Americanos estão barrando exportação de componentes essenciais para a linha Cbers.
Sondas têm uso civil, mas Estados Unidos alegam intenções militares chinesas.
Sondas têm uso civil, mas Estados Unidos alegam intenções militares chinesas.
Uma linha de satélites produzidos por uma parceria entre o Brasil e a China está sendo emperrada por barreiras de exportação impostas pelos Estados Unidos, informa o jornal "Folha de S.Paulo". Duas empresas brasileiras que produzem peças para os satélites 3 e 4 da linha Cbers (sigla inglesa de "Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres") não estão conseguindo trazer componentes cruciais dos EUA, porque os americanos se sentem ameaçados pelo crescimento da China na área espacial.
Foguete Longa Marcha-4B chinês se prepara para lançar o Cbers-2b (Foto: Inpe)
Os satélites Cbers (pronuncia-se "cibers") não poderiam ser mais pacíficos: seu objetivo é simplesmente obter imagens da Terra que possam ajudar no monitoramento ambiental, como o de destamatamento e queimadas. O problema, no entanto, é que o programa espacial chinês também tem objetivos militares, o que dá aos Estados Unidos um argumento para barrar a saída de tecnologias americanas para o projeto sino-brasileiro. Eles alegam que os chineses poderiam usá-las também para fins bélicos.
A vertente brasileira do projeto Cbers, que já lançou três satélites produzidos em parceria com a China, está sendo coordenada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Como é de praxe em projetos desse tipo, o Inpe passou a um grupo de empresas nacionais a responsabilidade de fabricar peças dos satélites. Duas delas, a Mectron, com sede em São José dos Campos (SP), e a Opto, de São Carlos (SP), não conseguiram comprar equipamentos americanos recentemente.
Fonte da Imagem: http://www.geog.ucsb.edu/~jeff/115a/history/eosam1scan.jpg
No caso da Opto, responsável pela câmera do Cbers-3, houve o cancelamento de um contrato de US$ 45 mil com a empresa californiana IR. O componente em questão, um conversor de corrente, chegou a ser pago, mas não pôde embarcar para o Brasil. "O departamento jurídico [da IR] disse ao nosso contato lá que, se ele exportasse, poderia pegar nove anos de cadeia e multa de US$ 1 milhão", afirmou ao jornal paulistano Mario Stefani, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Opto. Com isso, houve um atraso de seis meses no projeto, apesar da devolução do dinheiro aos brasileiros.
Para tentar evitar atrasos maiores no Cbers-3, o Inpe está buscando fornecedores alternativos, principalmente na Europa. Em artigo, o diretor do instituto, Gilberto Câmara, disse esperar que as regras americanas de exportação de produtos de tecnologia sensível sejam relaxadas diante do caráter civil do Cbers. A Embaixa dos EUA, no entanto, diz que as leis sobre uso dual (civil e militar) já existem há muito tempo, e que elas não impediriam a cooperação científica.
Fonte: G1
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