sábado, 17 de novembro de 2007

De denunciante a ré: Prenderam a defensora das araucárias

     Uma coalizão de 21 ONGs ambientalistas do Paraná está denunciando a prisão estranha de uma das maiores defensoras das araucárias do estado. Elma Romano, a ex-chefe do escritório do Instituto Ambiental do Paraná (IAP ), está presa há 16 dias em Curitiba. Ela é acusada de chefiar um esquema de venda de licenças ambientais ilegais para corte de araucárias. Mas a rede de ONGs que trabalha no estado acha estranha a acusação e a prisão de Elma. Segundo eles, Elma teria passado os últimos 30 anos enfrentando as grandes madeireiras, os fazendeiros e os políticos do estado ligados à devastação. Agora, estaria pagando o preço por isso.
 
imagem1263.jpg     Ambientalistas que conhecem o trabalho de Elma dizem que ela é vítima de perseguição política. Existem alguns pontos estranhos na história. Elma foi presa no dia 23 de outubro em uma operação da Polícia Civil do estado. Foi retirada do hospital psiquiátrico, onde estava internada por depressão. Os policiais a levaram sem autorização médica. Os madeireiros presos com ela receberam hábeas corpus em menos de 24 horas. Já Elma continua na prisão até hoje. A justificativa oficial para mantê-la presa é que ela poderia continuar assinando papéis no IAP. Um argumento estranho quando se considera que ela está afastada há meses.
     Em março de 2007, Elma enviou ao governador Roberto Requião (PMDB ) um e-mail em que denunciava o esquema de vendas ilegais de licenças ambientais, que tinham a participação de madeireiros e funcionários do IAP de Ponta Grossa. Logo depois, entregou o cargo. "Durante meses, resistiu, até que viu-se obrigada a entregar o cargo, por não ver caminhos viáveis para solucionar a situação", diz Clóvis Borges, da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, que publicou um artigo sobre o assunto. "Elma é vítima de um complô.
 
 
     O silêncio do governador do estado (Roberto Requião) dá o tom do grau de loucura presente nesta ocorrência. Ele teria todos os elementos para sair em defesa de Elma e está quieto. Não sei explicar isso a não ser a partir de uma análise de comportamento patológico que é a marca registrada deste governo", diz.
     Uma coalizão de 21 ONGs ambientais do Paraná divulgou uma nota repudiando a prisão de Elma.
 
Autor: Alexandre Mansur - Portal do Meio Ambiente
Nota do BioWilson: Contra a políticagem e a omissão assumida nos deparamos com fatos como esse, mas isso é somente uma parte do grande problema que é a forma que se trata as denúncias de crimes ambientais. Vemos órgãos ambientais municipais, estaduais, promotorias e demais órgãos fiscalizadores num dilema, multa-se quem?? O parceiro político ou o inimigo político, ou também, o que se está vendo, multa-se (e cala-se/prende-se) quem assume uma responsabilidade solidária com os demais seres vivos do planeta quando realiza a denúncia, que mesmo com a legislação ao seu favor, acaba sendo o "bode expiatório" na qual gera-se uma conspiração para para pulverizar as responsabilidade que no final sobra para a ponta mais fraca da corda.


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