sábado, 24 de fevereiro de 2007

Amazônia Ilegal

O dilema do Brasil: permitir que a destruição ampla - e lucrativa - da floresta tropical continue ou intensificar iniciativas de preservação.
No tempo em que você levará para ler esta reportagem, uma área de floresta equivalente a 150 campos de futebol terá desaparecido. As forças do mercado globalizado estão invadindo a Amazônia, acelerando a destruição. Nas últimas três décadas, contam-se às centenas as pessoas que morreram em conflitos por terras; um número incontável de outras vive sob o império do medo e da incerteza, com as vidas ameaçadas. Nessa fronteira agrícola sem lei e dominada por armas, motosserras e tratores, os funcionários e agentes do governo podem ser corruptos e ineficazes ou então mal equipados e desprovidos de recursos. Agora, produtores de soja estão se juntando aos madeireiros e aos criadores de gado, intensificando o desmatamento e fragmentando ainda mais a imensa floresta tropical do Brasil.
Ao longo dos últimos 40 anos, quase 20% da floresta amazônica foi derrubada - mais que em todos os 450 anos anteriores de colonização do país. Os cientistas temem que outros 20% das árvores sejam eliminados nas próximas duas décadas. Será o início do colapso ecológico da floresta. Intacta, a Amazônia responde por metade de toda a chuva que cai na região, graças à umidade que libera na atmosfera. Com o fim de parte dessas precipitações devido ao desmatamento, podemos chegar a um ponto em que as árvores remanescentes vão morrer por falta de umidade. Se tal processo for intensificado pelo aquecimento global, secas violentas irão abrir as portas a incêndios capazes de consumir ainda mais a floresta. Em 2005, uma dessas secas reduziu em até 15 metros o nível dos rios e deixou isoladas centenas de comunidades. Ao mesmo tempo, como as árvores estão sendo queimadas para abrir novas áreas de cultivo nos estados do Pará, Mato Grosso, Acre e Rondônia, o país tornou-se um dos maiores emissores em todo o mundo de gases que contribuem para o efeito estufa. Os sinais da tragédia já são visíveis por toda a parte.

Fonte: National Geografic Brasil
Link: http://nationalgeographic.abril.uol.com.br/ng/edicoes/82/reportagens/mt_200360.shtml

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