quarta-feira, 29 de julho de 2009

Antártida contribui menos para a elevação do nível do mar


O derretimento do manto de gelo da Antártida Ocidental pode ser menos grave que se supunha e, consequentemente, o nível dos oceanos pode subir menos que o previsto


     Uma nova estimativa põe o aumento máximo do nível dos oceanos, causado pelo colapso do manto de gelo da Antártida Ocidental, na marca de 3,2 metros e não mais de 5 metros, como se acreditava.
     A pesquisa mais recente indica que essa enorme camada de gelo não deve desaparecer completamente, provocando danos menores ao degelar. O glaciologista Jonathan Bamber, da University of Bristol, na Inglaterra, e seus colegas fizeram um modelo do colapso do manto de gelo com base na possibilidade de uma determinada seção desaparecer completamente.


Cortesia de J. Bamber, University of Bristol

     O trabalho sugere que somente irão desmoronar partes do manto de gelo que estão abaixo do nível do mar ou em encostas descendentes. Permanecerão no lugar as partes do manto localizadas acima do nível do mar ou em leitos rochosos inclinados para cima.
     Se essa teoria se confirmar, o aumento máximo do nível do mar, no próximo século, seria de aproximadamente 81 centímetros, relataram os pesquisadores na Science.
     Esses resultados não se referem ao desaparecimento de camadas de gelo em outros locais. A geleira Chacaltaya, na Bolívia, por exemplo, já derreteu completamente. E a Groenlândia, que contem gelo suficiente para elevar o nível do mar em 7 metros, está encolhendo. Mudanças podem ocorrer rapidamente. Corais fósseis e outros registros mostram elevações históricas no nível do mar de mais de 2 metros em apenas 50 anos.
    Na Antártida Ocidental, o aquecimento mais rápido que o restante do continente e os efeitos gravitacionais provocados pelo desequilíbrio nas quantidades de gelo, que podem provocar mudanças na rotação da Terra, elevariam o nível do mar de São Paulo a Maceió em até uns 7 metros ─ os habitantes do litoral devem se preparar para um futuro bem pouco promissor.

Fonte: David Biello - Scientific American
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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