quarta-feira, 12 de março de 2008

Reduzir gases do efeito estufa no Brasil custaria US$ 3,4 bilhões

Governo precisaria gastar US$ 0,70 por tonelada de dióxido de carbono.
Trabalho será apresentado na Câmara dos Deputados.

 
     O custo total nos próximos dez anos para reduzir a quase zero as emissões de gases do efeito estufa na Amazônia brasileira seria de US$ 3,4 bilhões. O cálculo será apresentado nesta quarta-feira (12), durante o café da manhã da Frente Parlamentar Ambientalista, na Câmara dos Deputados, em Brasília. O estudo foi coordenado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), com a colaboração da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do instituto americano The Woods Hole Research Center (WHRC). As idéias centrais do trabalho já haviam sido discutidas na Conferência de Bali sobre Mudança Climática, em dezembro.
 
Queimadas constantes na Amazônia por ação de fazendeiros (fonte da imagem)
 
     O relatório propõe investimentos na preservação da floresta, em benefícios para os povos tradicionais da Amazônia e na compensação aos fazendeiros que optarem por não desmatar. As ações garantiriam redução na emissão de gás carbônico (CO2) de 5 bilhões de toneladas. O custo seria, portanto, de US$ 0,70 por tonelada de CO2.
     Para o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, órgão do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Azevedo, o valor está subestimado: "Segundo os cálculos do ministério, o custo para diminuir gradativamente as emissões e zerá-las em um período de dez anos seria de, aproximadamente, US$ 2 bilhões por ano."
     O coordenador de pesquisa do Ipam e um dos autores do estudo, Paulo Moutinho, aponta que quase todas as estimativas desconsideram o investimento que já foi feito pelo governo e pela sociedade na criação de unidades de conservação, na demarcação de terras indígenas e na formulação da legislação específica. "O objetivo do estudo é exatamente esse: mostrar que a questão econômica não é o principal impedimento às ações para a redução das emissões. O mais importante é vontade política", afirma.
 
Indústrias também emitem boa parte do CO2 na atmosfera (fonte da imagem)
 
     O trabalho propõe a criação de três fundos que seriam abastecidos pelo programa de redução de emissões. O primeiro beneficiaria as comunidades tradicionais que vivem da floresta. Pagaria o equivalente a meio salário mínimo todos os meses para até 200 mil famílias que vivem em reservas indígenas, extrativistas e de desenvolvimento sustentável. O segundo serviria para compensar integralmente proprietários de terra em situação legal que optem por renunciar ao direito de desmatar. O terceiro financiaria as ações de fiscalização por parte do governo federal e dos Estados.
 
Fonte: Agência Estado - G1
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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