírus do HPV. O HPV, ou vírus do papiloma humano, infecta os queratinócitos da pele ou mucosas, e possui mais de 200 variações.
     Uma das formas mais conhecidas de propagação da doença é pela relação sexual. Mas no caso de Dede, a doença se agravou por um problema genético do ex-pescador: seus anticorpos são incapazes de combater ou simplesmente deter o crescimento das verrugas. Em depoimento ao canal Discovery - que exibiu recentemente um documentário sobre o problema - Gaspari diz acreditar que uma severo tratamento com vitamina A pode ajudar a determinar a origem do problema.
     O indonésio começou a desenvolver a doença ainda na adolescência, após sofrer um profundo corte no joelho. A doença limitou a vida de Dede, que perdeu a mulher e o emprego desde que as verrugas começaram a crescer sem parar. Ele também tem dois filhos. "Não estou desesperado, mas quero me recuperar", desabafou ele em sua casa, na localidade de Tanjung Jaya.
 

Ele passará por novas operações até o final de dezembro ou no início de 2009 (foto: Reuters)

 
Fonte: Terra Notícias
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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Cientistas estudam o medo da nanotecnologia

     Nanocientistas sempre sentiram certo nervosismo sobre como sua ciência é vista pela opinião publica. Esse desconforto se baseia em uma série de pressupostos acerca da reação das pessoas frente a novas tecnologias em geral. Algumas dessas suposições foram testadas por três estudos publicados na Nature Nanotechnology, que abordaram as atitudes do público em relação à ciência.
     Com bastante freqüência, os cientistas tratam o público como uma massa indiferenciada. De fato, Arie Rip, sociólogo da ciência da Universidade de Twente, Holanda, chega a detectar uma "nanofobia-fobia" disseminada entre pessoas envolvidas com nanotecnologia - uma convicção irracional e exagerada de que um público ignorante cientificamente, sem interesse em pesar riscos e benefícios, vai rejeitar uma tecnologia promissora em função de meios de comunicação irresponsáveis.
 

Mesmo entre nanocientistas pode haver diferenças sérias sobre o que constitui a nanotecnologia

Mesmo entre nanocientistas pode haver diferenças sérias sobre o que constitui a nanotecnologia (imagem: Nature)
 
     Uma análise mais sofisticada precisa reconhecer que o público é formado por diferentes pessoas com suas próprias ideologias, através das quais filtram as informações sobre tecnologias e seus riscos.
     Talvez a mais comum pressuposição entre cientistas é a idéia de que o temor à tecnologia surge da ignorância, e que a aceitação pública aumentará inevitavelmente à medida que as pessoas souberem mais a respeito da tecnologia. Dan Kahan, da Escola de Direito de Yale em New Haven, Connecticut, e seus colegas chamam isso de hipótese da familiaridade e demonstraram que ela é falsa.
     A opinião das pessoas pode se tornar mais ou menos favorável à medida que seu conhecimento sobre nanotecnologia aumenta, descobriram os autores, dependendo de seu ponto de partida ideológico. Os chamados individualistas hierárquicos, que apreciam o livre mercado e respeitam a autoridade de elites sociais, parecem aprovar mais a nanotecnologia à medida que se familiarizam com ela. Ao contrário, mais informação parece dar aos "comunitaristas igualitários" mais razões para se preocupar.
     Notícia completa AQUI.
 
Autor: Richard Jones (Amy Traduções) / Nature - Terra Notícias
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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Grandes criaturas do mar, como lulas, podem sentir efeitos do CO2

     O aumento das emissões de dióxido de carbono afeta mais que a atmosfera. Grande parte do CO2 é absorvida pelos oceanos, tornando-os mais ácidos.
     Pesquisas recentes examinaram o impacto da acidificação em corais e outros pequenos organismos calcificados. Mas o aumento de CO2, combinado ao gradual aquecimento dos oceanos, pode ter outros efeitos e afetar criaturas maiores – porque haverá menos oxigênio na superfície, e zonas profundas com pouco oxigênio se expandirão verticalmente.
 

Lula Humboldt

 
     Um estudo no The Proceedings of the National Academy of Sciences observa os efeitos potenciais em uma das maiores criaturas, a lula Humboldt, que pode ter quase dois metros de comprimento e pesar mais de 45 quilos. Rui Rosa e Brad A. Seibel, da Universidade de Rhode Island, colocaram lulas em um respirômetro que permitia medições de metabolismo à medida que as concentrações de gases na água eram alteradas.
     Próximo da superfície, essas criaturas precisam de muito oxigênio, em parte por estarem sempre caçando peixes e seus sistemas respiratório e propulsor serem de eficiência limitada. Durante a noite, elas migram para águas mais profundas e com menos oxigênio, onde seu metabolismo desacelera e elas podem se recuperar.
 

Pesca de lula Humboldt na Califórnia

 
     Os pesquisadores descobriram que sob condições de CO2 elevado, similares àquelas previstas para as águas da superfície no final do século, as taxas de atividade e metabólicas das lulas desaceleraram significativamente. Então, uma boa hipótese é que essas lulas ficarão mais letárgicas, menos adeptas a caçar e menos capazes de fugir de predadores como focas, tubarões, peixes-espada, merlins e baleais cachalotes.
     Os pesquisadores afirmam que o aquecimento das águas significa que as zonas com menos oxigênio, habitadas pelas lulas durante a noite, se tornarão mais rasas. O efeito final é um grande aperto no habitat das lulas, com potenciais efeitos para suas presas e predadores.
 
Autor: Henry Fountain / New York Times - G1
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Metano sob o Ártico comecou a vazar. Isso é um perigo

     Existe um fenômeno pouco divulgado, que começou a ser identificado pelos pesquisadores. Os gigantescos depósitos de metano, localizandos embaixo da camada de solo congelado (permafrost) sob o oceano Ártico, começaram a vazar. E eles podem fazer o aquecimento global mergulhar em um processo de aceleração irreversível. É o que relatam pesquisadores da Universidade do Alasca.
     Um grupo coordenado pelo cientista Igor Semiletov descobriu que o metano está borbulhando no mar cada vez mais quente do Pólo Norte. O gás escapa em bolhas de buracos na camada de gelo no leito do oceano. Mais de mil medições feitas para avaliar o metano dissolvido na água na costa da Sibéria, feitas durante o verão, revelaram que os níveis do gás estão altos como nunca.
 

metaneship21.jpg

 
     "As concentrações de metano são as mais altas já medidas no verão no Oceano Ártico", diz Semiletov. Esse vazamento de metano é preocupante por vários motivos.
Primeiro, muitos pesquisadores temem que um grande vazamento de metano do Ártico esteve ligado às transformações climáticas que provocaram uma das maiores ondas de extinção da Terra, há 250 milhões de anos, entre os períodos Permiano e Triássico. Na ocasião, 96% das espécies marinhas desapareceram e 70% dos vertebrados terrestres também sumiram. Um vazamento como esse também é associado a um período extremamente quente há 55 milhões de anos, chamado Termal Máximo do Paleoceno-Eoceno. Foi uma onda de extinções também grande, que abriu caminho para o desenvolvimento dos mamíferos atuais.
     A segunda razão para preocupação é que os depósitos de metano sob o oceano são tão grandes e esse gás tem um poder tão alto para aquecer a atmosfera. Segundo alguns pesquisadores, basta soltar uma pequena fração desses depósitos para que qualquer esforço para estabilizar as emissões em níveis não catastróficos fique impossível.
     A terceira causa para preocupação é que a agência americana responsável por oceanos e atmosfera, a NOAA, revelou que os níveis de metano na atmosfera da Terra subiram acentuadamente pela primeira vez desde 1998, quando esse acompanhamento começou. Isso indicaria que o vazamento de metano provocado pelo derretimento do Ártico já estaria alterando a química da atmosfera rapidamente.
 

methane21.jpg

 
     Esse metano foi gerado pela decomposição de matéria orgânica – plantas e animais – há milhões de anos, em períodos em que a Terra esteve mais quente. E esteve aprisionado sob a camada de gelo embaixo do mar durante todo esse tempo.
     Semiletov mede os níveis de metano na costa da Sibéria desde 1994. Nunca havia detectado elevações nos níveis de metano na década de 90. Mas desde 2003 ele diz que vem observando pontos de concentração excessiva do gás no oceano. Segundo ele, o derretimento do permafrost submarine pode ser consequência do crescente volume de água mais quente que vem dos rios siberianos. O volume deles têm aumentado devido ao derretimento do permafrost em terra firme.
     A linha vermelha do gráfico abaixo mostra como a descarga de metano do Ártico pode estar provocando uma elevação dos níveis de metano na atmosfera da Terra. A linha vermelha mostra o nível de metano na atmosfera desde 2004. Além da oscilação sazonal de cada ano, há uma clara elevação no último ano medido.
 
Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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sábado, 20 de dezembro de 2008

Ártico sem gelo: novos dados mostram fenômeno irreversível

     Cientistas da União Geofísica dos EUA apresentam, hoje, um aprofundado estudo mostrando inequívocas evidências de as temperaturas no Ártico estão se elevando muito mais rapidamente do que se previa até agora. Antes, esperava-se que o primeiro verão totalmente sem gelo no Ártico ocorresse por volta de 2070. Agora, com base nas medições feitas ao longo dos últimos 5 anos, os modelos computacionais indicam que o verão sem gelo na região ocorrerá já nos próximos 20 anos.
 

Morsa em calota de gelo no ártico (foto: Greenpeace)

 
     O Centro de Dados Sobre a Neve e o Gelo dos EUA confirmou que as anomalias nas temperaturas da região são muito maiores do que as previstas. As medições mais recentes indicaram aumentos de temperatura de 3 a 5 graus em toda a região do Ártico, chegando a 7 graus acima da média no Mar de Beaufort, ao norte do Alasca.
     Os cientistas que conduziram os estudos afirmam que a única explicação é que aquilo que denominam "amplificação Ártica" – que, segundo previsões, começaria a ser notada "nas próximas décadas" já está ocorrendo. Ou seja, o calor acumulado pelos oceanos durante o verão está sendo liberado para a atmosfera antes que o gelo do inverno possa ser formar novamente.
 

Ursos polares já sofrem com o delego

 
     Embora uma perda de gelo no Ártico considerada "catastrófica" pelos cientistas já venha sendo detectada ao longo dos últimos 20 anos, ainda não havia indicadores de que essa perda pudesse estar ligada às emissões de gases causadores do efeito-estufa. Agora, com os novos dados, a União Geofísica dos EUA afirma que não há mais dúvidas de que o aquecimento do Ártico continuará a se acentuar no futuro previsível de maneira muito mais rápida do que no resto do mundo.
     Essas últimas medições de temperatura na região indicam que foi ultrapassado o ponto de não-retorno que fará com que em breve não haverá mais gelo no Ártico durante os verões. O Ártico é considerado uma das regiões mais sensíveis às mudanças climáticas e essa transição terá impactos diretos em outras partes do hemisfério norte e indiretos em outras regiões do mundo - afirmam os cientistas dessas duas instituições.
    
Autor: Luiz Prado - Portal do Meio Ambiente
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Ministério Público pede afastamento do presidente do Ibama

MP Federal e MP Estadual consideram que licença de instalação da Usina Hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, é um dos maiores crimes ambientais impostos à sociedade
 
     O Ministério Público Federal em Rondônia e o Ministério Público do estado ajuizaram pedido de afastamento do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias Franco, e do diretor de Licenciamento Ambiental do órgão, Sebastião Custódio Pires, por improbidade administrativa pela concessão da licença de instalação parcial da Usina Hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira.
     Na avaliação dos ministérios públicos, a licença de instalação concedida pelo Ibama contraria a Constituição Federal e a Lei de Licitações "encerrando um dos maiores crimes ambientais impostos à sociedade".
 

Local da construção da hidrelétrica (fonte)

 
     Na ação, os MPs denunciam que Pires teria contrariado as recomendações de um parecer técnico ao apresentar a Messias relatório assegurando que a mudança no projeto da hidrelétrica não traria maiores danos ambientais.
     No entanto, o procurador da República Heitor Soares e a promotora de Justiça Aidee Torquato, que assinam a ação, argumentam que "o parecer técnico deixa claro que não foi possível estabelecer uma base comparativa em relação a alguns aspectos ambientais em virtude da ausência de dados".
     Além disso, o texto conclui que a mudança no projeto apresentado pelo Consórcio Enersus não atendeu a condicionante de "apresentar o melhor arranjo em termos do favorecimento dos fluxos físicos, químicos e biológicos".
     Para os autores da ação, a alteração do local de construção da Usina implica concessão de nova licença prévia – primeira etapa do licenciamento ambiental – "porque somente ela tem o condão de permitir a instalação do empreendimento de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados".
     A ação será analisada pela Justiça Federal em Rondônia. De acordo com o MPF, se condenados, Messias e Custódio podem perder a função pública e pagar multa civil fixada em cem vezes o valor da remuneração.
     Procurado pela reportagem, o Ibama informou por meio de sua assessoria que só irá se pronunciar sobre o pedido de afastamento quando o presidente e o diretor do órgão forem notificados oficialmente pela Justiça.
 
Autora: Luana Lourenço - Agência Brasil - EcoAgência
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


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Hackers a serviço de madeireiras promovem 'ciberdesmatamento', diz ONG

Segundo Greenpeace, eles invadiram sistema de controle de extração.
Com isso, fraudaram registros que autorizam transporte de madeiras.
 
     A organização não-governamental Greenpeace deu recentemente um alerta para o que classificou de "ciberdesmatamento". Trata-se da ação de hackers que, a serviço de 107 madeireiras e carvoarias, teriam invadido o sistema de controle da extração do Pará, conseguindo assim fraudar registros que autorizam o transporte das madeiras.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF) no Pará, foram desviados 1,7 milhão de metros cúbicos de madeira -- quantidade equivalente a 71 mil caminhões do tipo mais utilizado no transporte ilegal de toras carregados. O MPF quer que os acusados paguem mais de R$ 2 bilhões para compensar os danos.
 

Montagem divulgada pela ONG ambientalista mostra
                ligação entre crimes virtuais e desmatamento ilegal.
                (Foto: Divulgação/Greenpeace)

Montagem divulgada pela ONG ambientalista mostra ligação entre crimes virtuais e desmatamento ilegal. (Foto: Divulgação/Greenpeace)

 
     O esquema, diz o Greenpeace, consistia na alteração de dados de sistemas on-line que monitoram a quantidade de madeira comercializada no Pará -- as madeireiras que usam as florestas para produção de madeira e de carvão só podem extrair uma certa quantidade por ano. Com as alterações feitas indevidamente nos sistemas, os hackers conseguiam falsificar os registros on-line que fazem o controle, aumentando assim a quantidade de madeira permitida para comercialização.
     Na Amazônia, esse controle é feito por dois sistemas eletrônicos: o Documento de Origem Florestal (DOF) do Governo Federal e o Sisflora, gerenciado pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará.
     As investigações sobre o caso tiveram início em abril de 2007 e resultaram na prisão de 30 chefes de quadrilha alguns meses depois. As escutas telefônicas registraram conversas entre madeireiras, os mentores do esquema e os hackers, que invadiram os sistemas para alterar informações. O homem que fez a conexão entre os piratas e os madeireiros está preso, enquanto as demais aguardam o processo em liberdade.
     "Isso é só a ponta do iceberg, pois os sistemas adotados pelos estados e pelo Governo Federal não são seguros. Além disso, a quantidade de auditores não é suficiente para monitorar e evitar fraudes ", disse André Muggiati, da campanha da Amazônia do Greenpeace. "Ao invadir o sistema, essas empresas transformam seus carregamentos ilegais em madeira legal, como se viesse de planos de manejo florestal. Na realidade, eles estão comercializando madeira de desmatamento ilegal."
 
Fonte: G1
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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Regiões polares perdem 2 trilhões de toneladas de gelo em cinco anos

Geleiras terrestres estão sumindo do Alasca, da Groenlândia e da Antártida.
No Ártico, sumiço do gelo marinho acelera mais processo de aquecimento.
 
     Mais de 2 trilhões de toneladas de gelo terrestre na Groenlândia, na Antártida e no Alasca derreteram desde 2003, de acordo com novos dados de satélite da Nasa que mostram os mais recentes sinais do que os cientistas dizem ser a ação do aquecimento global. Mais da metade da perda ocorreu na Groenlândia, a julgar por dados obtidos pelo satélite Grace, afirma o geofísico Scott Luthcke, da Nasa.
     Os pesquisadores devem apresentar os dados nesta semana, durante o encontro da União Geofísica Americana em San Francisco. De acordo com Luthcke, os números do verão de 2008 na Groenlândia ainda não estão fechados, mas, embora significativos, não devem ser tão severos quanto os de 2007. No Alasca, a situação é melhor: após uma grande queda em 2005, o gelo terrestre aumentou um pouco neste ano, graças a grandes nevascas de inverno.
 

Foto: John McConnico/AP

Iceberg derretendo na ilha Ammassalik (leste da Groenlândia) (Foto: John McConnico/AP)

 
     O derretimento do gelo terrestre aumenta os níveis do mar mundo afora. Nos anos 1990, a Groenlândia não contribuiu para o aumento do nível dos oceanos; agora, contudo, a ilha está acrescentando cerca de meio milímetro ao nível dos mares por ano, afirmou Jay Swally, glaciologista da Nasa. No total, diz Luthcke, a contribuição do derretimento da Groenlândia, da Antártida e do Alasca nos últimos cinco anos aumentou em cerca de 1,5 cm o nível dos oceanos no mundo. A subida global dos oceanos, contudo, é maior, porque o aquecimento da água também a faz expandir.
     A tendência do derretimento continua forte. "A coisa não está melhorando; continuamos a ver sinais fortes de aquecimento e amplificação. Não há uma tendência reversiva", diz Zwally. No caso do gelo marinho, a situação parece se retroalimentar. Conforme esse gelo derrete, as águas do Ártico absorvem mais calor no verão, pois perdem a capacidade de refletir a luz do Sol trazida pelas grandes camadas de gelo. Passam, então, a absorver calor, que é liberado no ar durante o outono. Com isso, essa estação do ano está muito mais do quente do que era nos anos 1980, por exemplo.
 
Fonte: Associated Press  - G1
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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Lula cancela anistia a embargo de terras desmatadas

Cinco dias depois de assinar um decreto impedindo o Ibama de embargar áreas de desmatamento, o presidente volta atrás.
 
     Surtiu pequeno efeito as críticas dos ambientalistas ao decreto 6.686, que, entre outras medidas em favor do desmatamento, impedia, até o dia 11 de dezembro de 2009, os embargos de áreas de reservas legais desmatadas. O novo texto, número 6.694, assinado pelo presidente Lula na segunda-feira (15/12), exclui do beneficiamento os desmatamentos irregulares ocorridos no bioma Amazônia. A anistia às multas, no entanto, continuam suspensas até dezembro do próximo ano.
 

Queimada na Amazônia

 
     "Claro que a nova redação do decreto ficou melhor, mas ainda não é o ideal. Quem desmatou outros biomas não pode escapar da sanção do embargo, além disso a anistia às multas foi mantida", diz o diretor de campanhas do Greenpeace, Sérgio Leitão. "A alteração é bem vinda, mas mostra a esquisofrenia dessa gestão quando o assunto é meio ambiente. No dia 22 de julho, o presidente assinou o decreto 6.514 sobre as sanções para os crimes ambientais e quatro meses depois alterou seu conteúdo com decreto 6.686, que agora foi modificado novamente", afirma Leitão.
     A instabilidade da política ambiental coloca em risco a estratégia do governo de atrair investimento estrangeiro para mecanismos de proteção às florestas e redução de emissões dos gases do efeito estufa. "Como investidores estangeiros vão confiar em uma política ambiental tão instável?", questiona Leitão.
 
Fonte: Greenpeace Brasil - Portal do meio Ambiente
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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Desordem Ambiental e Vingança da Natureza

     A recente tragédia, de proporções inimagináveis, que se abateu sobre o Estado de Santa Catarina, teve conseqüências que afetaram a vida da população, trazendo sofrimento, perdas materiais e de vidas, extremamente dolorosas. Suas repercussões se farão sentir na economia do estado e do país. Os prejuízos decorrentes da paralisação do Porto de Itajaí, o cancelamento de reservas de pacotes turísticos e a redução da atividade como um todo, as perdas na agricultura, pesca, comércio e demais setores econômicos nos ajudam a refletir e a extrair lições para o futuro, principalmente, no que diz respeito ao meio ambiente das áreas urbanizadas.
 

Bairro do Saco Grande, em Florianópolis: construções em encosta de alta declividade, ocasionando erosão e perdas de bens e imóveis. Crédito: Tereza Coni Aguiar

 
     Para colaborar na compreensão deste fenômeno, de grande complexidade, destaco que o IBGE, através da sua Diretoria de Geociências (DGC), elaborou o Diagnóstico Ambiental do Litoral de Santa Catarina, em Convênio com o Governo do Estado, no âmbito do Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro. O projeto, além de fazer uma caracterização detalhada dos sistemas naturais existentes, com levantamento de dados sobre a geologia, o relevo, solos, vegetação e usos da terra, indicou os problemas sócio-ambientais, segundo uma escala de gravidade, e elencou as pressões diretas exercidas sobre esses sistemas.
 

Bairro Costeira do Pirajubaé, em Florianópolis: o uso inadequado do solo ocasiona gastos elevados para o poder público. Crédito: Tereza Coni Aguiar

 
     O conjunto de informações gerado foi disponibilizado à sociedade e aos órgãos competentes estaduais e federais, mostrando uma região que passou por um crescimento populacional rápido e expressivo, sustentando densidades demográficas elevadas e fluxos excepcionais de população nos períodos de verão. As atividades econômicas que dão vida à região geraram uma série de impactos negativos, alterando sobremaneira o meio ambiente do estado. As edificações construídas modificaram a paisagem e criaram problemas graves, como a ocupação em manguezais, praias, dunas, orlas, margens de rios e lagoas, e em encostas de alta declividade. Nestes últimos casos, verificaram-se desmatamentos e o conseqüente aumento dos riscos de erosão e de deslizamentos de terras nos morros. Este tipo de ocupação contribuiu para a ocorrência de enchentes, agravadas pelos freqüentes aterros em ecossistemas extremamente vulneráveis, tais como manguezais, restingas e dunas.
 

Barra Velha: a construção de estruturas sólidas, como prédios e vias de circulação, altera a dinâmica marinha, com a aceleração de processos erosivos e prejuízos para os cidadãos e o poder público.Crédito: IBGE, 1998

 
     O diagnóstico ressaltou ainda que o turismo foi a atividade que mais impacto provocou no litoral, embora seja uma atividade que somente atrai turistas no auge dos meses de verão, cria conflitos, e provoca danos ambientais com riscos de irreversibilidade. As administrações municipais, na tentativa de solucionar problemas de habitação, geram também fortes impactos ambientais, ao construir novas habitações populares em áreas que, por suas características naturais, deveriam permanecer sem esse tipo de ocupação.
 

Barra Velha: construção na retropraia, alterando a dinâmica do ecosistema. Crédito: IBGE, 1998

 
     Sem dúvida, o litoral de Santa Catarina, a exemplo de outras áreas litorâneas, abrange áreas com alta vulnerabilidade, devido às suas características físicas, topográficas e climáticas que, no entanto, o processo desordenado de ocupação humana – sem planejamento, e com baixo grau de fiscalização do poder público – tratou de acentuar. O diagnóstico elaborado registrou, com muita propriedade, verdadeiras aberrações na indistinta ocupação de espaços que, por suas características naturais, deveriam ter sido poupados da frenética especulação imobiliária que, naquela época, já assolava a extensa faixa costeira de Santa Catarina. Essas formas de ocupação sem a devida precaução foram registradas pelo referido diagnóstico em diversos pontos do litoral: Palhoça, Itapema, Itajaí e Barra Vela fornecem vários exemplos desta problemática.
 

Praia do Sonho, em Palhoça: ocupação irregular em ambiente frágil de dunas;
tentativas individuais de evitar o soterramento das construções, pelo deslocamento das dunas. Crédito: IBGE, 1998

 
     Acredita-se que, neste momento em que foi lançado um alerta quanto ao aumento da freqüência de eventos climáticos extremos, provocados pelo aquecimento global, abre-se uma oportunidade para que todos os segmentos sociais que atuam no país, interferindo diretamente no meio ambiente, repensem suas práticas sobre o uso do espaço e procurem compreender a legislação existente – mesmo com seu aparente exagero –, buscando compatibilizar as atividades implantadas e suas respectivas construções com os recursos naturais e os ecossistemas.
 

Itapema: a falta de fiscalização favorece o uso inadequado do solo urbano, com ocupações desrespeitando o recuo em relação à linha de praia, e a perda da beleza cênica. Crédito: IBGE, 1998

 
    Cabe citar Engels, no seu belíssimo texto escrito em 1875: "o animal apenas utiliza a Natureza, nela produzindo modificações somente por sua presença; o homem a submete, pondo-a a serviço de seus fins determinados, imprimindo-lhe as modificações que julga necessárias, isto é domina a Natureza". Mas não nos regozijemos demasiadamente em face dessas vitórias humanas sobre a Natureza. A cada uma dessas vitórias, ela exerce a sua vingança. Cada uma delas, na verdade, produz, em primeiro lugar, certas conseqüências com que podemos contar, mas, em segundo e terceiro lugares, produz outras, muito diferentes e não previstas, que quase sempre anulam essas primeiras conseqüências.
 

Praia do Meio, em Itapema: privatização da orla, com perda da beleza cênica e o comprometimento do acesso à praia. Crédito: IBGE, 1998

 
     Esperemos que a catástrofe que assombrou Santa Catarina, estado que se destaca pelo equilíbrio, harmonia e beleza, mobilize a todos no país, num grande ato de solidariedade humana e de compaixão, e renove o desejo de se encontrar uma nova ordem e consideração na construção de edificações, especialmente nos espaços urbanos, pautada pelas idéias de sustentabilidade, segurança para os cidadãos, e amor à Natureza.
 

Bairro Covanca, em Florianópolis: processo de favelização, edificações em encostas, aceleração de processos erosivos, formação de voçorocas e lixo espalhado. Crédito: IBGE, 1998

 
Autora: Tereza Coni Aguiar - Portal do Meio Ambiente
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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