Associados a resfriados e pneumonias, patógenos foram detectados na Costa do Marfim.
Raiz do problema pode ser presença de pesquisadores e turistas perto dos primatas.
Como se não bastasse ter seu habitat destruído, seus filhotes capturados como bichos de estimação e sua carne comercializada nas feiras africanas, os grandes macacos enfrentam uma nova ameaça trazida pelo homem: vírus respiratórios que quase toda pessoa já pegou na vida, mas que podem ser letais para os primatas.
Raiz do problema pode ser presença de pesquisadores e turistas perto dos primatas.
Como se não bastasse ter seu habitat destruído, seus filhotes capturados como bichos de estimação e sua carne comercializada nas feiras africanas, os grandes macacos enfrentam uma nova ameaça trazida pelo homem: vírus respiratórios que quase toda pessoa já pegou na vida, mas que podem ser letais para os primatas.
Macacos não têm defesa contra vírus (Foto: Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva)
O alerta vem de uma pesquisa na revista científica "Current Biology", que achou dois desses vírus, o HRSV e o HMPV, em sete chimpanzés mortos na Costa do Marfim. Segundo Fabian Leendertz, pesquisador do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, ambos os vírus são tão comuns que a presença de anticorpos contra eles na população humana chega perto de 100%.
Ambos os vírus são responsáveis por pneumonias entre crianças humanas, enquanto ocasionam sintomas que lembram um resfriado fraco entre adultos. O problema é que seus efeitos nos chimpanzés -- e potencialmente entre os demais grandes macacos, todos membros de espécies ameaçadas -- é devastador.
Streptococcus pneumoniae (fonte da imagem)
Leendertz e seus colegas monitoraram cinco epidemias de doenças respiratórias em Taï, na Costa do Marfim, entre 1999 e 2006. Em duas delas, 20% dos chimpanzés de um dos grupos da região morreram. Ao realizar autópsias nos bichos, os cientistas acharam os vírus e também bactérias como a Streptococcus pneumoniae. Provavelmente, dizem eles, os vírus enfraqueceram o organismo dos animais, que acabou de ser destruído pelas infecções subseqüentes com bactérias.
Autor: Reinaldo José Lopes - G1
Postado por: Wilson Junior Weschenfelder
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