quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Estudo: desmatamento na Amazônia pode aumentar

     O desmatamento da Amazônia aumentará nos próximos anos a menos que os Governos cujos territórios abranjam a floresta ofereçam incentivos econômicos para a preservação do meio ambiente e reformulem seus projetos de integração regional, alertou hoje um relatório do cientista Tim Killeen.
     O trabalho de 109 páginas, elaborado pelo pesquisador do Centro para Ciência de Biodiversidade Aplicada (CABS), ocorre em um momento em que o Governo brasileiro trabalha com novas idéias para o desenvolvimento sustentável da região.
 
Desmatamento também causa a morte de peixes.
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     "O desmatamento da Amazônia está ocorrendo não porque haja gente ruim que quer prejudicar o meio ambiente, mas porque o desmatamento gera riqueza. As pessoas desmatam porque querem gerar renda e para muitos é a única maneira de obter dinheiro, mas isso tem que mudar", afirmou Killeen. O pesquisador indicou que é possível "criar incentivos para que as pessoas mudem sua forma de agir e como interagem com os mercados.
     Tem que haver uma mudança no paradigma de desenvolvimento, e podemos começar por aí". "É preciso premiar os esforços de preservação através de incentivos, como créditos tributários e acesso ao crédito", disse. Segundo ele, os Governos também devem promover melhoras em sua forma de lidar com a floresta, projetos de piscicultura e "novos sistemas de produção que não estejam ligados ao desmatamento".
 
Corte ilegal de madeira muitas vezes tem apoio público
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     Killeen também acredita que o setor privado pode ter um papel importante na preservação da Amazônia, "porque, por exemplo, há uma tremenda oportunidade de gerar renda através do armazenamento de carbono". No relatório "Uma tempestade perfeita na Amazônia: Desenvolvimento e conservação no contexto da Iniciativa para a Integração da Infra-estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA)", apresentado hoje em Washington, Killeen analisa o impacto deste projeto na biodiversidade e nas comunidades da região.
     O objetivo do projeto, que reúne os países da América do Sul, é conseguir a integração do continente através da construção de 300 estradas, pontes, hidroelétricas, gasodutos e outras obras de infra-estrutura, ou com projetos como o Gasoduto do Sul, que liga Venezuela à Argentina. "Se não for previsto o impacto total dos investimentos da IIRSA, será desencadeada uma combinação de forças que gerarão uma tempestade perfeita de destruição ambiental", advertiu o relatório.
 
Desmatamento consome a floresta
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     De acordo com Killeen, a IIRSA foi idealizada sem prestar a devida atenção a seus possíveis impactos ambientais e sociais na Amazônia. Ele alertou que, sem as mudanças necessárias, a iniciativa pode intensificar os fatores de risco para a sobrevivência da Amazônia, entre eles a mudança climática, a exploração madeireira e a poda de florestas para o cultivo da terra.
 
Fonte: EFE - Terra Notícias


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