quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Metade das espécies de bambu corre risco de extinção, diz ONU

Até metade das 1,2 mil espécies de bambu de tronco, incluindo a brasileira Guadua calderoniana, corre risco de extinção, segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado nesta terça-feira.
 
     O Brasil é o país com maior número de tipos de bambu da América Latina, com 134 espécies, o equivalente a 10% da diversidade mundial.
     "Se o país quer preservar as espécies, precisa tomar as medidas necessárias para preservar as florestas nas quais elas crescem", afirmou uma das autoras do relatório, Valerie Kapos, à BBC Brasil.
 

O bambu pode ser usado como material de construção

 
     Segundo a pesquisadora, algumas espécies são endêmicas do Brasil e, embora haja áreas praticamente dominadas pela planta, outras podem desaparecer por simplesmente não terem onde crescer.
     A principal ameaça ao bambu é o desmatamento. De acordo com o Pnuma, as 250 espécies mais ameaçadas estão confinadas a uma área de 2 mil km2.
     O relatório também destaca a importância da planta como fonte de alimento e abrigo para várias espécies. O caso mais grave é o do urso panda, que se alimenta exclusivamente de bambu, mas há outras espécies altamente dependentes da planta.
     "Cerca de 5% dos pássaros que vivem na Amazônia dependem do bambu para sobreviver e na Mata Atlântica 36 espécies são intimamente dependentes da planta", afirma a pesquisadora.
 
     Valor comercial
     Além da importância ecológica, o bambu tem um alto valor econômico, movimentando US$ 4,5 bilhões por ano – o equivalente ao gerado pelo comércio de bananas ou da carne bovina americana.
     Os diversos tipos da planta são usados para os mais variados fins, de material de construção e instrumentos musicais a palitos de fósforo.
     Segundo Valerie, esse potencial é pouco explorado no Brasil, em comparação com o uso que se faz da planta na China e na Índia, por exemplo, que cultivam o bambu.
     "Na Ásia, o bambu tem uma posição muito mais central na vida da população. Eles desenvolveram mais usos", diz a pesquisadora.
     O aumento do uso comercial poderia, segundo ela, atrair a atenção das autoridades brasileiras e das comunidades que vivem em áreas ricas em bambu para a necessidade de preservar o grupo de plantas.
 
Autora: Carolina Glycerio - BBC Brasil - Portal do Meio Ambiente
Postado por Wilson Junior Weschenfelder


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