sábado, 18 de julho de 2009

Devemos parar de construir casas e prédios no litoral?


     Permanece um mistério que, diante das evidências do aquecimento global e da inevitável elevação do nível do mar, o mercado imobiliário continue valorizando lançamentos bem na beira do mar. No início do mês, a revista científica britânica New Scientist, uma das mais respeitadas do mundo, fez um apelo para que não se construa mais nada na região costeira. No texto editorial de abertura da revista, os editores dizem que é hora suspender todos os projetos de imóveis e infra-estrutura no litoral que não levem em conta o potencial de elevação do nível dos mares.



     Três fatos chave sobre a elevação do nível dos mares precisam ficar mais claros, segundo os editores da revista: "o aumento do nível do mar é inevitável, vai acontecer mais rápido do que a maioria de nós imagina e vai durar muito tempo". Mesmo que as emissões de gases poluentes seja interrompida hoje, os oceanos continuarão se expandindo e ganhando água das geleiras derretidas por pelo menos dois séculos, graças ao efeito do que já foi lançado na atmosfera. O consenso entre os cientistas é que as previsões do IPCC, o painel da ONU, estão ultrapassadas. O mar deve subir de 1 a 2 metros até 2100. Há o risco (pequeno) de que seja até mais. E não vai parar por aí. Nos séculos seguintes, o mar continuará subindo, até chegar a algo como 10 a 25 metros acima de hoje.


Praia de Boa Viagem em Recife, Pernanbuco

     Para algumas ilhas e regiões baixas, como a Holanda, Flórida e Bangladesh, mesmo um pequeno aumento do mar, de menos de um metro, já é catastrófico. Outros países terão problemas com as cidades litorâneas. Grandes obras de engenharia serão necessárias para reduzir os danos em cidades como Londres, Nova York, Sydney, Tóquio, Rio de Janeiro Salvador. Não dá mais para mudar essas cidades do lugar. Mas, se queremos construir uma herança duradoura para nossos descendentes, precisamos construir nos terrenos que não estão ameaçados pelo mar, escreve a revista.
     Se os editores da New Scientist (e alguns dos principais centros de pesquisa do mundo) estiverem certos, pode ser melhor você repensar aquele projeto de comprar uma casa na praia. Inclusive porque, bem antes de as ressacas começarem a chegar nos imóveis à beira mar, as belas faixas de areia de algumas praias famosas e valorizadas hoje já terão desaparecido.


Praia de Tramandaí no Rio Grande do Sul (foto: Sonia Brusius)

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta
Postado e adaptado Wilson Junior Weschenfelder


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