O cenário das chuvas, principalmente para o Sudeste do Brasil, preocupa. Esta é a análise dos meteorologistas do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), órgão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que estima 2008 como um dos anos mais quentes. A anomalia climática La Niña, indicada por um resfriamento nas águas equatoriais do Oceano Pacífico, atingiu o ápice em dezembro e deverá entrar em declínio nos próximos meses, amenizando a estiagem no Sul do País.
O meteorologista do Cptec, Lincoln Muniz, tem acompanhado diariamente os baixos índices pluviométricos sobre boa parte do território nacional. As chuvas que deveriam começar a partir de outubro aconteceram abaixo da média histórica e para agravar ainda mais o quadro, a estiagem tem tomado conta do clima desde novembro até o momento. Esse padrão só foi rompido no último fim-de-semana, quando uma frente fria subiu da região Sul e chegou até o Sudeste trazendo chuva e nebulosidade.
"O Sudeste é uma região muito difícil de fazer previsões, esse baixo índice de chuvas ocorreu também em fevereiro do ano passado", analisa. "A componente climatológica do La Niña não influencia essa parte do Brasil, ela é mais presente no Sul e no Nordeste. O índice pluviométrico está bem fora da curva dos padrões históricos. O quadro é preocupante."
Mesmo com a chegada do ponto máximo de atividade do La Niña, que esfriou nos últimos dias de menos -0,5ºC até -3ºC a Temperatura da Superfície do Mar (TSM), a anomalia continuará a bloquear a entrada de frentes frias carregadas com ar úmido vindas da região polar em direção ao continente.
Efeito tampão
O La Niña provoca o efeito tampão, criando uma imensa massa de ar seco estacionada sobre a área que envolve parte da Argentina, Uruguai e Rio Grande Sul. A conseqüência é o desvio para o oceano dos sistemas capazes de provocar chuvas.
O La Niña provoca o efeito tampão, criando uma imensa massa de ar seco estacionada sobre a área que envolve parte da Argentina, Uruguai e Rio Grande Sul. A conseqüência é o desvio para o oceano dos sistemas capazes de provocar chuvas.
No Sudeste brasileiro houve durante novembro e dezembro um bloqueio continental, formado por um bolsão de ar quente e seco, que ganhou força com o passar dos dias. Esse sistema, denominado centro de alta pressão, além de evitar a formação de nuvens de chuvas impediu a passagem de frentes frias em direção ao Nordeste, também causando a estiagem a essa porção do país, contrariando uma tendência do La Niña de levar chuva ao semi-árido.
"O prognóstico é termos chuvas abaixo da média para o Sul e Sudeste, com um agravamento na estiagem no norte de Minas Gerais e sul da Bahia entre fevereiro e março, mas as previsões para o Sudeste são muito difíceis de serem feitas", ressaltou o cientista.
Fonte: Júlio Ottoboni - JB Online - Terra Notícias
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