sexta-feira, 4 de julho de 2008

O gelo no Pólo Norte acabará este ano?

     O Pólo Norte pode ficar sem gelo já este ano. É o que afirmam cada vez mais pesquisadores que acompanham a aceleração do degelo no Ártico. Mesmo que a calota de gelo flutuante não derreta toda até agosto, ela dificilmente sobreviverá aos verões dos próximos cinco anos.

     A extensão de gelo no Ártico no mês de junho se aproximou do recorde de derretimento do mesmo mês no ano passado. Em 2007, o gelo do Ártico teve o maior encolhimento desde que medições precisas são feitas, em 1979. O dado mais relevante deste ano é que, segundo indicações de satélites, o derretimento começou mais cedo do que no ano passado em vários pontos do Ártico.

O derretimento prematuro deste ano pode ser visto no gráfico abaixo. Ele mostra, por cores, quando o gelo começou a derreter em cada porção do Ártico nos últimos anos. O que começou a degelar em maio está em verde claro. No início de junho, em verde escuro. E o previsto para julho está em azul. Repare como o trecho em verde (que começou a derreter em maio) é maior em 2008.

     O recuo no gelo do Ártico pode abrir novos caminhos para navegação. Mas as conseqüências negativas superam os possíveis ganhos. Esqueça os ursos polares. O que está em jogo são nossas praias e nossas cidades litorâneas. A calota de gelo branco reflete 80% da luz e do calor solar. É um imenso guarda-sol na Terra. Na medida que o gelo claro vira água escura, a superfície passa a absorver 80% do calor. Com isso, o oceano esquenta mais rápido.

     A linha azul no gráfico abaixo pode determinar o futuro do Ártico, e de nossas praias. Ela indica quanto da superfície do Oceano Ártico tem pelo menos 15% de gelo. A linha é atualizada dia-a-dia pelo Centro Nacional de Gelo e Neve, dos EUA. Repare como a linha azul se aproxima da linha tracejada verde, que representa o recuo no gelo no verão do ano passado. A linha cinza mostra como o gelo se comportava em anos normais.

     O gelo flutuante do Ártico não vai afeta o nível do mar. Mas o aquecimento no Pólo Norte acelera o derretimento das geleiras da Groenlândia. Essas estão ancoradas na rocha. Na medida que se desprendem, passam a flutuar no oceano, e aí sim aumentam o nível do mar. Se metade da Groenlândia derreter, os oceanos sobem, em média, cerca de 6 metros. Ninguém imaginava que isso fosse ocorrer neste século. Mas o derretimento no Ártico está se acelerando muito além das piores previsões.

Autor: Alexandre Mansur - Blog do Planeta

Postado por Wilson Junior Weschenfelder



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