Mudanças climáticas, pesca e navegação comercial encabeçam a lista de ameaças ao oceano ao largo da Costa Oeste dos EUA. Ben Halpern, um ecologista marinho no Centro Nacional para Análise e Síntese Ecológicas (National Center for Ecological Analysis and Synthesis = NCEAS) na Universidade da Califórnia em Santa Barbara, declarou: "Cada ponto do oceano ao longo da Costa Oeste é afetado por entre 10 a 15 atividades humanas diferentes, anualmente". Os cientistas criaram um mapa que mostra as áreas oceânicas da Costa Oeste mais afetadas pelas atividades humanas… Em um estudo de dois anos para documentar as maneiras com que os humanos estão afetando o oceano nessa região, Halpern e seus colegas sobrepuseram dados sobre as localizações e a intensidade de 25 fontes de estresse ecológico, geradas por atividades humanas, que incluiam mudanças climáticas, navegação comercial e pesca recreativa, fontes de poluição com base em terra e atividades comerciais com base no oceano. Com as informações, eles produziram um mapa composto dos ecossistemas marinhos da Costa Oeste. O trabalho foi publicado online hoje na revista Conservation Letters e foi realizado no NCEAS. O NCEAS é financiado principalmente pela Divisão de Biologia Ambiental da NSF. Phillip Taylor, chefe de seção na Divisão de Ciências Oceânicas da NSF, disse: "Essa importante análise da geografia e da magnitude dos estressantes com base em terra deve auxiliar a focalizar a atenção nos pontos críticos onde são necessários um gerenciamento coordenado das terras e das atividades oceânicas". Os principais cientistas deste estudo conduziram uma análise similar em escala global, cujos resultados foram publicados no ano passado na Science. Refinando os métodos usados no estudo global e os aplicando em escala regional, os cientistas puderam avaliar quão bem os resultados previam a saúde do oceano em nível regional. Mapa de satelite da costa da Califórnia, uma das áreas da Costa Oeste mais afetadas pelas atividades humanas "Descobrimos dois resultados notáveis e inesperados nesta pesquisa", disse Halpern. "O gerenciamento do oceano precisa deixar de ser um gerenciamento de um único setor e passar a ser um gerenciamento compreensivo com base em ecossistemas, se queremos que ele seja eficaz na proteção e manutenção da saúde do oceano". "Igualmente, os resultados globais para essa região ficaram altamente correlacionados com os resultados regionais, o que sugere que os resultados globais podem fornecer um guia valioso para os esforços regionais por todo o mundo". Os resultados do estudo mostram que os pontos críticos de impacto cumulativo ficam nas áreas costeiras próximas a centros urbanos e bacias de drenagem altamente poluídas. A pesquisa foi um processo com quatro etapas. Na primeira, os cientistas recolheram informações para quantificar e comparar como as diferentes atividades humanas afetavam cada ecossistema marinho. Por exemplo, constatou-se que eflúvios de fertilizantes tinham um grande efeito sobre manguezais salgados, mas tinham um impacto muito menor sobre recifes rochosos. Então, os pesquisadores recolheram e processaram dados sobre ecossistemas marinhos e as influências humanas. A seguir, eles combinaram os dados dos dois primeiros passos para estabelecer "escores de impacto humano" para cada ponto ao longo da Costa Oeste. Finalmente, eles compararam os resultados regionais com os resultados globais para as mesmas áreas, tirados das análises anteriores. As populações de peixes da Costa Oeste dos EUA sofrem um grande impacto causado pelas atividades humanas. O biólogo e co-autor do artigo, Kim Selkoe, também do NCEAS, disse: "Comparar a versão global do mapa às versões em escala regional nos permite verificar onde eles se saem melhor". "A alta correlação é uma boa notícia para os gestores ambientais marinhos nas áreas do mundo que podem necessitar de mapas de impacto humano, mas não têm os recursos para realizar suas próprias análises". O estudo fornece informações críticas para a avaliação de onde certas atividades podem prosseguir com pouco efeito sobre o oceano e onde outras atividades podem ter que cessar ou serem deslocadas para áreas menos sensíveis, segundo Taylor. Na medida em que o gerenciamento e a consevação dos oceanos se volta na direção da criação de áreas marítimas de proteção ambiental, o gerenciamento com base em ecossistemas e o zoneamento oceânico para contrabalançar as influências das atividades humanas, tais informações podem se provar inestimáveis para os gestores e os responsáveis pelas políticas, afirma Halpern. "Os resultados são um toque de alerta", disse ele. "Nós estamos afetando significativamente os oceanos". Fonte: Artigo originalmente publicado no ScienceBlogs Brasil 'Chi vó, non pó' - EcoDebate Postado por Wilson Junior Weschenfelder |
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