segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Defesa do tabagismo em lugares públicos é estapafúrdia, diz médico

Colunista do G1 critica posicionamento do presidente Lula.
Danos humanos e econômicos do fumo passivo são inquestionáveis.
 
     A decisão de fumar ou não é exercício do livre arbítrio e, portanto, direito de cada um. Mas ignorar os malefícios do tabagismo passivo e fazer campanha contra as regras que visam a proteger a saúde pública é prova de desinformação. Por conta disso, a defesa do ato de fumar em qualquer lugar feita pelo Presidente da República merece a desaprovação de todos.
 

Uma das diversas imagens da campanha do Ministério da Saúde

 
     Acredito que a morte de pelo menos 2.655 brasileiros não–fumantes, a cada ano (sete por dia), vítimas do tabagismo passivo, deva interessar ao presidente. Esses dados foram obtidos em pesquisa realizada pelo Instituto Nacional do Câncer, com indivíduos de mais de 35 anos, que nunca fumaram e eram expostos involuntariamente à fumaça de cigarro.
     As mortes computadas nesse estudo só dizem respeito às três principais causas de mortes relacionadas ao fumo passivo, o que pode tornar a contagem real mais impressionante. Sempre existem aqueles que propõem argumentos pseudo-econômicos para discutir as proibições do uso do fumo em locais públicos.
 
     Custo alto
     O tabagismo custa ao Brasil, segundo pesquisa da Fiocruz, somente com hospitalizações e quimioterapia no Sistema Único de Saúde, mais de R$ 330 milhões por ano.
     Outro argumento muito utilizado pelos defensores da fumaça do cigarro é de que as medidas restritivas podem gerar perda econômica e desemprego. Até o momento as estatísticas internacionais, obtidas em cidades que estabeleceram medidas restritivas ao fumo em locais públicos, contrariamente ao que se dizia, mostraram expansão de clientela e maior geração de renda.
 

Há o impacto social do tabagismo que o Presidente não vê

 
     Nem mesmo o famoso "Homem de Malboro", que emprestou sua imagem à indústria do tabaco, escapou dos males do cigarro. Na verdade, dois atores que protagonizaram as campanhas publicitárias morreram de tumores malignos de pulmão. A família de um deles, David McClean, falecido em 1995, acionou judicialmente a Phillip Morris pelo uso freqüente dos cigarros nas gravações. Portanto, quando alguém quiser falar de tabagismo deve se informar corretamente primeiro e não simplesmente defender o que acredita ser um direito seu, que na verdade custa muito caro aos cofres públicos e à saúde do país.
 
Autor: Luis Fernando Correia - G1
Postado e adaptado por Wilson Junior Weschenfelder


Novos endereços, o Yahoo! que você conhece. Crie um email novo com a sua cara @ymail.com ou @rocketmail.com.

Nenhum comentário: