Um surto em um país pode ser levado em algumas horas a outro.
Perigo é real e vai aumentar nos próximos anos, diz OMS.
Perigo é real e vai aumentar nos próximos anos, diz OMS.
A prioridade em matéria de saúde para este século é evitar a propagação de doenças infecciosas entre países para evitar pandemias mundiais, segundo o relatório de 2007 da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado nesta quarta-feira (22).
No texto, a OMS lembra que as companhias aéreas transportam mais de 2 bilhões de passageiros anualmente, "proporcionando, assim, as oportunidades para os agentes infecciosos e seus vetores se propagarem rapidamente de um país a outro".
"Um surto ou uma epidemia em certo lugar do mundo pode se transformar, em apenas algumas horas, em uma ameaça iminente em qualquer outro ponto do planeta", acrescenta o relatório.
A OMS não só considera que as ameaças existem, mas acredita que vão crescer, já que, de acordo com o documento, "estão surgindo novas doenças em um ritmo sem precedentes, de uma por ano". Nos últimos cinco anos, o organismo registrou mais de 1.100 epidemias.
O cólera, a febre amarela e as meningocócicas epidêmicas reapareceram nos últimos 25 anos, e a disseminação da resistência aos antibióticos ameaça gravemente a luta contra as doenças infecciosas, segundo a organização.
A OMS fala, também, sobre o crescimento da "farmacorresistência" e sobre a aparição de novas doenças transmitidas pelos alimentos, como o mal da Vaca Louca (encefalopatia espongiforme bovina).
Além disso, o relatório destaca três novas ameaças para a saúde surgidas no século XXI: o bioterrorismo, a aparição da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Severa) e a poluição com resíduos químicos tóxicos.
"A Sars, primeira doença a surgir neste século, confirmou o temor, gerado pela ameaça bioterrorista, de que um agente patogênico novo ou pouco comum possa ter profundas repercussões na saúde pública e na segurança econômica em escala internacional", afirma o relatório.
A OMS diz que seria muito "ingênuo" e um "excesso de confiança, supor que não surgirá, mais cedo ou mais tarde, outra doença como a aids, a febre hemorrágica do Ebola ou a Sars".
"Se surgir um vírus pandêmico plenamente transmissível, não será possível evitar a propagação da doença, que afetaria aproximadamente 25% da população mundial", acrescenta o texto.
"Os cientistas concordam que o risco de uma pandemia continua. A questão não é se esta surgirá, mas quando", enfatiza o relatório. Por isso, segundo a OMS, é necessário que todos os países tenham recursos suficientes para detectar doenças e que colaborem entre si frente a emergências de saúde pública de importância internacional.
Muitas das emergências de saúde pública descritas neste relatório poderiam ter sido prevenidas ou controladas melhor, se os países afetados tivessem sistemas de saúde mais sólidos e mais bem preparados" e, principalmente, se tivessem alertado a comunidade internacional, afirma o documento.
A OMS defende o total cumprimento do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), aprovado em 2005, mas que só entrou em vigor em junho de 2007. A finalidade do regulamento é deter as doenças no lugar de origem e em suas fronteiras internacionais. Isto seria feito por prevenção, detecção e avaliação dos incidentes que possam gerar emergência de saúde pública de importância internacional.
O RSI obriga a notificação internacional no caso do surgimento de qualquer caso de doença que possa pôr em perigo a segurança sanitária mundial. De acordo com o relatório, "nenhum país, nem rico nem pobre, está suficientemente protegido contra a chegada de uma doença nova a seu território e às perturbações que isto pode causar".
Autor: EFE - G1
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