O gelo do Ártico diminuiu neste ano para o menor nível registrado desde o início das medições por satélite, na década de 1970, mantendo a tendência provocada pelo aquecimento global - inclusive com causas humanas -, disseram cientistas na segunda-feira.
A redução foi tamanha que a chamada Passagem Noroeste, normalmente coberta de gelo, foi aberta pela primeira vez desde que se tem lembrança, permitindo que barcos navegassem por essa rota do Atlântico para o Pacifico e vice-versa, segundo pesquisadores.
A redução foi tamanha que a chamada Passagem Noroeste, normalmente coberta de gelo, foi aberta pela primeira vez desde que se tem lembrança, permitindo que barcos navegassem por essa rota do Atlântico para o Pacifico e vice-versa, segundo pesquisadores.
O Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo dos EUA, ligado à Universidade do Colorado, em Boulder, costuma medir o gelo do Ártico durante o degelo anual, entre março e setembro.
Imagem comparada mostra a camada de gelo em setembro de 2005 e setembro de 2007
A extensão média em setembro, auge do degelo, caiu para 4,28 milhões de quilômetros quadrados, superando em quase um quarto o recorde negativo anterior, estabelecido dois anos antes, segundo os pesquisadores.
"No geral, houve uma tendência de queda aguda e significativa desde que começamos a receber bons dados de satélites, a partir de 1979", disse por telefone Walt Meier, um dos pesquisadores envolvidos.
"Pegamos agora os números finais para este setembro, e é um recorde negativo realmente dramático. Não só quebrou o recorde, esmagou o recorde. Este ano simplesmente obliterou todo o resto."
No mês passado, a extensão do gelo no Ártico era 39% inferior à média de longo prazo entre 1979 e 2000, segundo os cientistas. Paralelamente, um estudo liderado pela Nasa documentou uma perda de 23% na cobertura permanente de gelo do Ártico ao longo dos últimos dois invernos.
A redução do gelo perene no inverno é uma das principais causas do recuo tão rápido do verão passado e, consequentemente, do recorde negativo de cobertura de gelo na região. As conclusões dos cientistas foram publicadas na revista Geophysical Research Letters.
Meier disse que não será surpreendente se nos próximos 25 anos - bem antes que o previsto, portanto - o Ártico não tenha mais gelo durante o verão. "Não acho que a gente chegasse a esse tipo de situação se não houvesse temperaturas se aquecendo", disse Meier, citando as emissões humanas de dióxido de carbono e de outros gases do efeito estufa como causas.
Fonte: Reuters - Terra Notícias
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