sexta-feira, 11 de julho de 2008

Um terço dos corais corre risco de extinção, afirma levantamento

Principal vilão do problema é aquecimento global, seguido pela pesca predatória. Pesquisadores querem incluir espécies em lista oficial de animais ameaçados.

     Os corais também sofrem com o estresse, devido a fatores como a mudança climática e a poluição, o que já coloca um terço desses construtores de recifes em risco de extinção. Essa é a principal conclusão do primeiro grande estudo mundial sobre o estado de conservação dos corais, uma iniciativa conjunta das ONGs União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e Conservação Internacional (CI), realizada a fim de incluir estas espécies marinhas na lista de espécies ameaçadas.

     Os recifes de coral, que levam milhões de anos para serem construídos, abrigam mais de 25% das espécies marinhas. Os corais produzem os recifes nas águas pouco profundas tropicais e subtropicais, e são extremamente sensíveis às mudanças registrados em seu entorno.

Divulgação

Corais da espécie Acropora muricata, nativos da Grande Barreira de Corais da Austrália, sofrem com feridas provocadas por moluscos predadores que devoram seus tecidos (Foto: Cathie Page/Divulgação)

     O estudo mostra que as principais ameaças que afetam os corais são a mudança climática e problemas locais como a pesca destrutiva, assim como a qualidade da água afetada pela poluição e pela degradação dos habitats litorâneos. A alta das temperaturas pela mudanças climática leva ao branqueamento dos corais, um resultado de sua resposta ao estresse e que lhe torna mais frágil frente às doenças. Os pesquisadores predizem, além disso, que a acidificação dos oceanos representa uma nova ameaça grave para os recifes de coral.

     Acidez em alta

     Dado que as águas absorvem quantidades crescentes de dióxido de carbono da atmosfera, sua acidez aumenta, o que tem um grande impacto na capacidade dos corais de construir seu esqueleto, que é a base dos recifes. Por isso, os 39 cientistas que efetuaram o estudo concordam que a alta das temperaturas na superfície das águas segue provocando o branqueamento dos corais e doenças, o que pode levar muitas destas espécies a não ter tempo de se reconstituir.

Foto: Sterling Zumbrunn/CI

Peixe e coral clicados em Raja Ampat, na Indonésia (Foto: Sterling Zumbrunn/CI)

     "Esses resultados mostram que os corais construtores de recifes correm maior risco de extinção, como grupo, que todos os grupos terrestres, exceto os anfíbios, e que são os mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática", comentou Roger McManus, vice-presidente da CI para programas marinhos.

     O principal autor do artigo publicado hoje na revista "Science", Kent Carpenter, lembra que "quando os corais morrem, os outros animais e plantas que dependem dos recifes de coral para sua alimentação e sua proteção também desaparecem, o que pode causar a destruição de todo um ecossistema". Os resultados da avaliação serão inscritos na lista de espécies ameaçadas da IUCN em outubro deste ano.

Fonte: EFE - G1

Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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