sábado, 23 de junho de 2007

Gore: Luta contra mudança climática é tão importante quanto antiterrorismo

     O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore declarou hoje em Barcelona que a luta contra a mudança climática é tão importante quanto combater o terrorismo e propôs que o dinheiro gasto na Guerra do Iraque seja empregado na defesa do meio ambiente.
     "O terrorismo não é a única ameaça. Caso uma parte da Groenlândia se derreta, os efeitos sobre Manhattan seriam muito piores do que o atentado de 11 de setembro de 2001", afirmou o ex-vice-presidente democrata, enquanto mostrava um gráfico de como as águas invadiriam Nova York.
      Para Gore, "lutar contra a mudança política não é só uma questão política, é uma questão moral". Segundo ele, o ser humano está diante de uma verdadeira grande guerra.
     "Nossa civilização contra a Terra", acrescentou.
     "Não é uma questão política. É uma questão ética. É moral. Se permitirmos isto, o dano ao planeta será tão grande que destruiremos cegamente nossa civilização e o futuro de nossos filhos. Temos de mudar", afirmou o autor do documentário "Uma Verdade Inconveniente".
     "Estamos queimando combustíveis fósseis a um ritmo que fará com que, em menos de 45 anos, os níveis de CO2 dobrem, o que, segundo a comunidade científica do mundo, seria uma catástrofe", disse.
     Al Gore participou do I Encontro Internacional de Amigos das Árvores, que terminou hoje em Barcelona e que promove a iniciativa de plantar 100 milhões de árvores na Espanha para frear a desertificação.
     "Plantar árvores não é a única solução, mas é parte da saída para a crise climática", disse o político americano ao apoiar a iniciativa espanhola.
     Gore destacou a atual situação de diferentes geleiras, além de casos como as neves do Kilimanjaro e as coberturas árticas, que estão desaparecendo por causa do aquecimento global.
     A crise ambiental leva "ao desaparecimento de enormes massas de gelo do Himalaia, o que poderia ameaçar rios como o Ganges ou o Amarelo. A cordilheira é fonte de recursos para 40% da população do mundo", afirmou o ex-candidato democrata à Casa Branca.
     Na opinião de Gore, "não se pode falar de ciclo, como fazem alguns céticos, já que temos nesta época os níveis mais altos de CO2 dos últimos mil anos".
     Em sua extensa palestra, defendeu uma ação conjunta para conter a mudança climática.
     "Os dez anos mais quentes estiveram entre os últimos 14 e no mesmo tempo se aqueceram também as águas dos oceanos. Tudo isto, segundo alguns cientistas, provoca fenômenos extremos como ciclones, furacões ou tornados, que aumentaram sua potência em 50% por causa do aquecimento global", segundo o ex-vice-presidente.
     "Depois do Katrina em Nova Orleans, quase 150 mil cidadãos não puderam voltar a suas casas, e me envergonho de como esta crise foi administrada. Muitos pensam que com o Katrina começou o período das conseqüências do aquecimento global", afirmou.
     "Não podemos falar de colonizar outros planetas quando somos incapazes de esvaziar Nova Orleans", ironizou Gore em sua conferência.
Para o ambientalista, só será possível lutar contra a destruição em escala global se os Estados Unidos assinarem o Protocolo de Kyoto e houver uma ação internacional contra o aquecimento do planeta.
     As companhias de seguros perderam juntas US$ 1 bilhão pelos desastres naturais e, após afirmar isto, Gore destacou as regiões que correm mais perigo, entre elas a África e a Amazônia.
 
Autor: EFE
 
Nota do BioWilson: Lembremo-nos que as terras da Amazônia são quase ao nível do mar e, com o seu aumento, inundaria a floresta. Claro que a Floresta Amazônica é adaptada para ficar um bom tempo sob a água, mas isso é alguns meses por ano. Com o aumento do nível do mar a floresta sucumbiria pelo excesso de água e pela salinização, conseqüentemente, a descomposição dessa biomassa liberaria mais gases do efeito estufa e aceleraria mais rapidamente os processos de alteração do clima.


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