quarta-feira, 7 de maio de 2008

Aquecimento global aumenta violência de ciclones

 

     Os especialistas em climatologia permanecem divididos sobre as ligações entre aquecimento global e ciclone, cujo número se mantém estável mas com intensidade que parece aumentar, como mostram os danos provocados pelo Nargis em Mianmar.

     "Temos em média 80 tempestades tropicais ou ciclones a cada ano no mundo, e não observamos qualquer aumento deste número", declarou Frédéric Nathan, da agência Meteo-France.

     No norte do Oceano Índico, estes fenômenos são registrados em média cinco vezes por ano, acrescentou. "Porém, temos constatado nos últimos 30 anos um aumento do número de ciclones de categorias 4 e 5 acompanhados de ventos de mais de 200 km/h", prosseguiu Nathan.

 

Mianmar: Homem passa de bicicleta em frente a casa destruída em Yangon (foto: Reuters)

 

     De acordo com o Instituto de Tecnologia de Georgia, em Atlanta, os ciclones de categorias 4 e 5 foram praticamente multiplicados por dois entre os anos 70 e os anos de 1990 a 2004, passando de 50 a 90.

     O professor Kerry Emmanuel, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), também afirmou que a potência dos ciclones tropicais foi quase duplicada desde os anos 50.

     Segundo o útimo relatório do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 2007, "pode-se esperar não um maior número de ciclones, mas ciclones de maior intensidade", afirmou Hervé Le Treut, diretor de pesquisa no Centro Nacional de Pesquisa Científica francês (CNRS).

     Entretanto, o pesquisador emitiu uma reserva, destacando que os estudos sobre os quais se baseiam estas observações são mais numerosoas no Atlântico do que no oceano Índico.

 

Mianmar: Nasa dos dias 15 de abril (acima) e 5 de maio mostram os efeitos da passagem do ciclone Nargis (foto: Nasa/AP)

 

     "Só poderemos afirmar isso no longo prazo. O clima é subordinado a leis estatísticas definidas nos últimos 30 anos, aproximadamente. Não temos sistemas de observação e gravações completas ou perfeitas sobre todos os oceanos do mundo, e carecemos de informações precisas sobre o que aconteceu antes da era do satélite", explicou.

     A comunidade científica segue muito dividida. "O problema é que os dados que temos sobre os 30 últimos anos não são confiáveis o suficiente para que possamos deduzir uma tendência local", concordou Adam Lea, do Benfield University College de Londres. "Continua sendo muito difícil prever o futuro", afirmou.

 

Fonte: AFP - Terra Notícias

Postado por Wilson Junior Weschenfelder

 



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