Segundo Greenpeace, eles invadiram sistema de controle de extração. Com isso, fraudaram registros que autorizam transporte de madeiras. A organização não-governamental Greenpeace deu recentemente um alerta para o que classificou de "ciberdesmatamento". Trata-se da ação de hackers que, a serviço de 107 madeireiras e carvoarias, teriam invadido o sistema de controle da extração do Pará, conseguindo assim fraudar registros que autorizam o transporte das madeiras. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) no Pará, foram desviados 1,7 milhão de metros cúbicos de madeira -- quantidade equivalente a 71 mil caminhões do tipo mais utilizado no transporte ilegal de toras carregados. O MPF quer que os acusados paguem mais de R$ 2 bilhões para compensar os danos.
Montagem divulgada pela ONG ambientalista mostra ligação entre crimes virtuais e desmatamento ilegal. (Foto: Divulgação/Greenpeace) O esquema, diz o Greenpeace, consistia na alteração de dados de sistemas on-line que monitoram a quantidade de madeira comercializada no Pará -- as madeireiras que usam as florestas para produção de madeira e de carvão só podem extrair uma certa quantidade por ano. Com as alterações feitas indevidamente nos sistemas, os hackers conseguiam falsificar os registros on-line que fazem o controle, aumentando assim a quantidade de madeira permitida para comercialização. Na Amazônia, esse controle é feito por dois sistemas eletrônicos: o Documento de Origem Florestal (DOF) do Governo Federal e o Sisflora, gerenciado pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará. As investigações sobre o caso tiveram início em abril de 2007 e resultaram na prisão de 30 chefes de quadrilha alguns meses depois. As escutas telefônicas registraram conversas entre madeireiras, os mentores do esquema e os hackers, que invadiram os sistemas para alterar informações. O homem que fez a conexão entre os piratas e os madeireiros está preso, enquanto as demais aguardam o processo em liberdade. "Isso é só a ponta do iceberg, pois os sistemas adotados pelos estados e pelo Governo Federal não são seguros. Além disso, a quantidade de auditores não é suficiente para monitorar e evitar fraudes ", disse André Muggiati, da campanha da Amazônia do Greenpeace. "Ao invadir o sistema, essas empresas transformam seus carregamentos ilegais em madeira legal, como se viesse de planos de manejo florestal. Na realidade, eles estão comercializando madeira de desmatamento ilegal." Fonte: G1 Postado por Wilson Junior Weschenfelder |
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